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Rio Grande do Sul

Resistência/PSOL: a vida do povo gaúcho? Não, a farra dos bancos!

Grupo está mais preocupado com "debate climático" que com a população

Chuva no Rio Grande do Sul

No grotesco artigo intitulado As contradições da tragédia no RS: Por que a extrema-direita está “vencendo” o debate climático?, assinado por um tal Matheus Hein, que se apresenta como doutorando em Filosofia, e publicado pelo portal Esquerda Online, o grupo Resistência, corrente interna do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), apresenta a tese de que no Rio Grande do Sul, a esquerda deveria estar preocupada não com a morte de quase duas centenas de pessoas – de acordo com números oficiais -, mas sim com o “debate climático”. Se os capitalistas vão continuar destruindo o Rio Grande do Sul ou não, pouco importa. O que acontecerá com a população gaúcha, pouco importa. A grande preocupação do autor é que a extrema direita ganhe o tal debate. É uma posição tão absurda que beira o fascismo, diante da total insensibilidade com o sofrimento humano.

Assim diz o artigo:

“O modus operandi da extrema-direita — criar uma realidade paralela através da distorção dos fatos, ou diretamente forjando mentiras — está em plena operação durante a catástrofe, o que torna ainda mais trágico um cenário gravíssimo. Essa movimentação não é por acaso, mas decorrente de uma conclusão que a extrema-direita chegou: a catástrofe no estado é o principal fato político no ano e, mais do que isto, um acontecimento que coloca em xeque um dos seus principais fundamentos ideológicos, isto é, o negacionismo climático. O lógico seria o descrédito desse campo político frente a um evento da realidade que demonstra a veracidade da crise climática e a óbvia falsidade das posições da extrema-direita. Infelizmente, em tempos de bolsonarismo vivo e rastejante, a lógica perde espaço para um discurso político inflamado e uma base radicalizada. Cientes disto, movimentaram-se para não apenas anular as contestações sobre a realidade incontestável da emergência climática, mas também para fortalecer outros pontos cruciais da sua narrativa torpe e mentirosa.”

Ainda que fosse verdade, caberia perguntar ao Resistência: por que a vida da população gaúcha seria mais importante que o tal “debate climático”? Por que seria mais importante impedir que a extrema direita faça propaganda contra a tese do aquecimento global que assistir a população, que reconstruir a infraestrutura do estado, que resgatar as pessoas ilhadas etc.? Se fosse fato o que o Resistência está dizendo, que deixasse o tal “debate” para lá. Não há nada mais urgente que salvar a população que está completamente abandonada no estado sulista.

Mas o problema não para por aí. A preocupação toda do grupo com o tal “debate climático” é, no final das contas, a preocupação de defender a propaganda que o imperialismo faz em torno do clima. Não se trata, como o autor faz entender, de uma prioridade para a esquerda em nenhum aspecto. Para ele, o que se sobrepõe às necessidades imediatas da população é a defesa do que diz a Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a questão climática. Matheus Hein nem faz questão de esconder isso:

“Nas estórias da extrema-direita, entretanto, o verdadeiro objetivo seria uma operação com intenção de criar um desbalanço climático intencional e utilizar-se da ‘agenda climática’ para instaurar uma ‘tirania verde’ através do ‘ecoterrorismo’. Aliás, essas expressões foram usadas por Bolsonaro recentemente que, em meio ao caos no Rio Grande do Sul, resolveu criticar políticas climáticas incentivadas pela ONU.”

Em resumo: para o Resistência, desconfiar da força política que causou duas grandes guerras mundiais e é responsável pelas mais sangrentas ditaduras no mundo, incluindo a do Estado de “Israel”, seria “negacionismo”. Que um dos barões do mercado financeiro mundial como George Soros esteja interessado em impedir que o Brasil explore o seu petróleo, não deveria causar qualquer desconfiança. Afinal, quem disse foi a ONU, a mesma organização que assiste ao genocídio palestino de braços cruzados!

Priorizar o “debate climático” em relação ao sofrimento do povo gaúcho não é simplesmente trocar necessidades reais por algo supérfluo. É colocar-se a reboque do imperialismo.

Mas o mais impressionante de tudo é que ao falar do tal “debate climático”, o Resistência ignora que, se a extrema direita está fazendo uma campanha política em torno da questão climática, a imprensa burguesa também está. E sua campanha não é contra o “aquecimento global”. É em defesa do neoliberalismo, dos grandes bancos. Mas, diante dessa campanha, a corrente do PSOL se cala.

No final das contas, a política do Resistência é duplamente pró-imperialista. É uma frente única com a política do imperialismo para tentar tutelar a exploração de riquezas naturais pelos países atrasados e uma tentativa de ocultar a participação dos bancos na destruição do Rio Grande do Sul.

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