Neste sábado (1º), o Congresso Nacional realizou a eleição para as presidências do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, consolidando um novo arranjo de forças na direção das duas Casas legislativas. No Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) foi eleito com ampla margem, garantindo seu retorno ao cargo. Na Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), aliado de Arthur Lira (PP-AL), conquistou a presidência com um apoio massivo.
Davi Alcolumbre volta ao comando do Senado
O senador Davi Alcolumbre garantiu sua eleição com 73 votos, superando amplamente os adversários Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE), ambos com apenas quatro votos.
A vitória de Alcolumbre foi respaldada por um arco amplo de alianças que incluiu partidos da base do governo e da oposição. O novo presidente do Senado consolidou apoio de siglas como PSD, MDB, PT, PL, União Brasil, PP, PSB, Republicanos e PDT, além de contar com adesão parcial do Podemos e do PSDB.
Em seu discurso, Alcolumbre enfatizou a necessidade de respeito às prerrogativas dos senadores e defendeu a retomada das comissões mistas para análise de medidas provisórias, destacando que a paralisação desses colegiados nos últimos anos foi um erro. Também enviou recados ao Supremo Tribunal Federal (STF), cobrando respeito ao papel do Legislativo e afirmando que o Congresso não aceitará interferências externas.
A composição da nova Mesa Diretora do Senado ficou assim estabelecida:
- 1º vice-presidente: Eduardo Gomes (PL-TO)
- 2º vice-presidente: Humberto Costa (PT-PE)
- 1ª secretaria: Daniella Ribeiro (PSD-PB)
- 2ª secretaria: Confúcio Moura (MDB-RO)
- 3ª secretaria: Ana Paula Lobato (PDT-MA)
- 4ª secretaria: Laércio Oliveira (PP-SE)
Os suplentes serão Chico Rodrigues (PSB-RR), Mecias de Jesus (Republicanos-RR), Styvenson Valentim (PSDB-RN) e Soraya Thronicke (Podemos-MS).
Marcos do Val retira candidatura com críticas ao STF
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) retirou sua candidatura antes da votação, alegando que sua campanha foi inviabilizada por censura. Em um discurso inflamado, atacou o ministro Alexandre de Moraes e denunciou medidas judiciais que teriam restringido sua capacidade de campanha.
“Fui prejudicado por questões da censura. Só ontem que a imprensa descobriu que eu existia como candidato. Retiro minha candidatura porque ficou inviável a possibilidade de uma eleição”, declarou Do Val.
Hugo Motta assume a Câmara com apoio de Lira
Na Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) consolidou sua eleição com 444 votos, superando Marcel Van Hattem (Novo-RS), que obteve 31 votos, e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), que recebeu 22. A votação confirmou o favoritismo do candidato apadrinhado por Arthur Lira, que encerra seu mandato após quatro anos no comando da Casa.
Motta será o mais jovem presidente da Câmara da história, assumindo a função aos 35 anos. Durante sua campanha, ele evitou temas polêmicos e prometeu manter a previsibilidade na agenda da Câmara, além de reforçar o alinhamento com o Senado.
A votação confirmou a ampla coalizão de apoio ao novo presidente, que conseguiu unir partidos da base governista e da oposição, incluindo PT e PL.
Em seu discurso antes da votação, Motta afirmou que sua gestão não será pautada por decisões individuais, mas sim pelo desejo da maioria da Câmara. “Quero ser um elo forte na corrente. Um elo forte, mas com a consciência de ser apenas um elo”, declarou.