Entre as incontáveis atrocidades praticadas pelo Estado de “Israel” contra o povo palestino, está o assassinato de mais de 130 jornalistas na Faixa de Gaza, mortos porque a entidade sionista considera uma grande ameaça que os seus crimes sejam conhecidos pelos povos de todo o mundo. A preocupação de “Israel” com a eliminação física de jornalistas, que ocorre em maior número que o que foi registrado nas duas grandes guerras mundiais, expressa, por sua vez, a preocupação geral que os poderosos têm com a difusão da informação.
A preocupação de “Israel”, por sua vez, explica a preocupação das grandes potências mundiais com a Internet. As sucessivas tentativas de “regulamentar” a Internet – isto é, censurar seus usuários – demonstram a preocupação com a possibilidade de o mundo inteiro se informar, em poucos instantes, sobre o que os seus opressores praticam contra os seus povos irmãos.
Os assassinatos de jornalistas também explicam por que uma das medidas mais tradicionais de qualquer ditadura é estabelecer uma dura censura contra a imprensa. Afinal, sem a censura da imprensa, sobretudo dos órgãos mais independentes, é impossível sustentar um regime de ataques à população.
O comportamento de “Israel” diante do mundo é o mesmo que de uma ditadura. “Israel” não precisa esconder a verdade apenas da população que vive no território em que ocupa, nem mesmo da população de Gaza e da Cisjordânia: a censura de “Israel” precisa se voltar contra todo o mundo, pois suas ações revoltam o mundo como um todo. As barbaridades que “Israel” pratica contra os palestinos é sentida pelos sírios, iraquianos, libaneses, sauditas e jordanianos, pois são todos um povo só. São sentidas pelos iranianos, que são intimamente ligados aos palestinos por suas tradições religiosas, e também pela proximidade territorial. E são, por fim, sentidas pelos oprimidos de todo o mundo, pois são vítimas dos mesmos opressores que aterrorizam os povos de todos os continentes.
Neste sentido, não poderia haver golpe maior contra a censura de “Israel” que o advento e o desenvolvimento da Internet. As atrocidades contra o povo palestino não são uma novidade – acontecem há quase um século. No entanto, esta é a primeira vez que elas estão sendo conhecidas por bilhões de pessoas no mundo todo.
Antes, as informações sobre o que acontecia no Oriente Médio ficavam restritas ao que as grandes redes de comunicação do próprio imperialismo e aquelas redes de comunicação subsidiárias do imperialismo, como é o caso da grande imprensa brasileira, simbolizada na Rede Globo, decidiam publicar. Sempre mentiram de maneira descarada, sem nunca se preocupar de dar voz ao outro lado.
Nos últimos anos, aconteceu a expansão da comunicação via Internet, que é muito mais democrática do que a comunicação dos grandes jornais. Hoje, com apenas um celular, um cidadão de qualquer lugar do planeta pode denunciar, até mesmo em vídeo, o que acontece com seu povo. Não são mais necessários equipamentos sofisticados e toda a logística de envio de jornalistas especializados: a divulgação e o consumo da informação está ao alcance do próprio bolso.
A Internet causou uma verdadeira revolução na comunicação. Ela é, por sua vez, a prova de que o progresso econômico e o progresso científico são um progresso em todos os sentidos. Se há quem faça mal uso da Internet, para propagar as mentiras do imperialismo que sempre foram contadas, há também quem possa fazer dela uma ferramenta fundamental para a luta dos oprimidos.