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Faixa de Gaza

Sionistas defendem assassinato ‘legal’ de crianças palestinas

Os sionistas para defender o genocídio em Gaza criaram uma nova categoria de ação, o "assassinato legal de crianças", afinal, "Israel" nunca está errado

Os propagandistas do sionismo estão em uma situação difícil. Toda a sua indústria, montada por décadas, que tinha o nome de Hasbará, se esfacelou. Após quase oito meses de genocídio na Faixa de Gaza, tornou-se impossível para qualquer pessoa humana e bem informada defender “Israel”. Os sionistas precisam, agora, apelar para os argumentos mais absurdos e principalmente tentar afirmar que tudo que acontece em Gaza é uma mentira. Esse é o caso do Grame Wood, que escreveu um texto para o portal The Atlantic intitulado The UN’s Gaza Statistics Make No Sense (A estatista da ONU sobre Gaza não faz sentido).

O autor tenta provar, para limpar a imagem de “Israel”, que os números de mortos não são confiáveis. Algo que apenas os sionistas tentam fazer. Ele desmerece os números do Ministério da Saúde de Gaza e também do gabinete de imprensa. Para ele, confiável seria o Estado de “Israel”. Fora o absurdo que é acreditar em números divulgados pelo lado que está cometendo os assassinatos, ele ignora que existem milhares de fotos e vídeos que comprovam as práticas nazistas de “Israel” em Gaza, muito mais impactantes do que os números. Afinal, a ONU pode estar errada, para cima ou para baixo, mas as imagens todas demonstram que é, de fato, um genocídio.

A situação piora quando Wood tira conclusões políticas: “Israel atualmente não permite que jornalistas se incorporem a unidades na linha de frente em Gaza. Não é legalmente obrigada a permitir que jornalistas se juntem às suas unidades de linha de frente. Mas também não permite que jornalistas entrem independentemente em Gaza. ‘Para permitir que jornalistas relatem com segurança’, um porta-voz militar israelense me disse, as Forças de Defesa de Israel ‘os acompanham quando estão no campo de batalha’. Ele não quis dizer quantos jornalistas foram realmente autorizados a acompanhar as unidades das FDI — muito menos acompanhá-los em operações regulares, em vez de breves tours de imprensa nos locais de batalha após a ação. Quando o Hamas alega que soldados israelenses estão atirando em todos à vista e assassinando famílias ao demolir edifícios sem finalidade militar, pode apontar para as crianças mortas. Israel pode negar a acusação e esperar que o mundo confie nela em vez de em um grupo terrorista declarado. O mundo raramente obedece”.

O cinismo não tem limites. O Estado de “Israel” assassinou mais jornalistas nessa guerra que em qualquer guerra da história. Já foram mais de 140 assassinados somente na Faixa de Gaza. Além disso, o ataque à liberdade de expressão é generalizado. A Al Jazeera, maior emissora do Oriente Médio, foi proibida. “Israel” também sequestra jornalistas, são dezenas presos na Cisjordânia ocupada. Se o exército é humanitário e perfeito como o autor afirma, qual seria a necessidade da censura?

Além disso, não é preciso jornalistas para se mostrar o que acontece em Gaza. Os palestinos têm celulares e gravam as monstruosidades todos os dias. Os sionistas querem afirmar que a imprensa do Hamas frauda as informações, mas é a imprensa do mundo inteiro que está mostrando as atrocidades. A essa altura do campeonato, até a imprensa burguesa, serviçal do sionismo, se viu obrigada a mostrar um pouco da realidade. Difícil é convencer alguém de confiar em “Israel”, que demonstrou ser a maior indústria de mentiras do planeta.

O texto fica ainda pior: “rebater as alegações do Hamas permitindo que jornalistas vejam a guerra de perto seria um risco calculado. Mesmo quando conduzida legalmente, a guerra é feia. É possível matar crianças legalmente [grifo nosso], se, por exemplo, alguém estiver sendo atacado por um inimigo que se esconde atrás delas. Mas a visão de uma criança morta legalmente não é menos perturbadora do que a visão de uma assassinada. E Israel descobriu que excluir a imprensa traz seus próprios riscos. Um infanticídio que ninguém pode ver também vai atrair suspeitas. Observadores pouco simpáticos pensarão que Israel está conduzindo sua guerra da mesma maneira que outros países cujas forças contra-insurgência preferiram operar longe da vista da imprensa independente. A Rússia fez isso na Segunda Guerra Chechena; o Sri Lanka, em sua guerra civil. Ambos os exércitos tinham muito a esconder”.

É possível matar crianças legalmente”. Aqui o autor demonstra a verdadeira face do sionismo. O assassinato de crianças é justificável em caso de “escudo humano”. Sem entrar no mérito de que isso é uma farsa completa, pois a resistência não usa escudos humanos, esse argumento é fato? Se um criminoso comum usa uma criança de refém como escudo, a polícia tem o direito de atirar e matar a criança? E ainda mais, ela pode atacar o criminoso não com um rifle de precisão, mas com uma bomba na residência inteira?

Fato é que até mesmo na situação real de escudos humanos não é como se houvesse um passe livre para atirar em crianças. Na verdade, isso seria a exceção da exceção. Em Gaza, as crianças assassinadas são 40% do total. É totalmente absurdo argumentar que isso é uma tática de guerra civilizada. É um genocídio em todos os sentidos da palavra. Usar a ideia de “assassinato legal” nesse caso, portanto, não faz sentido algum, até porque – mais uma vez – o Hamas não usa escudos humanos.

O Hamas opera em um campo de concentração, a Faixa de Gaza. É um dos territórios mais populosos do mundo, com a densidade de grandes cidades dos maiores países do planeta. E onde se encontra os combatentes no Hamas? Embaixo da terra, justamente no único lugar possível onde não há civis! A acusação de “Israel” é apenas um golpe para justificar o assassinato. A culpa é do oprimido que luta, e não do opressor que bombardeia hospitais e escolas.

A propaganda sionista é, na verdade, um reflexo de sua própria política. Quem tem “escudos humanos” é “Israel”. Todo o entorno da Faixa de Gaza é uma região de guerra que foi ocupada como um plano de defesa do governo. Ou seja, os locais atacados pelo Hamas no 7 de outubro não são verdadeiras cidades civis. “Israel” criou o “civil-militar”, que é basicamente o que ela acusa o Hamas de ter feito. Ao contrário dos palestinos, “Israel” controla o território e, portanto, poderia retirar os civis da zona de guerra e deixar apenas militares. Mas o sionismo usa a população justamente como uma linha de defesa. Assim, quem transforma “civis” em alvos é “Israel”, e não o Hamas.

Para defender o genocídio, os sionistas são capazes de falar qualquer coisa. O único motivo pelo qual são levados a sério é porque o sionismo controla os monopólios da imprensa burguesa no mundo inteiro. Mas o Hamas tem ao seu lado a verdade e, por isso, será vitorioso.

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