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Brasil

Rio Grande do Sul: governador do Pará culpa o povo por catástrofe

A ideia de que o desastre no Rio Grande do Sul é culpa da não preservação do meio ambiente é ocultar a responsabilidade dos governos neoliberais

Colocar a culpa no meio ambiente é a forma encontrada pela burguesia para ocultar os verdadeiros culpados pela catástrofe no Rio Grande do Sul. O que está acontecendo não seria produto da política de devastação neoliberal colocada em prática pelo governo do estado e a maioria dos prefeitos, mas seria culpa da sociedade que não se importa com o meio ambiente.

A opinião do governador do Pará, Helder Barbalho, homem do MDB e, portanto, adepto da mesma política que colocou o Rio Grande do Sul embaixo d’água, é bem significativa. Para ele, em coluna publicada no portal Poder 360, o problema é a população e o cidadão comum terem consciência:

“Temas como preservação, sustentabilidade e meio ambiente sempre estiveram desconectados da realidade prática da população, do cidadão comum. Agora, diante de tudo isso, será possível ver e perceber que há sim uma relação de causa e efeito entre o respeito ao planeta e a vida cotidiana.”

Nada melhor do que colocar a culpa numa noção abstrata de meio ambiente, melhor ainda, no cidadão comum. Vejam só: aquelas pessoas que perderam as casas, que tiveram parentes e amigos mortos pelas enchentes, essas pessoas, no fundo, não são vítimas, são culpadas pelo que está acontecendo.

Agora, segundo o governador do Pará, eles devem “aprender pela dor”. Aprender que devem “preservar o meio ambiente”. Elas vão, segundo Barbalho, perceber que há relação de causa e efeito, ou seja, esses cidadãos comuns que não respeitam o planeta estão sofrendo os efeitos disso. Bem feito pra eles!

“Como explicar antes que preservação era algo que afetava a vida real das pessoas? Será que agora não está mais claro do que nunca que meio ambiente é casa própria, que meio ambiente é emprego, que meio ambiente é indústria, que meio ambiente é renda, segurança, saúde, educação?”

Barbalho continua sua pregação contra os pecadores, e vai além! Se esses pecadores querem casa própria, emprego, desenvolvimento, saúde, educação, renda, eles devem “preservar o meio ambiente”. Acabamos de descobrir que a responsabilidade de garantir tudo isso ao povo não é dos governos, é do próprio povo, ou melhor, se o povo for muito bonzinho com o meio ambiente. É muito cinismo!

“Toda essa tragédia no Rio Grande do Sul tem um caráter didático sobre a utilidade prática da consciência ambiental. Se há um aspecto positivo em toda essa dor é que como sociedade estaremos mais prontos para acabar de vez com o negacionismo ambiental.”

Para quem tinha dúvida, aqui está a origem de toda a campanha ambiental e da ideia do “negacionismo ambiental”. Ela serve para esconder os culpados pelo problema, aqueles que não investiram nada em infraestrutura porque precisavam cumprir as metas fiscais. Assim, coloca-se a culpa nas mudanças climáticas. Quem são elas? Ninguém sabe, mas sabe-se que os culpados por elas são o povo. Os governos são quase vítimas desse povo tão inconsciente e irresponsável que não cuida do meio ambiente.

É para isso que serve a ideologia “ambiental”. A esquerda que repete essa ideia não percebe que, na verdade, está apoiando a política dos capitalistas que estão ocultando a sua própria responsabilidade no desastre.

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