América do Sul

Apesar da repressão, protestos a favor de Evo Morales continuam

No último dia 11, o conflito entre manifestantes e forças de segurança resultaram na morte de três pessoas

No último dia 11, em Llallagua no departamento de Potosí na Bolívia, o conflito entre as forças de segurança e os manifestantes que defendem a candidatura do Evo Morales, acabou na morte de três agentes de segurança, além de 17 feridos.

As manifestações contra a perseguição judicial que Evo Morales vem sofrendo, tem sido marcadas pelo seu caráter combativo com atos com grande presença popular e também por atos como bloqueios de estradas. Como resposta o governo do presidente Luis Arce tem atuado com forte repressão, como ocorrido em maio, em que uma marcha de apoiadores mobilizou três milhões de bolivianos que foram até La Paz, capital do país, onde foram duramente reprimidos pelo regime golpista.

Os protestos em Llallagua e os bloqueios nas estradas – que já duram mais de uma semana e estão causando desabastecimento em cidades bolivianas – levaram o governo a endurecer o ataque. Sob a justificativa de “garantir a segurança pública”, o regime anunciou que a polícia agirá para desbloquear vias e perseguir as manifestações.

Em sua conta no X, Evo Morales se manifestou:

“Em vez de criminalizar protestos sociais, prender líderes indígenas ou iniciar novos julgamentos, estas são as questões que o governo Arce deveria abordar: falta de gasolina; falta de diesel; falta de divisas; aumento dos preços de bens de primeira necessidade; aumento da pobreza e da extrema pobreza; corrupção flagrante da família presidencial; ligações comprovadas entre o governo e o narcotráfico; destruição do modelo econômico plural “

As eleições presidenciais bolivianas estão previstas para acontecerem em 17 de agosto. No último dia 6, o Tribunal Superior Eleitoral do país divulgou a lista de candidatos habilitados e Morales, o candidato mais popular, segue inelegível pela ação da ditadura judicial. A perseguição explícita nada faz além de confirmar o caráter ditatorial do regime político imposto pelo imperialismo à Bolívia.

Vítima de um golpe de Estado em 2019 organizado pelo imperialismo, Morales foi retirado derrubado para que um governo de confiança dos monopólios pudesse atuar. Nas eleições de 2020, porém, sob forte pressão popular, o ex-ministro e apoiado por Morales Luis Arce venceu as eleições.

Seu governo, no entanto, rompeu com o ex-presidente adotando a política de mais alinhamento com o imperialismo, o que fez com que o seu governo fosse um grande fracasso e sem nenhuma popularidade, tanto que decidiu não concorrer a reeleição deste ano. A perseguição chegou ao ponto de que o atual presidente e seu grupo conseguisse a direção do partido Movimento Ao Socialismo (MAS), o que fez com Evo ficasse sem partido.

Diante desse cenário, a volta de Evo Morales se tornou inevitável e o imperialismo foi obrigado a adotar a política da perseguição judicial, que é a carta tem usado com mais frequência recentemente. Primeiramente, devido ao processo farsa de um suposto caso de tráfico de menores, a justiça emitiu um mandado de prisão contra Morales, o que fez com que desde outubro do ano passado, ficasse refugiado para preservar a sua integridade física.

Agora, diante das grandes manifestações a seu favor, o Ministério Público lançou uma nova acusação, agora sob o pretexto de terrorismo, por causa dos bloqueios de estrada que paralisam o país há mais de uma semana. Além de Morales, nesta semana, a ex-presidenta argentina Cristina Kirchner – que também enfrenta um processo farsa -, foi condenada a seis anos de prisão e a perda de seus direitos políticos.

Os casos da Bolívia e da Argentina mostram que o imperialismo decidiu passar por cima de todas as liberdades democráticas, para impor a sua política nos países da região. Isto também serve de alerta no Brasil para a parcela da esquerda que apoia as ações arbitrárias do judiciário que, por ora, atua contra a extrema direita em nome de uma suposta luta pela democracia.

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