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Estados Unidos

Como o identitarismo se infiltrou na imprensa norte-americana

Emissora pública está carecendo de pontos de vista diferentes e que as pessoas não confiam mais no meio de comunicação

NPR é a sigla para National Public Radio (em português, Rádio Pública Nacional). Trata-se de uma empresa de comunicação social sem fins lucrativos e mantida com dinheiro estatal (recursos dos pagadores de impostos nos EUA) e com doações diretas de seus ouvintes. A NPR produz conteúdo que é compartilhado com centenas de emissoras locais norte-americanas.

Um jornalista chamado Uri Berliner que trabalha na Rádio há 25 anos relatou em seu artigo “Estou na NPR há 25 anos. Veja como perdemos a confiança da América” como a rede vem se transformando e se tornando cada vez mais impopular por conta das pautas identitárias e o “universo woke” depois que Trump venceu as eleições em 2016. Segundo o jornalista, depois que o veículo de comunicação passou a adotar essa agenda ele vem cada vez mais perdendo seu público.

“Há um consenso tácito sobre as reportagens que devemos fazer e como elas devem ser enquadradas. É simples: uma história após a outra sobre casos de suposto racismo, transfobia, sinais do apocalipse climático, Israel fazendo algo ruim e a terrível ameaça das políticas republicanas. É quase como uma linha de montagem”, relata Berliner.

A emissora foi fundada em 1970 e segundo relato de Berliner sempre teve uma boa audiência por fazer um jornalismo confiável. Em 2011, vinte e seis por cento dos ouvintes se descreveram como conservadores, 23 por cento como intermediários e 37 por cento como liberais. Em 2023, o quadro era completamente diferente: apenas 11 por cento se descreviam como muito ou um pouco conservadores, 21 por cento como intermediários e 67 por cento dos ouvintes afirmavam ser muito ou um pouco liberais. 

“Não estávamos perdendo apenas os conservadores; também estávamos perdendo moderados e liberais tradicionais. Não existe mais um espírito de mente aberta na NPR e agora, previsivelmente, não temos um público que reflita a América”, escreveu Berliner.

De acordo com o jornalista, a NPR, passou a fazer matérias atacando o ex-presidente Donald Trump. Em maio de 2021, na Redação em Washington, sede da emissora, havia 87 eleitores registrados como democratas e zero como republicanos. “Quando sugeri que tínhamos um problema de diversidade, a resposta não foi hostil. Foi pior. Houve profunda indiferença”, escreveu Berliner.

As pautas contra o ex-presidente Trump se tornaram corriqueiras. “Os rumores persistentes de que a campanha de Trump conspirou com a Rússia durante as eleições [de 2016] tornaram-se uma atração que impulsionou as reportagens. Na ‘NPR’, atrelamos o nosso carro ao antagonista mais visível de Trump, o deputado [democrata] Adam Schiff [eleito pela Califórnia e de perfil liberal]. “Schiff, que era o principal democrata no Comitê de Inteligência da Câmara, tornou-se o braço orientador da ‘NPR’, a sua musa sempre presente.” afirma Berliner.

O caso envolvendo o Laptop do filho do atual presidente Biden, foi completamente ignorado pela redação da NPR. “Em outubro de 2020, o ‘New York Post’ publicou uma reportagem explosiva sobre o laptop que Hunter Biden [filho de Joe Biden, então ainda candidato democrata a presidente] abandonou em uma loja de informática em Delaware. O equipamento continha e-mails sobre seus sórdidos negócios. Faltando apenas algumas semanas para a eleição, a ‘NPR’ fez vista grossa. 

“O conteúdo do laptop tinha valor de notícia. Mas o instinto jornalístico atemporal de seguir uma história quente foi reprimido. Durante uma reunião com colegas, ouvi um dos melhores e mais imparciais jornalistas da NPR dizer que era bom não darmos cobertura para aquele assunto porque poderia ajudar Trump.”

Na questão da pandemia, o jornalista relata que foi rápido para a emissora adotar “linhas narrativas ideológicas”. Fazendo coro com as ideias mais ridículas sobre a possível origem do vírus. Por exemplo, houve a Team Natural Origin – apoiando a hipótese de que o vírus veio de um mercado de animais selvagens em Wuhan, China. E do outro lado, Team Lab Leak, apoiando-se na ideia de que o vírus escapou de um laboratório de Wuhan.” Disse Berliner.

Outro ponto levantado por Berliner em seu artigo é que os jornalistas, após o assassinato de George Floyd pela policia americana, todos tiveram vários cursos e limitações em suas escritas sobre racismo, genero e etc, e também que isso rendeu um bom dinheiro para a NPR. “Uma equipe crescente da DEI ofereceu reuniões regulares nos implorando para “começarmos a falar sobre raça”. Foram oferecidos diálogos mensais para “mulheres negras” e “homens negros”. Pessoas de cor não binárias também foram incluídas.”

O relato do jornalista mostra claramente como a empresa de comunicação foi diretamente infiltrada pela política woke, identitária e como isso estava sendo prejudicial para os jornalistas e seus ouvintes.  Segundo Berliner, pessoas que ele conhecia e que acompanhava seu trabalho chegaram e lhe perguntar o que estava acontecendo com a emissora. 

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