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Rio Grande do Sul

Sem teto, sem comida e censurado

Portal Vermelho aproveita catástrofe para defender finado PL da Globo

O artigo Quantas tragédias terão de acontecer até que o Brasil regule as redes?, publicado pelo portal Vermelho, se soma à volumosa pilha de textos nos quais seus autores se aproveitaram da catástrofe em curso no Rio Grande do Sul para defender a política reacionária e pró-imperialista de censura nas redes sociais. Assinado por Priscila Lobregatte, o artigo afirma que: “se as eleições presidenciais de 2018 e 2022, a tentativa de golpe de 2023 e, em especial, a pandemia de Covid-19 mostraram a face mais cruel do mau uso das plataformas, o desastre enfrentado pelos gaúchos reafirmou que não há limites para quem usa a mentira e a manipulação, em escala industrial, como armas de poder político e instrumentos de lucro certo e fácil“.

É realmente difícil de entender qual a relação entre uma coisa e outra. As eleições de 2018 foram resultado de um golpe de Estado organizado pelo Departamento de Estado norte-americano. A pandemia de coronavírus é o resultado da destruição da economia provocada pelo mesmo golpe de 2016 e pela pressão dos capitalistas sobre os governos. Por fim, as enchentes no Rio Grande do Sul são resultado da política de um psicopata fantasiado de governador do estado. Nada disso foi produto das redes sociais.

A autora então explica:

“Ao longo das últimas semanas, desde que o território gaúcho se viu tomado pela chuva, com a maior parte de seus municípios afetada, milhares de desalojados e desabrigados e um número de mortos que não para de subir, informações falsas ou distorcidas começaram a pipocar nos grupos de Whats e nas principais redes sociais, como Facebook, Instagram, Twitter, TikTok e Youtube. Em comum, acusações sórdidas e levianas, como as de que a população só podia contar consigo mesma e com o empresariado para se salvar; que o poder público não só não estaria fazendo nada, como ainda estaria atrapalhando quem fazia — incluídas aí as Forças Armadas —, que haveria ondas de violência e corpos às centenas boiando etc.”

Se o problema todo é a difusão de notícias falsas, então não há propriamente uma novidade. Desde que surgiu a primeira civilização, surgiram também as mentiras. Mas também o remédio para a mentira não é nenhuma novidade. Se há notícias falsas sobre a atuação do governo, cabe ao governo desmenti-las, combatê-las. O governo, inclusive, dispõe de um grande aparato para fazê-lo, basta utilizá-lo.

O que também chama a atenção é que as mentiras não são uma exclusividade da Internet.  Pelo contrário: órgãos como a Folha de S.Paulo e a Rede Globo veicularam mentiras sobre a atuação do governo federal e sequer se retrataram. Essas mentiras, por sua vez, atingiriam um público de dezenas de milhões de pessoas. Por que, no entanto, a preocupação do Vermelho é apenas com as redes sociais, e não com o monopólio da imprensa?

A concepção de que as notícias falsas difundidas na Internet seriam o grande problema no Rio Grande do Sul acaba por trazer dois problemas sérios para a esquerda. Por um lado, ela deixa de lado a política que realmente causou o desastre e que impede a solução dos problemas no estado mais ao sul do Brasil. Ao culpar as redes sociais, a esquerda acaba esquecendo de culpar os bancos, que sugaram todo o orçamento do estado. Ao mesmo tempo em que poupa a responsabilidade dos bancos, o Vermelho promove uma campanha que terá como único fim a censura na Internet. Afinal, a tal “regulamentação” que o portal defende é, na verdade, uma lei para dar poderes às plataformas para censurar os usuários. Plataformas que são em si controladas pelo grande capital e que são pressionadas pelo Estado, que também está na folha de pagamento dos banqueiros.

O que deixa claro qual “regulamentação” o portal defende é o fato de que ele elogia o Projeto de Lei 2630, no qual Orlando Silva (PCdoB-SP) era relator. O texto afirma que o projeto “vinha evoluindo com amplo debate junto a diferentes segmentos sociais e tramitava na Câmara, mas sofreu uma forte ofensiva das empresas de tecnologia e de parlamentares de extrema-direita quando estava pronta para ir a votação em maio de 2023”. No entanto, ignora que era, na verdade, um projeto defendido pela grande imprensa, ao ponto de ser apelidado “PL da Globo”, que propunha uma censura brutal da Internet e uma indenização ao monopólio da imprensa capitalista.

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