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Irã

Operação Promessa Cumprida: 2º maior acontecimento do século XXI

Segundo Rui Costa Pimenta, ação militar iraniana foi o evento político mais importante desde 7 de outubro, e faz parte de uma série de derrotas do imperialismo nos últimos anos

Neste domingo (13), o Irã realizou a operação Promessa Cumprida, operação militar em resposta ao criminoso bombardeio realizado pela força aérea das forças israelenses de ocupação em 1º de abril contra o Consulado Iraniano em Damasco, Síria. O ataque sionista resultou no assassinato de 16 pessoas, dentre os quais o Brigadeiro General Maomé Reza Zaedi, alto comandante da Força Quds, esta por sua vez, um dos cinco ramos do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (CGRI).

Segundo informações da emissora iraniana Press TV, as forças armadas do Irã lançaram mais de 300 VANTs (veículos aéreos não tripulados, comumente chamados drones) e mísseis em direção ao território de “Israel”, em um ataque que vinha sendo antecipado há duas semanas. Do lado do imperialismo e do sionismo, os Estados Unidos e a Inglaterra vieram a socorro de “Israel”.

Dois dias depois, a operação militar do Irã ainda está sendo debatida por toda a imprensa mundial, imperialista ou independente. Uns dizem que a ação foi bem sucedida, outros não.

Daniel Hagari, contra-almirante das forças israelenses de ocupação e porta-voz do exército sionista, alegou que 99% dos lançamentos feitos pelo Irã teriam sido abatidos e que, por isto, a operação Promessa Cumprida teria fracassado. Chamou a atuação das forças israelenses de ocupação de “um sucesso estratégico muito significativo”. Benjamin Netaniahu, primeiro-ministro de “Israel”, publicou em sua conta no X a seguinte mensagem: “interceptamos. Bloqueamos. Juntos ganharemos”.

Por outro lado, Maomé Hossein Baqeri, Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Iranianas, declarou na manhã de domingo que “nem o escudo de defesa antimísseis do regime sionista pôde tomar qualquer ação significativa contra esta operação. Os propósitos da operação foram cumpridos”. Hossein Amirabdollahian, o ministro das Relações Exteriores do Irã, disse que a ação “proporcionou uma nova definição de equilíbrio de poder na Ásia Ocidental e melhorou as capacidades diplomáticas do país na arena internacional”, conforme noticiado pela agência de notícias iraniana Tasnim.

Afinal, a resposta do Irã contra o crime de “Israel” contra o consulado iraniano em Damasco foi ou não bem sucedida?

O comandante Robinson Farinazzo, capitão da reserva da Marinha Brasileira, analista militar do canal Arte da Guerra, afirmou, durante o programa Análise Internacional, do Diário Causa Operária, que a ação militar do Irã “foi tão bem sucedida que todos estão falando dela dois dias depois”, acrescentando como outro indício de sucesso o fato de que “‘Israel’, que é um país que nunca respeita a ONU, nunca respeitou nenhuma resolução da ONU, estava preocupado, apelou para a ONU ontem”.

No caso, Farinazzo refere-se ao fato de “Israel” ter requerido ao Conselho de Segurança da ONU que realizasse uma reunião de emergência logo após a ação do Irã.

A reunião foi realizada e Gilan Erdon, embaixador israelense na ONU, requereu que o órgão aplicasse “todas as sanções” contra o Irã, pedindo também a designação da Guarda Revolucionária como uma “organização terrorista”. Os membros do G7 condenaram verbalmente a ação do Irã. Por outro lado, é importante destacar a declaração do embaixador da Rússia, segundo o qual “o que aconteceu na noite de 14 de abril não aconteceu no vácuo”, acrescentando que “as medidas tomadas pelo Irã tornaram-se uma reação à vergonhosa inação deste conselho”. Declarou, também, que, “se uma representação ocidental tivesse sido atingida, teriam chovido imediatamente represálias”, fazendo referência ao ataque de “Israel” ao Consulado Iraniano, que foi a causa da ação militar do Irã. O embaixador russo então finalizou dizendo que “o que estamos testemunhando é uma demonstração de hipocrisia e padrões duplos. Isso é quase embaraçoso de assistir“.

Ao fim e ao cabo, a reunião terminou sem que nenhuma medida fosse tomada contra o país persa, uma demonstração de que a ação do Irã foi bem sucedida, e “Israel” e a ditadura do imperialismo sobre o Oriente Médio estão cada vez mais enfraquecidos.

Ainda demonstrando que a operação Promessa Cumprida foi bem sucedida, Robinson Farinazzo também afirmou o seguinte:

“Pela primeira vez em 51 anos, desde a guerra do Yom Kippur, ‘Israel’ não era atacado no seu território por outro estado […] Esse ataque do Irã mostrou uma coisa para ‘Israel’: vocês podem ser atingidos.”

O governo israelense, suas forças armadas e parte da imprensa imperialista dizem que a ação do Irã teria fracassado porque 99% dos artefatos que foram lançados contra “Israel” teriam sido abatidos.

Em primeiro lugar, deve-se questionar essas informações.

Conforme inúmeros vídeos que foram divulgados em canais da plataforma Telegram, vários mísseis e VANTs conseguiram passar pelo chamado Domo de Ferro (sistema de defesa israelense) e pela ação dos EUA e do Reino Unido. Vejamos alguns desses vídeos:

Além disto, mísseis balísticos sobrevoaram inclusive sobre o prédio do Knesset (parlamento israelense), veja foto abaixo:

Referido prédio poderia ter sido bombardeado; não o foi, pois não era o objetivo da Guarda Revolucionária Iraniana. O objetivo, no caso, eram bases militares específicas, quais sejam, as bases aéreas de Nevatim e Ramon, no Negev, e um centro de inteligência nas Colinas de Golã ocupadas – os três centros utilizados por Telavive no seu ataque ao consulado iraniano em Damasco. E elas foram atingidas.

Nesta operação, as forças armadas da República Islâmica do Irã, com cálculos precisos e utilizando VANTs e mísseis guiados, atacaram a base militar onde os aviões F-35 do regime sionista atacaram o edifício da Embaixada do Irã em Damasco. As nossas forças armadas não visaram a qualquer localização econômica ou populacional”, disse o ministro das Relações Exteriores do Irã.

Ressalta-se que, para realizar a operação militar, o Irã recorreu a VANTs Shahed 136, que possuem velocidade máxima de cerca de 185 km/h. Em outras palavras, o Irã não utilizou seus VANTs mais modernos. E ainda assim foi suficiente para sobrecarregar o Domo de Ferro para que seu objetivo militar fosse atingido, o que foi feito através dos mísseis balísticos que lançou.

Na tentativa de conter a ação militar do Irã, foi noticiado pelas próprias forças israelenses de ocupação que “Israel” teve um gasto bilionário.

Segundo declaração do Brigadeiro General Reem Aminoach ao portal sionista Ynet News, “os interceptadores, combustível de aviação e outros materiais gastos no abate de veículos aéreos não tripulados (UAVs) e mísseis do Irã custaram cerca de 4 a 5 bilhões de shekels (1,06 bilhão a 1,33 bilhão de dólares)”, conforme noticiado pela emissora russa RT. Conforme o militar, “Jerusalém Ocidental usou munições como os mísseis interceptadores Arrow e David’s Sling, que têm custos por unidade de cerca de US$3,5 milhões e US$1 milhão, respectivamente”. Enquanto o Irã teria gasto pouco mais de um milhão de dólares e, ainda assim, atingido seu objetivo.

Ao comentar sobre esse fato, Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), durante o programa Análise Internacional, analisou que esse fato demonstra uma capacidade de contenção muito frágil por parte do imperialismo e de “Israel”:

“Os Estados Unidos, a Inglaterra, e ‘Israel’, segundo informações da imprensa, gastaram mais de 1,3 bilhões de dólares para conter o ataque, enquanto que o Irã teria gasto pouco mais de um milhão de dólares. Quer dizer, eles gastaram mil vezes mais para conter um ataque pequeno, um ataque controlado pontual, o que mostra que a capacidade de contenção é muito frágil.”

Segundo Pimenta, este fato demonstra que acabou a era em que “Israel” podia atacar todos os países impunemente: “agora, há uma nova potência militar que é igual ou superior na região”.

Nesse sentido, fazendo referência a analista militar norte-americano, o presidente do PCO disse que o Irã “introduziu um novo poder de dissuasão na região”, o que implica “em uma mudança prática na relação de forças imediatas dentro do Oriente Médio”. Sobre isto, vale ainda citar o que foi dito por Michel Maloof, ex-analista do Pentágono, que as bases norte-americanas que cercam o Irã deixaram de ter um poder de dissuasão e se tornaram uma vulnerabilidade para o imperialismo:

“Temos cerca de 35 bases que cercam o Irã e, portanto, tornam-se vulneráveis. Eles foram feitos para ser uma dissuasão. Claramente, a dissuasão não está mais em questão aqui. Agora eles se tornaram o ‘calcanhar de Aquiles’ norte-americano devido à sua vulnerabilidade ao ataque.”

Deixando claro que a ação do Irã foi bem sucedida, Pimenta frisou que foi “um grande acontecimento histórico”:

“Por isto que todos estão discutindo. Falar que o ataque foi ineficiente é uma bobagem: os iranianos fizeram o que eles queriam fazer. Eles sabem que ‘Israel’ tem uma defesa aérea grande, que os norte-americanos e os ingleses iriam participar. Inclusive alguns países árabes ajudaram ‘Israel’ (Arábia Saudita, por exemplo). Com tudo isto, eles vazaram a defesa israelense a um custo baixíssimo. Enquanto que os outros, para interceptar os drones e mísseis iranianos gastaram uma fábula. Imagem isto em uma guerra? Ficou provado que ‘Israel’ é muito vulnerável […] é mais um prego no caixão do sionismo no Oriente Médio.”

Sendo assim, “do ponto de vista político, nós temos aqui o segundo maior acontecimento desde o 7 de outubro”, disse Pimenta, acrescentando ainda que a ação militar iraniana é parte fundamental da progressiva decadência mundial do imperialismo nos últimos anos, em que os Estados Unidos vem sendo derrotado política e militarmente em diversos países atrasados:

“Podemos colocar em sequência os seguintes acontecimentos: Afeganistão, Ucrânia, África, o 7 de outubro, e, agora, o Irã. São grandes acontecimentos que mostram que o poderio do imperialismo, a dominação imperialista, está caindo aos pedaços.”

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