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Futebol

Saber a origem de seus antepassados muda a realidade dos negros?

Lacombe aproveita demagogia identitária dos banqueiros na direção do Palmeiras para falsificar a história do Brasil

Na última sexta-feira (5), Milly Lacombe em sua coluna, intitulada “Palmeiras inova na luta antirracista”, resolveu atacar a história do Brasil se aventurando no combate do racismo utilizando a política identitária. A colunista do UOL resolveu exaltar a suposta inovação da luta antirracista por um clube que está totalmente dominado por banqueiros, inimigos mortais da luta do povo negro. O grande combate ao racismo do clube paulista seria analisar o DNA dos jogadores negros para saberem de quais regiões da África vieram seus antepassados. 

A citação “Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado” do livro de George Orwell ganhou novo sentido nas palavras de Lacombe. Para ela, o “apagamento de algumas ancestralidades é tecnologia colonial amplamente usada por países democráticos, incluindo o Brasil”. A população sequestrada da África e escravizada no Brasil “por quase 400 anos” teria tido seu passado destruído propositalmente, os nomes das pessoas seriam alterados assim que as embarcações aportavam e os registros de chegadas destruídos numa ação de violência comandada pela oligarquia nacional. 

Em primeiro lugar, deve-se esclarecer que a obra “1984” sugere que os detentores do poder de reinterpretar os registros históricos podem moldar as expectativas do que é possível no futuro. Por outro lado, que o controle do presente permite manipular a percepção sobre o passado. Ou seja, refere-se justamente aos prepostos do imperialismo no Brasil, incluindo os patrões de Lacombe, que buscam apagar a histórica luta dos negros brasileiros e impedir a conquista de sua emancipação.  

Em segundo lugar, os primeiros registros de chegada de embarcações de negros no Brasil datam 1530, cerca de 500 anos, naquele momento não havia uma oligarquia nacional, o que viria se tornar um país era apenas uma colônia de Portugal. Sendo assim, o Brasil nunca sequestrou nenhuma população ou colonizou outro país.  

A população brasileira enquanto nação foi consolida em 1822, o episódio principal de constituição enquanto povo brasileiro foi a expulsão dos holandeses em 1649, o qual inclusive contou com a participação dos negros que em 1888 se libertaram da escravidão num processo revolucionário, o qual por sua vez impulsionou a Proclamação da República em 1889. 

Evidentemente, os negros são o setor mais pobre da sociedade brasileira, assim como em todo o planeta, em virtude do processo de desenvolvimento histórico. Mas, se trata de erro dizer que o país é racista, uma vez que a miscigenação é uma das características mais importantes da população brasileira cuja composição majoritária é de negros. Isso não significa que a burguesia nacional não seja racista. 

Explicado essas questões, deve-se perguntar: O que muda na vida do negro brasileiro saber sobre a origem de seus antepassados africanos? A resposta é: absolutamente nada. Mas, para Lacombe, a “luta é lutada de forma mais eficaz com o resgate das raízes, do orgulho e da ancestralidade”. Isto é, os negros brasileiros não deveriam sentir orgulho por serem brasileiros, da luta contra o regime escravagista e de sua contribuição para a construção de nosso país.  

Ao invés disso, deveriam sentir orgulho de serem africanos, não se trata de negar os laços que unificam os povos oprimidos do mundo, em especial dos negros e que a luta dos povos africanos não seja motivo de orgulho, o problema é ser brasileiro. Para a colunista do UOL, “A luta não é feita com hashtags, cartazes e notas de repúdio escritas pelo jurídico e pelo departamento de marketing”, essa seria a luta para inglês ver: “superficial, inócua e marqueteira”. Mas será mesmo, o que está fazendo o Palmeiras além de uma demagogia barata? 

A Sociedade Esportiva Palmeiras está dominada pela Crefisa, um dos bancos que pratica as maiores selvagerias no que diz respeito a empréstimos, cobrando as maiores taxas do mercado e esfolando a população já miserável. Os bancos são os grandes responsáveis por impor as precárias condições materiais de vida à população pobre e preta. São esses parasitas que abocanham mais da metade de tudo que o país arrecada, os recursos que falta para financiar a saúde pública, saneamento básico, moradia, desenvolver a indústria nacional e gerar empregos.  

Nem mesmo acesso à cultura mais popular do país os banqueiros na direção do Palmeiras são capazes de garantir para o povo negro, pois praticam os preços de ingressos mais caros do país. A Casa Grande do UOL não tem qualquer preocupação com essas questões, demonstrando que os ataques contra o futebol nacional é parte de sua relação servil ao imperialismo.

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