Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Hélio Rocha

Possui graduação em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2013). Atualmente é repórter de meio ambiente e direitos sociais em Plurale em Revista e correspondente em Pequim.

Coluna

Qual o critério para não dizer ‘holocausto’?

"O fato é que uma parte dos judeus, a mais numerosa e poderosa, quer a exclusividade sobre o holocausto, como importante ferramenta de uso político internacional"

O que qualquer pessoa que pensa honestamente a história, em considerando-a um estudo sobre o passado que tenta trazer lições para o presente, é: quais são os critérios para de fazer um paralelo de um dado massacre com o holocausto? Porque, se há o componente de ódio racial, se há, eventualmente, a intenção manifesta de extermínio de um povo, se a matança tem método e finalidade, por que não se pode comparar o genocídio palestino ao holocausto? Se assim o for, jamais a humanidade viverá outro, não porque eles não venham a existir, mas porque nunca mais a eles será dado o nome.

Os que atentam contra o presidente Lula por sua feliz e corajosa comparação, feita domingo na Etiópia, deveriam explicar seus critérios para que o genocídio palestino não possa ser comparado ao dos judeus pelos nazistas. São os seis milhões contra cem mil, agora? Essa me parece a mais estúpida e desonesta argumentação, visto sugerir que esperemos que se chegue a, quem sabe, pelo menos um milhão, para discutir o termo. São os métodos: não ter câmara de gás nem campos de concentração assim nominados? Pois suponho que seja mais razoável cercar um povo com dois milhões de pessoa, numa faixa do tamanho de um pequeno município, mas não dar o nome de campo de concentração. Está região que é a mais densamente povoada do mundo, e bombardeada à exaustão. Imagino que isso seja aceitável, para essas pessoas. Não tem “O trabalho liberta” no portão de entrada, afinal.

O fato é que uma parte dos judeus, a mais numerosa e poderosa, quer a exclusividade sobre o holocausto, como importante ferramenta de uso político internacional. O holocausto pertence à humanidade, todos como potenciais perpetradores e vítimas. Ou, caso contrário, os alemães teriam que responder por isso eternamente, espelhando o argumento de que o lugar de vítima só pode ser discutido por judeus ou atribuindo o holocausto como fenômeno isolado e não equiparável.

É óbvio que não. Outros holocaustos virão, enquanto houver luta de classes, sob outras facetas e com ferramentas diferentes. É de se esperar que a próxima, finalmente, não envolva judeus.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.