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Uriel Schramm

Dirigente nacional da Aliança da Juventude Revolucionária e estudante da UnB. Apresenta de segunda a sexta o programa Reunião de Pauta na COTV. É membro da Coordenação Nacional dos Comitês de Luta e responsável pela organização dos comitês de juventude em todo o País.

Coluna

Sionistas querem forçar todos a terem pena de genocidas

A contra ofensiva dos sionistas para calar, perseguir e matar todos que falam contra o genocídio da palestina é o resultado final da política identitária criada pelo imperialismo

Enquanto 2000 jovens que lutam pela Palestina são presos e milhares agredidos;

Enquanto milhares são presos e torturados pelos exércitos israelenses;

Enquanto 34 mil já foram assassinados brutalmente por Israel;

Enquanto a população palestina sofre há décadas na mão dos sionistas;

Os sionistas choram pelos 132 reféns do Hamas…

No 1º de maio deste ano, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou a Lei do Antissemitismo. Uma série de critérios para, em última instância, impedir qualquer tipo de manifestação ou expressão contra o sionismo. 

O governador bolsonarista do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, levou a mesma para ser aprovada na ALERJ. E é claro, os pobres coitados dos sionistas vão acionar todos seus governos para calar e reprimir todos os que denunciam o genocídio contra os palestinos.

Gostaria de falar sobre este tema nesta coluna, enquanto ainda pode ser dito algo de ruim sobre o sionismo. Todo clima criado pelas políticas identitárias, que defendem a luta de minorias, que recorreram às instituições para resolver os problemas de setores oprimidos, tinham exatamente esse objetivo: proteger os sionistas e facilitar a repressão dos solidários ao povo palestino.

Toda essa balela de prender pessoas transfóbicas, homofóbicas, racistas, não só não resolveu e não resolverá problema algum, como abriu caminho para uma censura do pior tipo de todas. Não é que você não pode xingar um homossexual, agora você já não pode se opor a maior matança do século sem ser censurado e perseguido.

No Brasil, temos o caso do próprio PCO, que não só sofre processos de tudo quanto é lado como teve todos os seus canais desmonetizados no YouTube. Temos também o caso Breno Altman perseguido diretamente e incessantemente pela CONIB e centenas de outros. Fora do Brasil, são incontáveis casos de jornais fechados, pessoas presas, agredidas, assassinadas, etc.

Trata-se de uma contra ofensiva para apoiar o genocídio na faixa de gaza. E tudo isso é feito com as mesmas bases da política identitária, em nome de uma minoria “oprimida”. Deve ser o primeiro caso de uma minoria oprimida que consegue censurar e perseguir pessoas no mundo inteiro, bem como o único caso de alguns pobres coitados que conseguem matar dezenas de milhares de pessoas, em sua maioria mulheres e crianças.

Dois sionistas da Fisesp (Federação Israelita do Estado de São Paulo), escreveram uma carta que mostra exatamente o quão canalha e monstruoso pode ser um vitimismo identitário barato, mais com muito dinheiro e poder.

Na carta, escrita por Elisa Nigri Ginger e Marcos Knobel, eles lamentam os 132 reféns que estão nas mãos do HAMAS durante um dia sagrado judaico, o Pessach. Em si já é uma coisa absurda de se pensar, são 132 reféns, versos 34 mil assinados, versos milhares de reféns palestinos, versos anos de exploração, etc. Mas eles conseguem ser ainda mais dramáticos para ocultar o verdadeiro massacre que Israel organiza.

Para os figurões da Fiesp, os judeus sofreram a milhares de anos e continuam sendo ameaçados de um novo holocausto a cada dia que passa. Pouco importam qualquer outro genocídio, como o que houve com os russos que morreram em quantidade muito maior na Segunda Guerra Mundial, os armênios, iraquianos, e muitos outros. Finalmente, os judeus merecem e vão conseguir a força a pena de todos, mas os palestinos e outros povos não, pelo contrário, é preciso ter pena dos judeus para que eles matem mais e mais palestinos sem ninguém falar um “piu”.

Para se ter uma ideia ainda mais concreta, poupando o leitor de grandes citações desta carta, eles explicam que a realidade dos reféns israelenses é “sem precedentes”. Como se o que o exército israelense não fosse quantitativa e qualitativamente muito pior. Sem contar que os reféns já soltos, esses também censurados por Israel, falaram claramente do bom tratamento que receberam e até apertaram as mãos dos combatentes do Hamas. 

Na carta eles afirmam, também, que “os jovens universitários de Harvard, Columbia, Yale e tantos outros ao redor do planeta, enquanto pregam o fim de Israel e a desumanização de todos os judeus”. Realmente, são uns pobres coitados, desumanizados e subjugados por assassinarem diariamente milhares de pessoas. Se alguém tem algum preconceito étnico com os judeus, é uma coisa, mas contra os sionistas? Quem não tem nada contra os sionistas é cúmplice das cenas terríveis que vemos na faixa de Gaza. 

Essas leis e cartas vem logo depois da maior mobilização estudantil já vista nos EUA desde a guerra do Vietnã. De atos gigantescos realizados dezenas de países em defesa da resistência palestina. Felizmente, poucos são os que vão cair nas mentiras escandalosas dos sionistas por muito tempo, mesmo com tanto investimento nesta propaganda. Mas serve de lição para todos que defenderam qualquer medida repressiva contra a liberdade de expressão, inclusive muitos da esquerda. Ficou aberta a Avenida para que ninguém precise ser convencido pelos sionistas, mas para eles enfiarem através do judiciário e da polícia seu coitadismo monstruoso e suas ações ainda mais monstruosas.

Já são mais de 2300 estudantes presos nas universidades dos EUA até hoje, dia 6 de maio, e outros milhares agredidos por simplesmente se manifestarem. A partir de agora, a esquerda deve acordar, e mesmo que não queira, será acordada com um gigantesco balde de água fria ou uma paulada na cabeça.

No Brasil, devemos fazer exatamente o que é feito nas universidades dos EUA e ainda mais. Não podemos capitular em momento algum para o sionismo e para as diferentes políticas identitárias que abriram caminho para ele.

 

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