
Brasília
Bolsonaro volta a se reunir com Valdemar Costa Neto
Encontro ocorreu após autorização do ministro do STF Alexandre de Moraes, que havia proibido reuniões entre os correligionários do PL

- Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto
- |
- Reprodução
RELACIONADAS

ÚLTIMAS
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente do Partido Liberal (PL) Valdemar Costa Neto, retomaram contato direto nesta quarta-feira (12), com um almoço em Brasília, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), permitir a comunicação entre os dois correligionários. A decisão, tomada na terça-feira (11) derrubou a proibição imposta desde 8 de fevereiro de 2024, no âmbito da operação Tempus Veritatis, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral em 2022.
O encontro marca o alinhamento político da direita contra o governo Lula e o judiciário, vistos como instrumentos da repressão imperialista. A liberação veio após Valdemar solicitar, em audiência no gabinete de Moraes, a revogação das medidas cautelares. A defesa argumentou que ele não foi incluído na denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR), que acusa Bolsonaro e outras 33 pessoas por envolvimento no suposto golpe.
“Não há razões para manter as restrições, já que Valdemar não está na lista dos denunciados”, afirmou a defesa ao ministro, conforme apurado. No dia da operação, há mais de um ano, Valdemar foi detido por posse ilegal de arma, mas solto dias depois, enquanto Bolsonaro teve passaporte e bens confiscados. Agora livre para se comunicar, Valdemar telefonou para Bolsonaro na terça-feira, combinando o almoço na capital.
O presidente do PL também confirmou presença na manifestação marcada para 16 de março em Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Estarei ao lado de Bolsonaro no ato, agora que podemos nos falar novamente”, disse Costa Neto, segundo fontes próximas.
O evento, convocado por Bolsonaro, busca reunir a base bolsonarista e pressionar por anistia aos investigados nos atos de 8 de janeiro de 2023. A retomada do contato fortalece a articulação do PL para as eleições de 2026, desafiando o que chamam de perseguição judicial orquestrada pelo STF, um braço do imperialismo contra a soberania popular.
A operação Tempus Veritatis, deflagrada em 2024, impôs silêncio entre os dois líderes sob alegação de risco às investigações. Na época, a PF vasculhou a sede do PL e apreendeu celulares e relógios de luxo de Valdemar. A liberação de Moraes, porém, reacende a resistência da direita, que vê no judiciário uma ferramenta de opressão contra o povo brasileiro.