Desde a saída dos Estados Unidos do Afeganistão até a deflagração da operação Dilúvio de Al-Aqsa, o imperialismo tem colecionado uma série de derrotas que coloram o regime em uma crise sem precedentes. O estrago é tamanho que os EUA não conseguem nem mesmo dar um golpe na República Democrática do Congo, país africano infinitamente menor e mais pobre que eles.
Na Palestina, nem se fala. A resistência armada, em especial o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe), tem colocado o Estado nazista de “Israel” em xeque. Os sionistas, por sua vez, não conseguem absolutamente nenhuma vitória militar significativa, se limitando a assassinar a sangue-frio dezenas de milhares de palestinos. O problema é que essa matança também está aprofundando a crise do imperialismo, que fica cada vez mais desmoralizado diante do mundo.
Diante dessa situação, o imperialismo prepara uma contraofensiva em todo o mundo para tentar conter a crise. Porém, possui algumas pedras no sapato, como é o caso do Irã, no Oriente Próximo e, no Brasil, o Partido da Causa Operária (PCO).
Em relação ao Irã, desde que o país persa realizou a Operação Promessa Cumprida, tem sido alvo de uma enorme campanha na imprensa imperialista. É o caso, por exemplo, do artigo publicado pela Folha de S.Paulo intitulado Morte de presidente é recebida com luto contido e celebração disfarçada no Irã – uma mentira rapidamente desmentida pelo enorme comparecimento da população no velório de Ebraim Raisi.
Em relação ao PCO, a direita leva adiante uma campanha que, mesmo que em diferentes proporções, possui o mesmo objetivo da campanha feita contra o Irã.
Na última quarta-feira (22), por exemplo, a Revista Sociedade Militar publicou um artigo intitulado PCO presta apoio à ditadura teocrática do Irã. Uma tentativa, como o título indica, de constranger a organização trotskista a voltar atrás em sua posição em defesa do Irã. O mesmo vale para um vídeo publicado por Marcelo Andrade intitulado Comunistas apoiam um ditador teocrata e de uma charge publicada na Folha de S.Paulo.
O motivo destas calúnias é simples: tanto o PCO, quanto o Irã, servem como polo para agrupar as forças que se oporão à contraofensiva do imperialismo. Sem o PCO, a esquerda capitulará completamente diante de uma eventual escalada fascista no Brasil com, por exemplo, um golpe contra Lula e o estabelecimento de uma ditadura. Da mesma maneira, sem o Irã, os povos oprimidos de todo o mundo, mais especificamente do Oriente Próximo, também abaixarão suas cabeças.
É por isso que, quando a direita se depara com uma aliança do tipo PCO-Irã, não pode ficar parada e precisa, imediatamente, tentar combatê-la. É daí que vem a preocupação da burguesia e é isso que explica a campanha de calúnias contra os inimigos do imperialismo.