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Caribe

Telegrama expõe atuação da CIA no golpe de 2004 no Haiti

Telegrama obtido por meio do Ato de Liberdade de Informação expõe que agente da CIA conspirou para derrubar o governo nacionalista de Jean-Bertrand Aristide.

O site de jornalismo investigativo The Grayzone trouxe mais uma denúncia contundente das ações nefastas do imperialismo norte-americano. Dessa vez, no Haiti. A matéria assinada por Jeb Spregue e Kit Klarenberg teve como ponto de partida a obtenção de um telegrama diplomático confidencial, que revela a participação de um veterano da CIA no golpe contra o presidente Jean-Bertrand Aristide em 29/02/2004. O documento foi obtido por meio do Ato de Liberdade de Informação, mas os jornalistas acreditam que por uma falha no filtro governamental.

O telegrama revela a participação de Janice L. Elmore na fuga da prisão de Amiot “Cubain” Métayer, um líder de gangue que havia sido preso por assediar figuras políticas do Haiti. No episódio, que parece tirado de um filme de ação, o muro da prisão foi destruído por uma escavadeira e apoiadores armados de Métayer invadiram o local, libertando outros 158 prisioneiros. Entre os presos libertados estavam os autores do massacre de Raboteau, que deixou dezenas de pessoas mortos em 1994.

Essa fuga foi o início de uma campanha violenta para derrubar o governo de Aristide cerca de uma ano e meio depois. Como de praxe, a agente Elmore tinha um cargo de fachada numa embaixada, nesse caso, era “Oficial Político” do Departamento de Estado dos Estados Unidos na embaixada do país na capital Porto Príncipe. Não é por acaso que quando a tensão entre governos nacionalistas e o imperialismo se acirra, uma das primeiras medidas desses governos é fechar as embaixadas dos Estados Unidos. Não é segredo para ninguém que essas embaixadas servem como bases de operação da CIA para conspirar e controlar a política desses países.

Finalmente, o presidente Aristide foi retirado do país num avião norte-americano. A versão oficial do imperialismo é que os Estados Unidos apareceram na cena após o golpe para ajudar a reestabelecer a ordem. Dessa forma, estariam “resgatando” o presidente deposto para proteger sua vida. Como o imperialismo é bonzinho, não é verdade. Após uma série de negações oficiais do governo norte-americano, o telegrama revelado aparece para desmentir e expor os Estados Unidos novamente como um Estado sem credibilidade. Os avalizadores da moral mundial, que julgam quem é ou não democrático, mostram mais uma vez que são golpistas profissionais e não merecem a confiança de ninguém.

O telegrama foi enviado em setembro de 2002 por Brian Dean Curran, então embaixador norte-americano na capital do Haiti. Nele, Elmore é citada participando de uma reunião com policiais e conspiradores golpistas na noite anterior à fuga de Métayer da prisão. Como a matéria do Grayzone destaca, essa revelação “levanta questões profundas sobre o envolvimento americano em outras campanhas recentes de mudança de regime em todo o hemisfério”.

O embaixador francês na época do golpe, Thierry Burkard, já havia relacionado a derrubada do governo Aristide a suas demandas de restituição de 21 bilhões de dólares pelo governo da França. A demanda diz respeito a indenizações pagas pelo Haiti a ex-colonos escravagistas. Estimativa feita pelo New York Times estimou entre 21 e 115 bilhões de dólares o prejuízo ao desenvolvimento econômico do país. Na mesma entrevista ao jornal norte-americano, Burkard admitiu que o exílio de Aristide facilitou o trabalho de minar as exigências de reembolso dos haitianos.

Padre católico adepto da corrente da “teologia da libertação”, Aristide já havia sido derrubado em 1991, nas primeiras eleições democráticas do país. Procurando fazer um governo voltado à assistência social da população pobre do Haiti, com uma política relativamente independente do imperialismo, Aristide foi derrubado por um golpe militar. Por “coincidência”, os militares haitianos haviam sido treinados nos Estados Unidos.

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