Estudantes denunciam que universidades britânicas estão “colaborando” com a polícia para monitorá-los durante a onda de protestos pró-Palestina no país.
Desde dizer a uma universidade que hastear uma bandeira palestina no campus não “fica bem” para o estabelecimento até expressar preocupações sobre o “número de estudantes estrangeiros” admitidos em outra, as forças policiais mantiveram uma relação “cômoda” com os administradores universitários nos últimos meses.
Uma investigação conduzida pela organização Liberty Investigates descobriu que universidades compartilharam dados de manifestantes com a polícia, apesar de não terem sido solicitadas a fazê-lo.
Uma estudante da Universidade de Iorque disse que policiais visitaram sua casa em 19 de novembro para referi-la ao programa antiterrorista Prevent porque ela publicou “do rio ao mar, a Palestina será livre” em sua conta no X (antigo Twitter) durante uma manifestação no campus.
Apenas dias antes de ela fazer a publicação, a segurança do campus ofereceu-se para compartilhar imagens do protesto com a polícia depois que os investigadores solicitaram o endereço de uma manifestante que publicou a mesma frase.
A estudante e ex-jornalista turca, Tugba Iyigun, de 43 anos, disse: “a universidade afirma que [apoia] os direitos humanos… ainda assim, não tomou nenhuma medida para proteger meus direitos. Eu sou estudante deles e isso é um ataque claro à minha liberdade de expressão”.
Os casos vieram à tona após a Liberty Investigates exigir que mais de 140 universidades enviassem cópias de trocas de e-mails com a polícia discutindo atividades de protesto pró-Palestina de 1º de outubro de 2023 a 16 de maio de 2024.