Nessa segunda-feira (4), a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu anular a decisão anterior do Estado do Colorado pela inelegibilidade do ex-presidente Donald Trump. Agora, o republicano se encontra desimpedido, do ponto de vista jurídico, de concorrer às próximas eleições presidenciais, que acontecem neste ano.
A Suprema Corte de Colorado havia alegado que Trump não poderia ser candidato por ter liderado uma “insurreição” em janeiro de 2021, poucos dias após a posse de seu rival, o democrata Joe Biden. A medida, contudo, tinha um claro teor político: a tal “insurreição” não passou de uma manifestação política que ocupou o Capitólio, o parlamento norte-americano.
A decisão do Estado do Colorado, ainda que seja a única até o momento que tivesse implicações diretas sobre a elegibilidade do republicano, aconteceu em meio a uma enxurrada de processos civis e criminais contra Trump, que visam embasar um processo eleitoral ou, ao menos, desmoralizá-lo perante a opinião pública.
Nada tem dado certo. Tornar Donald Trump inelegível se mostrou um fracasso basicamente por dois motivos. O primeiro deles é a própria composição da corte, que é favorável ao republicano. O segundo é o aumento da crise política no principal país da dominação imperialista mundial, que tem desmoralizado cada vez mais o próprio regime norte-americano e tornado inviável a cassação dos direitos políticos de Trump.
Os processos criminais, em vez de desmoralizar Trump, vêm fortalecendo a sua candidatura. O ex-presidente, afinal, está sendo visto pela maioria dos norte-americanos como uma pessoa perseguida, como uma vítima dos poderosos, aumentando a sua popularidade. Ao mesmo tempo, o governo Biden se afunda cada vez mais em uma crise de popularidade devido ao seu apoio à Ucrânia e a “Israel”.
Em sua conta na rede social X, o jornalista petista Breno Altman declarou que a decisão da Suprema Corte era positiva porque “nenhum obstáculo pode haver ao direito do povo eleger quem quiser, incluindo políticos condenados e até presos”. A colocação está correta. Independentemente dos motivos que tenham levado à decisão da Suprema Corte, ela preserva os direitos políticos de Donald Trump e das dezenas de milhões de eleitores dele.
Trata-se, portanto, de uma derrota do regime político norte-americano, que, desesperado para fazer vencer o seu candidato, Joe Biden, nas próximas eleições, tentou trapacear e acabou falhando.