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Editorial

Os militares golpistas de ontem e de hoje

Neste aniversário do golpe de 64, parte da esquerda pequeno-burguesa parece ter esquecido quem são, de fato, os militares, e qual é o seu papel no regime político brasileiro

Hoje, 31 de março de 2024, o golpe de 1964, que instaurou uma ditadura fascista no Brasil, completa 60 anos. Apoiados pelo imperialismo, os militares impuseram um regime de terror contra o povo brasileiro, massacrando o movimento operário por meio da perseguição aos partidos, aos sindicatos, ao movimento estudantil, acabando com a liberdade de expressão e mais.

Neste aniversário do golpe, entretanto, parte da esquerda pequeno-burguesa parece ter esquecido quem são, de fato, os militares, e qual é o seu papel no regime político brasileiro.

Nos últimos meses, a Polícia Federal, em conjunto com o Supremo Tribunal Federal (STF) e a imprensa burguesa, têm afirmado que Bolsonaro tentou dar um golpe militar no Brasil em 2022, mas que, pela recusa de setores das Forças Armadas, este plano não teria emplacado.

Frente a isso, a esquerda pequeno-burguesa, cuja ideologia é praticamente comandada pela imprensa burguesa, começou a afirmar que tais setores dos militares seriam “legalistas”, membros das Forças Armadas que prezam pela “democracia” e que, portanto, são diferentes dos golpistas de 1964.

É uma constatação absurda que ignora o fato de que, na sociedade capitalista, as Forças Armadas são uma ameaça permanente a qualquer regime. Os generais chamados de “legalistas” são, salvo raras exceções, justamente aqueles ligados ao imperialismo e, portanto, aqueles que comandam os golpes de Estado.

As Forças Armadas, na medida em que detêm o monopólio das armas e são uma burocracia cujo funcionamento é praticamente independente de qualquer outra instituição do Estado, como o próprio Poder Executivo; exercem uma tutela permanente sobre o conjunto da sociedade.

Prova dessa tutela é o fato de que o presidente Lula cancelou as manifestações deste dia 31. Ele chegou a afirmar que o golpe de 1964 “faz parte do passado” e que quer “tocar o País para frente”.

A política adotada por Lula demonstra que o governo possui uma grande preocupação com os militares, que está com medo deles. É, nesse sentido, uma demonstração de fraqueza, um sinal de que ele está sendo pressionado pelas Forças Armadas a ir à direita e a não bater de frente com estas.

Essa pressão, por si só, já representa uma política golpista, uma política que quer fazer o governo eleito pelos trabalhadores de refém para que favoreça os militares. “Saia da linha e vai se ver com a gente”, é isso que as Forças Armadas querem dizer a Lula.

Chamar certos militares de “legalistas” é, portanto, um erro. E um erro que faz com que a esquerda abaixe a sua guarda frente a uma eventual ofensiva dos militares – algo que, diga-se de passagem, é provável dada a onda golpista na América Latina. É o tipo de política que, em seu extremo, fez com que a esquerda capitulasse diante do golpe de 64.

Não pode haver dúvidas: se as condições permitissem, os militares de hoje teriam a mesma política sanguinolenta que os golpistas de 1964.

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