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Golfo Pérsico

Rei do Cuaite fecha o parlamento, as monarquias árabes balançam

Umas das monarquias árabes está sob crise há meses, o rei precisou fechar o parlamento para tentar controlar a situação, mas o Cuaite expressa a tendência de toda a região

Na última semana, o emir do Cuaite dissolveu o parlamento, isso aconteceu semanas após o país do Golfo realizar as eleições. Xeique Mishal al-Ahman al-Sabá e o gabinete nomeado por ele assumirão alguns dos poderes da Assembleia Nacional com 50 membros, afirmou o emir em rede nacional. Além disso, suspendeu alguns artigos da Constituição “por um período não superior a quatro anos”.

“A atmosfera insalubre vivida pelo Cuaite nos últimos anos incentivou a disseminação da corrupção para alcançar a maioria das instalações do estado, e infelizmente alcançou as instituições de segurança e econômicas”, disse o rei de 83 anos, acrescentando que “isso até afetou o sistema de justiça”. “Enfrentamos dificuldades e obstáculos que não podem ser tolerados”, afirmou. E ainda, como um bom rei, afirmou que não deixaria a “democracia” destruir o regime político: 

“Não permitimos que a democracia seja explorada para destruir o país”, frisou Al Sabah durante seu discurso, também reproduzido pela agência de notícias oficial do Cuaite, KUNA. E continuou: “Alguns [deputados] chegam mesmo a interferir nos poderes do emir e na eleição do seu príncipe herdeiro, esquecendo que este é um direito constitucional explícito”.

As eleições de abril foram as primeiras desde que xeique Mishal assumiu em dezembro após a morte de seu meio-irmão, xeique Nawaf al-Ahmad al-Jaber al-Sabah. Desde então, as disputas entre a Assembleia Nacional e o gabinete desencadearam dissoluções do parlamento, gerando um impasse na formação de um governo. Emir afirmou que o fracasso foi resultado das “imposições e condições de alguns” legisladores.

“O Cuaite passou por momentos difíceis recentemente… o que não deixa espaço para hesitação ou atraso em tomar a difícil decisão de salvar o país e garantir seus interesses mais elevados”, disse o emir.

Interferência estrangeira?

Após a dissolução do parlamento, autoridades do país árabe prenderam o ex-deputado Ualid Al-Tabtabai, após este acusar países estrangeiros de influenciar a dissolução do parlamento. O ex-membro da Assembleia Nacional acusou no X (antigo Twitter) a interferência de “países estrangeiros”, que segundo a imprensa árabe, seria uma referência aos Emirados Árabes, Arabia Saudita, que seriam responsáveis por implantar “ditaduras e regimes contrarrevolucionários” no mundo árabe desde a Primavera Árabe. Tabtabai colocou como uma situação “Inaceitável”, expressando a esperança de que a Assembleia Nacional fosse estabelecida “com todos os seus poderes constitucionais”.

A crise política no Oriente Médio

O mundo árabe é na realidade um grande país, principalmente as nações propriamente no Oriente Médio, as monarquias do golfo, o Iêmen, a Palestina, a Síria, o Iraque, o Líbano e o Egito. Alguns desses vivem verdadeiras revoluções, é o caso do Iêmen, e principalmente na Paletina. Essa revolução, que começou em outubro de 2023 está abalando todos os regimes políticos árabes.

As 7 monarquias (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Catar, Cuaite, Barém e Omã) estão entre os governos mais afetados. São regimes muito reacionários e portanto estão em muita contradição com a situação política.

O Cuaite nesse sentido é um dos mais vulneráveis. Ele tem uma estrutura parlamentar, ao contrário da maioria, que está nesse momento canalizando descontentamento geral da população. Além disso ele é um país menos importante. A Jordânia, por exemplo, é um país chave para sustentar “Israel” e portanto está sob controle total do imperialismo.

O fato da monarquia do Cuaite ter de dissolver o parlamento mais de uma vez é uma demonstração que qualquer abertura do regime político pode dar lugar a uma grande luta política em defesa da Palestina que naturalmente se tornará uma luta nacionalista, contra a monarquia.

É um sinal importante e que deve ter ligado o alerta de todas as monarquias da região e também do Egito, que também possui um regime ultrarreacionário, a ditadura militar de Sisi imposta por um golpe dos EUA em 2013.

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