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Antônio Vicente Pietroforte

Professor Titular da USP (Universidade de São Paulo). Possui graduação em Letras pela Universidade de São Paulo (1989), mestrado em Linguística pela Universidade de São Paulo (1997) e doutorado em Linguística pela Universidade de São Paulo (2001).

Coluna

Questões de número gramatical

O plural tem várias formas além do morfema “-s”

Em português, na maioria dos substantivos, o plural é marcado com o morfema “-s” e o singular, com sua ausência; ausências assim são chamadas, em morfologia, de morfema zero. Em outras palavras, se o morfema de plural “-s” é formado pela consoante [s] com o sentido de plural, o morfema zero de singular é formado pela ausência de vogais ou consoantes, com o sentido de singular.

No entanto, embora esta regra de singular e plural possa ser aplicada a grande parte dos substantivos da língua portuguesa, ela não é geral; embora o singular sempre seja formado pelo morfema zero de número, a formação do plural depende da terminação da palavra.

Quando o substantivo termina em vogal, o plural é formado com “-s”. As palavras “onça”, “elefante”, “sagui”, “macaco” e “urubu” realizam seus plurais com o morfema “-s”, entretanto, se o substantivo termina em consoantes, surgem as diferenças:

(1) Se o substantivo termina em “r”, “s” ou “z”, o plural é formado pelo morfema “-es”, feito em “mulher/mulheres”, “país/países” e “raiz/raízes”. Quando o final “s”, porém, está em sílaba átona, a forma do plural é igual à do singular, por exemplo “lápis/ lápis”;

(2) Se o substantivo termina em “n” ou “m”, o plural é formado pelo morfema “-s”. No caso do “n”, o acréscimo do “-s” não acarreta nenhuma mudança na escrita da palavra, feito em “pólen/pólens”. Todavia, se o substantivo termina em “m”, deve-se fazer alteração de grafia e escrever o plural com “-ns”, por exemplo “homem/homens”;

(3) Se o substantivo termina em “l”, a vogal antecedente deve ser considerada. Com as vogais “a”, “e”, “o” e “u”, “l” é substituído pela forma “-is” de plural, feito em “avental/aventais”, “menestrel/menestréis”, “anzol/anzóis” e “paul/pauis”. Quando a vogal antecedente de “l” é “i”, deve-se considerar a acentuação tônica da palavra; se o acento tônico incide no final da palavra, “l” é substituído por “-is”, como em “anil/anis”, mas se o acento recai em sílabas anteriores, “l” é substituído por “-eis”, como em “fóssil/fósseis”;

(4) Se o substantivo termina em “x”, o plural é invariável, pois o plural de tórax é tórax;

(5) Há, ainda, os substantivos terminados em “ão”. Nesse casso, há três possibilidades: (5.1) há palavras cujo plural é o morfema “-s”, feito “pagão/pagãos” e “cristão/cristãos”; (5,2) há palavras cujo “ão” se transforma em “ões” no plural, feito “afinação/afinações”; (5.3) há palavras cujo “ão” se transforma “ães” no plural, feito “cão/cães”.

No caso dos substantivos terminados em “ão”, não há regras seguras tais quais nos terminados em “l”; para utilizá-los segundo a norma culta, é necessário memorizar as variações. Entretanto, o plural de “anão” pode ser “anãos” ou “anões”, revelando variantes a serem consideradas no uso da língua.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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