O Brasil acaba de passar por um verdadeiro vexame. Segundo a Folha de S. Paulo, o governo dos Estados Unidos afirmou ao governo brasileiro que não irá extraditar o bolsonarista Allan dos Santos. A Casa Branca teria dito que ele está sendo acusado de crimes os quais eles veem como crimes de opinião, algo que, portanto, não justificaria sua extradição já que suas opiniões estão protegidas pelo direito à liberdade de expressão.
O jornal golpista ainda afirma que os norte-americanos afirmaram que estão dispostos a dar prosseguimento ao processo contra o bolsonarista em relação a outros crimes, como lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A mensagem teria sido transmitida por meio de um ofício que contém questionamentos acerca da continuação do processo de extradição e Allan dos Santos. A Folha afirma que o documento passou pelo Executivo, mas foi endereçado ao Supremo Tribunal Federal (STF). O gabinete do ministro Alexandre de Moraes não comentou o assunto, mas o Ministério da Justiça disse que o processo está sob sigilo.
A Folha de S. Paulo ainda joga luz nos bastidores das negociações entre os governos brasileiro e norte-americanos. Autoridades dos Estados Unidos teriam vindo ao Brasil para fazer uma reunião no Ministério da Justiça. Representantes da pasta, da Polícia Federal (PF), agentes do FBI e integrantes de agências de imigração norte-americanas teriam participado do encontro.
O jornal burguês afirma que, em determinado momento da reunião, o governo brasileiro teria reproduzido um vídeo legendado em inglês com as falas de Allan dos Santos. Entretanto, os representantes dos Estados Unidos teriam rebatido afirmando que eram “só palavras”.
A posição do governo norte-americano está correta. O crime de opinião é característico de ditaduras, suas vítimas são presas por declarações, por meras opiniões. Se trata, portanto, de um lado da sociedade impedindo o outro lado da sociedade de falar.
Nesse sentido, o vexame se dá pelo fato de que o governo dos Estados Unidos, a ditadura mais sanguinolenta da história, tem uma posição melhor que o Brasil no que diz respeito à liberdade de expressão.
O caso mostra como a esquerda pequeno-burguesa identitária brasileira vive em outra realidade. Esse setor acredita fielmente que a censura é uma política normal, aceita amplamente em outros países porque ela vive em um clima especial onde criaram uma doutrina absurda de que falar é crime. Algo que avançou rapidamente no Brasil.
Nos EUA, existe uma tradição de luta pela liberdade de expressão e pelos direitos democráticos do povo no geral. Algo que não permite uma incursão contra os direitos da população de maneira tão violenta como ocorre no caso brasileiro.
O embate também mostra como a diplomacia brasileira não é controlada pelo PT, mas sim pelo PSDB, por Alexandre de Moraes, por inimigos do povo desse calibre. Tanto é que a maior parte da disputa entre os governos brasileiro e norte-americano foi feita quando Flávio Dino, um notório defensor da política dos tucanos, estava à frente do Ministério da Justiça.
Finalmente, ao pedir a extradição de uma pessoa porque ela falou algo que os poderosos não gostaram, o Brasil passa para o cenário internacional como um país que defende o sinistro crime de opinião.
