A grande imprensa golpista não esconde o seu desejo de ver Lula e o PT fora do governo. Normal, afinal, essa imprensa responde aos interesses do imperialismo e do grande capital “nacional”, responsáveis diretos pelo golpe que derrubou a presidente Dilma, pela prisão de Lula e pela eleição farsa que garantiu a vitória de Jair Bolsonaro.
É fato, no entanto, que a campanha contra Lula e o PT tem seus apoiadores dentro do próprio partido do presidente. Por um lado, existem aqueles que são a favor que o governo do PT seja algo semelhante ao PSDB, expresso na defesa do “déficit zero”, de uma Petrobrás voltada aos interesses dos acionistas, na entrega do governo para a direita e por aí vai. Mas há também aqueles que atacam Lula e o governo por meio de um discurso aparentemente mais ideológico e que acabam fazendo uma frente com a direita.
Nesse último grupo, ganhou notoriedade nos últimos dias o ex-deputado psolista Jean Wyllys, que se filiou ao PT no início do governo Lula em busca de cargos e, não contemplado, e aliado com setores identitários e reacionários dentro do próprio governo, vira e mexe ataca o partido e o governo como um verdadeiro Cavalo de Troia.
A última de Wyllys foi defender que Lula não deve tentar a reeleição e que o PT deve apoiar a ultradireitista ministra Simone Tebet (MDB).
No afã de defender Tebet, Wyllys chega a afirmar que Tebet – que teve míseros 3% de votos nas eleições presidenciais – é “popular” [!!]. Com isso, abre caminho para novas propostas identitárias de “substituição” de Lula por um(a) candidato(a) que nada tenha a ver com a luta dos trabalhadores.
É a velha política da direita – defendida por setores que se passam por esquerdistas por interesses eleitorais e outros – de que a classe trabalhadora não deve ter uma representação, um programa e uma política próprias, deve seguir a reboque da burguesia golpista, o que só tem como resultado seu “desarmamento” político e o retrocesso nas suas próprias condições de vida,