O atacante Estevão, do Palmeiras, é mais uma grande joia da base do clube alviverde, outra joia rara do futebol brasileiro. Como as últimas, já está cotado para ser vendido para Europa. Os jogadores brasileiros são vistos como mera mercadoria, empobrecendo nos clubes e nosso futebol.
Estevão é apenas mais um jogador que vai sair do Brasil antes mesmo de consolidar como atleta profissional. Nos últimos anos, casos como Vinicius Jr, Paquetá, Endrick, Vitor Roque e tantos outros que nem chegam ao conhecimento do público apontam como o futebol europeu, que é uma máquina imperialista que conta com infinito recursos financeiros, está de olho em jovens promesses do futebol brasileiro.
Clubes como Palmeiras e Flamengo têm apostado na venda de seus jovens para fazer caixa, o que nem sempre é revertido para a favor do time ou do torcedor. Esses dois clubes, em específico, contam com bom fluxo financeiro, e ainda assim, cobram caríssimo dos torcedores para poderem ir ao estádio.
Esse dinheiro é usado para encher o bolso de empresários, que são quem mandam no futebol. Por exemplo, os dois clubes, nos últimos anos, têm apostado em treinadores estrangeiros empresariados por agentes com grande trânsito na Europa. Nesse sentido, o passe das joias brasileiros vale apenas como papel de troca.
Isso tudo gera o empobrecimento do nosso futebol, tanto financeiro quanto em termos de arte. Alguns cínicos da imprensa brasileira ainda têm a coragem de afirmar que nosso futebol está aquém dos europeus. Isso é muito fácil de entender: trata-se de uma sangria industrial do futebol brasileiro.