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Um aliado objetivo da repressão estatal

Articulista sai na defesa de Alexandre de Moraes, o censor número um do Brasil

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Nesta semana, um comentarista pequeno-burguês ligado ao Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu caluniar o Partido da Causa Operária (PCO) por defender a liberdade de expressão: Valter Pomar. Segundo Pomar, denunciar a atuação ilegal e arbitrária dos tribunais brasileiros seria “fazer o jogo da direita extremada”.

Em sua conta no X (antigo Twitter), Valter Pomar voltou a acusar o PCO de ser um “aliado objetivo do bolsonarismo”. Em outras palavras, de, com sua política, favorecer o bolsonarismo. E qual seria o grande argumento? É assim que Valter Pomar apresenta a questão:

“Agora o PCO defende Musk. Em nome da ‘liberdade irrestrita de expressão’. Liberdade ‘irrestrita’ cairia bem na boca dos anarco-capitalistas.”

Embora não desenvolva o argumento, Valter Pomar deixa claro que, para ele, a liberdade ‘irrestrita’ de expressão não seria uma bandeira da esquerda, mas sim dos “anarco-capitalistas”. Ao dizê-lo, Valter Pomar está, na verdade, acusando todos os marxistas de serem “anarco-capitalistas”.

Em primeiro lugar, é falso que os ditos “anarco-capitalistas” defendam a liberdade de expressão absoluta. O tal “anarco-capitalista” sequer existe como doutrina, é um amálgama de ideias que os defensores da política neoliberal utilizam para justificar, do ponto de vista filosófico, uma barbaridade econômica, que é a defesa dos interesses dos grandes monopólios. A única coisa que unifica os “anarco-capitalistas” é a defesa do capitalismo – isto é, a defesa do capitalismo em sua atual fase, a fase mais decadente e reacionária, capaz de destruir a economia de um país inteiro em nome dos interesses de um punhado de bancos.

O compromisso dos “anarco-capitalistas” com a liberdade de expressão e outras questões democráticas foi posto à prova recentemente, na medida em que a polarização política aumentou. Quantos “anarco-capitalistas” defenderam o Partido da Causa Operária (PCO) e Breno Altman das tentativas de amordaçá-los através do Estado? Quantos comentaristas da Jovem Pan, quantos colunistas do Gazeta do Povo se insurgiram? Nem um único. Aliás, parte deles apareceu, na verdade, para pedir censura contra os defensores da resistência palestina. Antes mesmo da operação Dilúvio de al-Aqsa, Paulo Kogos, um dos gurus do “anarco-capitalismo”, já havia processado o PCO por suas posições expressadas em um artigo jornalístico – o que revela o quanto a liberdade de expressão vale para o senhor Kogos.

Defender a liberdade de expressão está em total contradição com defender a ditadura brutal que é a sociedade capitalista. E se não são os “anarco-capitalistas” os defensores da liberdade de expressão, quem seria? Para a surpresa de Valter Pomar, que se diz trotskista, os maiores defensores da liberdade de expressão de todos os tempos foram os marxistas!

Disse, de maneira irônica, Karl Marx – quem, salvo engano, era um marxista:

“A liberdade de imprensa é uma coisa ótima. Mas há pessoas más, que abusam da fala para contar mentiras, do cérebro para conspirar, das mãos para roubar, dos pés para desertar. Fala e pensamento, mãos e pés seriam coisas boas se não houvesse pessoas más para usá-los de forma errada! Nenhum remédio contra isso foi encontrado ainda.”

Valter Pomar acredita que encontrou o remédio para quem utiliza as palavras para fazer o mal. Para ele, um juiz careca que era, até ontem, filiado ao PSDB e que, literalmente, na semana passada, elogiou o golpe de Estado de 2016, é esse remédio. Se dermos a Alexandre de Moraes o poder de determinar o que pode ou não ser dito, seremos todos felizes! Assim pensa Valter Pomar. Mas não era assim que pensava Leon Trótski:

“Nas condições do regime burguês, toda supressão dos direitos políticos e da liberdade, não importa a quem sejam dirigidos no início, no final inevitavelmente pesa sobre a classe trabalhadora, particularmente seus elementos mais avançados. Essa é uma lei da história. Os trabalhadores devem aprender a distinguir entre seus amigos e seus inimigos de acordo com seu próprio julgamento e não de acordo com as dicas da polícia.”

Quando Valter Pomar critica a “liberdade de expressão irrestrita”, está, no final das contas, lutando contra a própria liberdade de expressão. Está defendendo o exato oposto do que defenderam os marxistas, e por um motivo simples: Valter Pomar é um aliado objetivo da opressão do Estado burguês sobre a população.

O PCO não defendeu Elon Musk, como caluniosamente alega Valter Pomar. O que o Partido tem feito é defender a liberdade de expressão, pois é a única forma de o povo conhecer quem são os seus inimigos e como eles conspiram contra ele. Se Valter Pomar quer viver em um mundo em que alguém possa denunciar quando “Israel” estupra mulheres na Faixa de Gaza, ou possa denunciar que a prisão de Lula era uma ilegalidade ou que o direito de greve no Brasil não existe mais, é preciso defender a liberdade de expressão e ponto final.

Seja Elon Musk, seja um gari. Seja de direita, seja de esquerda. Do contrário, estará defendendo que o povo permaneça na ignorância enquanto os poderosos conspiram contra ele.

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