Participei neste sábado do velório do companheiro Irapuan Augusto Pedro, há mais de 40 anos militante das lutas operárias e populares da cidade de São Paulo.
Um expressiva presença, coroas de flores e manifestações por nós recebidas nas homenagens póstumas, evidenciaram o reconhecimento, por parte do ativismo da esquerda, da atividade do companheiro, de 70 anos, que é uma expressão da evolução política da classe trabalhadora brasileira.
Entre outros, compareceram ou enviaram mensagens, além de dirigentes e dezenas de militantes do nosso Partido, o PCO, companheiros do PT, do Sindicato dos Químicos de São Paulo, da APEOESP, etc. E não faltaram, é claro, amigos e familiares.
Nascido em São Paulo, trabalhou por décadas como pesquisador de mercado de opinião, mas dedicou o melhor de sua vida à atividade politica, tendo atuação destacada no movimento popular e da Saúde, sempre com uma posição à esquerda.
Participou da fundação do Partido dos Trabalhadores, no interior do qual sempre defendeu um partido que verdadeiramente defendesse os interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora, que se colocasse no caminho da revolução.
Militou na CUT pela Base, nos primeiro anos de fundação da Central, se opondo à política de burocratização no interior dos sindicatos e da sua organização nacional.
Aproximamo-nos ainda mais em meio à luta contra o golpe de Estado, quando muitos militantes da esquerda “abaixaram a bandeira” e recuaram da defesa da presidenta Dilma Rousseff diante dos ataques da direita. Irapuan criticou a covardia, a traição e, de modo definitivo, se juntou ao PCO, sendo um dos mais ativos militantes da luta contra a derrubada de Dilma, pela anulação do impeachment, contra a prisão de Lula, em defesa de sua candidatura presidencial, por um governo dos trabalhadores. Para apoiar essa causa, ele integrou a chapa de nossos candidatos a deputado estaduais, em 2022.
Militante internacionalista, participou de todas as campanhas em favor dos interesses dos povos oprimidos de todo o Mundo. Seu apreço pela revolução cubana o levou a visitar o pais caribenho e nestes dias, estava empenhado com toda a militância partidária na campanha contra o genocídio em Gaza e em defesa da luta do povo palestino.
Por conta disso, o palmeirense e brincalhão Irapuan passou as últimas horas de sua vida participando, animada e combativamente, conosco do ato que fizemos no Rio de Janeiro, na reunião dos chanceleres do G20, em apoio à causa palestina e aos explorados de todo mundo, pela derrota do regime sionista de “Israel” e do imperialismo norte-americano.
Irapuan seguirá como um exemplo de dedicação à causa da revolução proletária e do socialismo, em um momento de profunda desmoralização de amplos setores da esquerda, para quem tudo serve de pretexto para não se mobilizar e não sair em defesa da classe trabalhadora e dos povos oprimidos.
É comum nos meios políticos desprezar aqueles que não atuam em cargos dirigentes, não atuam sob os holofotes, etc. Como uma formiguinha, Irapuan era desses militantes anônimos, mas imprescindíveis na construção dessa ferramenta fundamental para a outra da classe operária que é o partido operário e revolucionário.
Valeu, companheiro Irapuan, seguimos firmes na sua luta, até a vitória!