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América do Sul

PCV, o papagaio do imperialismo na Venezuela

No país, face ao cerco econômico e político, uma dita esquerda "revolucionária" se coloca como oposição ao governo, entrando numa frente com a direita e o imperialismo

No dia 15 de março, o Partido Comunista da Venezuela, correspondente ao PCB no Brasil, teve um artigo reproduzido por este em seu sítio, intitulado Venezuela: PCV lançará candidatura presidencial. As eleições venezuelanas estão marcadas para 28 de julho deste ano. No artigo, o PCV ataca o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, num estilo semelhante ao observado no Brasil por sua contraparte. Citando o dirigente Yul Jabour, a matéria diz que:

“Diante da apresentação do calendário oficial para as eleições presidenciais, ‘o VIII Pleno do Comitê Central avaliou as distintas possibilidades de participação, assim como as propostas nas quais se vêm trabalhando junto a outros setores do campo popular, dando prosseguimento à nossa política de reagrupamento de forças genuinamente democráticas, anti-imperialistas e revolucionárias’, explicou o integrante do Birô Político do PCV.”

Aparentemente, de início, o PCV se colocaria como um braço do bolivarianismo na luta contra o imperialismo, ao menos é o que parece. Logo em seguida, no entanto, comentando um acordo firmado nas eleições de 2018 com o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), partido do governo, afirma:

“‘Hoje, seis anos depois, entendemos a que correspondia essa atitude: tudo indica que havia uma decisão em curso de uma virada rumo a políticas comprometidas com o grande capital e não com os trabalhadores e trabalhadoras; não com o povo venezuelano’, acrescentou.”

Ora, o governo da Venezuela está acossado pelo imperialismo. Não apenas por sanções, mas tentativas de assassinato, sabotagem industrial e de outros tipos, movimentos golpistas, inclusive armados, campanhas de propaganda caluniosas pela imprensa imperialista, são lugar comum na arena política venezuelana hoje. É factível que um governo que enfrenta ataques do imperialismo em todas as frentes, sem ceder, esteja “comprometido com o grande capital”? É possível que, numa situação como essa, enfrentando ataques de todos os tipos, o governo venezuelano e seu presidente, Nicolás Maduro, não se apoiem nos trabalhadores da Venezuela como base de sustentação política? É claro que não. Caso se deixe levar pela direita, pelo “grande capital”, o governo Maduro cairá pelas mãos do imperialismo ou pelas mãos dos trabalhadores. Não há na Venezuela hoje espaço político para uma esquerda conciliadora. O imperialismo quer a direita feroz, totalmente entreguista, os trabalhadores querem a soberania, não há meio termo.

Sobre o calendário eleitoral, declara o dirigente:

“’Praticamente anula as possibilidades de que organizações e grupos de eleitores apresentem candidaturas autônomas e independentes’, disse Jabour.”

É importante, para compreender a operação do PCV, descrever a situação. As eleições na Venezuela estão já sofrendo um ataque por parte do imperialismo, que visa jogar lama sobre o pleito para, não conseguindo desatar seu golpe na eleição, colocá-la em xeque. Não é a primeira ou sequer a segunda vez em que isso ocorre no país. Ao apresentar afirmações genéricas de críticas às eleições como antidemocráticas, o PCV nada mais faz que embarcar na campanha golpista do imperialismo para impedir a vitória eleitoral de Nicolás Maduro, uma campanha não apenas contra o presidente, mas contra todos os trabalhadores venezuelanos. Por fim, o PCV segue em seu ataque, com um novo ponto:

“O dirigente detalhou que as datas estabelecidas no calendário para apresentar grupos de eleitores ou candidaturas por iniciativa própria dificultam a participação política de setores que não estão alinhados com o pacto entre o Governo de Nicolás Maduro e correntes da oposição de direita.”

A justificativa para a manobra golpista, para o ataque contra o governo que faz concretamente uma frente contra o imperialismo é característica de setores golpistas infiltrados na esquerda: “o governo está alinhado com a direita”. É possível cogitar que a oposição de direita (o que é uma colocação do próprio PCV como oposição de esquerda) busca acordos com o governo que não sejam meros golpes neste momento? Estaria o PCV esquecendo-se da manobra Juan Guaidó? Mais, com um governo frontalmente oposto ao imperialismo, é possível se colocar como oposição de esquerda, sem adotar um caráter golpista em alguma medida? O PCV demonstra que não.

Curiosamente, lembra o PCV seu irmão, o PCB, que encampa no Brasil, com argumentos semelhantes, a frente de esquerda golpista.

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