Nesta sexta-feira (8), membros de partidos e organizações pequeno-burguesas, que se autoproclamaram “organização” do ato do Dia da Mulher Trabalhadora de São Paulo, tentaram censurar militantes do Partido da Causa Operária (PCO) e do Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo de falar no carro de som da manifestação na Avenida Paulista.
Segundo denúncias recebidas em primeira mão por este Diário, o carro de som presente na manifestação é do PCdoB e da MMU, representantes de ambas as organizações proibiram as militantes do PCO de falar no ato, alegando que o Partido e seu coletivo de mulheres não haviam participado da organização da manifestação.
Izadora Dias, coordenadora do coletivo Rosa Luxemburgo, entretanto, desmente a versão destas organizações, afirmando que o Partido nunca foi convidado para participar das reuniões de organização que, supostamente, estariam ocorrendo há três meses.
Um vídeo feito pela equipe do DCO mostra uma representante do Movimento Negro Unificado (MNU) reforçando que o PCO não pode falar no carro de som por não participar da organização. Ao ser questionada sobre o porquê, porém, ela se contradiz e afirma que “é um ato de esquerda”. Veja:
“Não querem deixar as mulheres do PCO falar. A organizadora falou com todas as letras que foi decidido na organização que todos os partidos iriam falar, menos o PCO. Eles não querem deixar a gente falar”, disse Izadora Dias ao DCO.
Frente a essa censura, as militantes do coletivo de mulheres, em conjunto com a Bateria Zumbi dos Palmares, iniciaram uma campanha para denunciar a atuação destes grupelhos. “Sem censura!”, gritam os manifestantes exigindo direito de fala ao PCO e às suas militantes.
Demais participantes do ato aderiram ao protesto, segurando cartazes contra a censura ao PCO:
“Estou aqui na marcha e eles estão tirando os direitos das mulheres de falar porque eles estão censurando nosso direito, eles só estão deixando quem eles querem [subir] lá em cima. Hoje é Dia da Mulher, mulheres levantando mulheres, e eles não estão deixando a gente ter esse direito […] Cadê os direitos? Estamos aqui para lutar pelos mesmo direitos e eles não estão deixando a gente fazer isso”, afirmou Laís, de 18 anos, se juntando ao protesto do Partido.
Então, atacando ainda mais as militantes do PCO, a esquerda pequeno-burguesa exigiu que a Polícia Militar de São Paulo tomasse medidas contra o Partido.
Nossa equipe registrou o momento em que uma das representantes da organização do ato, em cima do carro de som, instigou a ação da PM de Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Queremos pedir a intervenção policial aqui na porta do caminhão, por gentileza, porque é inadmissível o que o PCO está fazendo aqui na porta do caminhão”, diz.
Com isso, a polícia fez um cordão ao redor dos militantes do PCO, dividindo o ato em dois. Porém, depois, segundo testemunhas, os manifestantes conseguiram romper o bloqueio e participar normalmente da manifestação.
Em seguida, a PM partiu para cima dos militantes do PCO, detendo um deles e roubando seu faixão. Leia sobre o ocorrido por meio do link abaixo: