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Guerra na Palestina

O único ‘antissemitismo’ que existe é contra os palestinos

O antissemitismo contra os judeus acabou como fenômeno expressivo há décadas, agora os semitas que são massacrados são os árabes, principalmente os palestinos

O sionismo, após sete meses de genocídio em Gaza, assume uma posição mais acuada. Os setores do chamado “sionismo de esquerda” aparecem mais na imprensa burguesa para tentar argumentar com o gigantesco movimento de ruas que se formou no mundo, principalmente nos EUA e na Europa. A Folha de S.Paulo, então, reproduz essas teses. Para esses sionistas, é necessário manter de pé a tese da “luta contra o antissemitismo”, o grande trunfo que permite as monstruosidades de “Israel”. Por isso, a Folha publicou o artigo Apoiar a causa palestina e lutar contra o antissemitismo.

O texto começa tentando traçar uma política de centro, de conciliação, excluindo os supostos extremos: “para alguns setores, a defesa do povo palestino só pode ser compreendida como manifestação antissemita; para outros, a luta contra o antissemitismo é um alinhamento automático à extrema direita israelense”. De fato, o imperialismo de conjunto faz a propaganda de que a defesa da Palestina é antissemitismo. O erro está na segunda afirmação, a “luta contra o antissemitismo” não é um alinhamento com a extrema direita, é um alinhamento com o sionismo, uma política genocida em todo o seu espectro político. 

Prova de que os “sionistas de esquerda” são tão genocidas como a ala direita é que eles imediatamente começam a falsificar a realidade: “da mesma forma, é fundamental lutar contra o antissemitismo que se alastra, disseminando discursos que igualam o governo de Israel à sociedade do país e responsabilizam os judeus ao redor do mundo por seus atos”. Primeiro, não existe a responsabilização dos judeus ao redor do mundo, isso é uma invenção completa dos sionistas para afirmar que os judeus são perseguidos, algo que acabou há décadas.

Segundo é a questão de igualar o governo à população de “Israel”. Aqui há duas questões. Primeiro, que isso quase não é feito, a esmagadora maioria do movimento em defesa da Palestina culpa os governos de “Israel” e dos EUA, e não a população. Segundo, quando isso é feito, existe um grande embasamento. Há dezenas de pesquisas que demonstram que uma grande parte da população, muitas vezes a maioria, apoia políticas brutais do Estado sionista contra os palestinos. E não é só isso, há centenas de vídeos de colonos israelenses atacando palestinos, atacando a ajuda humanitária destinada a Gaza etc. 

Fato é que os israelenses são desproporcionalmente mais fascistas que outras populações, e isso acontece, pois são uma população colonial. É o mesmo fenômeno que acontecia com os brancos da África do Sul durante o apartheid. No fim, a culpa era do governo e do imperialismo, mas fato é que a população branca apoiava a ditadura fascista contra a maioria negra da população.

Então, o artigo defende um ponto fundamental da propaganda sionista: “o crescimento do antissemitismo nos dói, fere nossa dignidade e nos nega a possibilidade de luto pelos ataques do Hamas em 7 de outubro. Ao mesmo tempo, fortalece a extrema direita, alimentando o discurso extremista e o nacionalismo bélico, apontados como única resposta possível ao lidar com um problema antigo, que todos os judeus conhecem”. Aqui, sem dar nome aos bois, os “sionistas de esquerda” afirmam que há um crescimento do nazismo no mundo. É ridículo. Enquanto os nazistas de verdade que governam “Israel” assassinaram mais de 35 mil palestinos em sete meses, os estudantes que lutam contra isso são taxados de nazistas.

E continua: “o antissemitismo não é uma ficção ou um sentimento persecutório sem base na realidade, mas uma violência que constrói e sustenta imagens, ideias e práticas de repulsa aos judeus. A instrumentalização pela extrema direita só é possível por estar presente nos discursos e atos vinculados à esquerda. Afinal, não se pode instrumentalizar algo que não existe”. Aqui, fica claro como essa tese é ainda mais absurda. Quem pratica a “luta contra o antissemitismo” hoje é a extrema direita. Quem são os grandes aliados de “Israel”? Trump, Bolsonaro, Milei, Zelenski etc. O sionismo se baseia na realidade de 1930 quando os judeus eram perseguidos na Europa e não no mundo real que os sionistas oprimem o mundo inteiro.

E da tese absurda da “luta contra o antissemitismo”, chega-se à conclusão de que não se pode lutar: “relativizar ou negar os ataques a civis israelenses, calar-se frente às evidências de abuso sexual e pregar a destruição e expulsão dos judeus daquele território enfraquece a causa palestina. Radicalizar a luta contra o massacre em Gaza e contra a escalada da violência generalizada na região é manter, ao mesmo tempo, o apoio ao movimento palestino e à luta contra o antissemitismo”.

Ou seja, não se pode defender a luta do povo palestino, não se pode denunciar a farsa da imprensa burguesa que afirma que o Hamas estuprou mulheres, algo que o próprio New York Times teve de admitir que era mentira. E para radicalizar a luta, é preciso se preocupar com o “antissemitismo” que não existe. Ou seja, é preciso deixar que os sionistas se infiltrem no movimento para enfraquecê-lo. É com esse golpe que a esquerda no mundo inteiro está sendo infiltrada pelos sionistas que atrapalham o movimento, ou seja, defendem o genocídio em Gaza. Os “sionistas de esquerda” são tão responsáveis pelo assassinato de crianças quanto os de direita. 

E, para fechar, vem a conclusão política, que é a principal: “o eixo Hamas-Netanyahu enfraquece palestinos e israelenses. Os binarismos impedem o diálogo, produzem sensibilidades seletivas, aumentam o sofrimento dos povos envolvidos, silenciando quem luta pela convivência, por reparações e soluções políticas que busquem justiça e paz concreta”. Não existe eixo Hamas-Netaniahu e, ainda mais importante, o Hamas não enfraquece os palestinos. O Hamas, pelo contrário, é o movimento que obteve mais conquistas para o povo palestino em toda a sua história. 

Todo o texto, na verdade, tem como ápice esse ataque ao Hamas. A luta em defesa da Palestina é a luta do Hamas e, por isso, o partido deve ser apoiando incondicionalmente. Igualar um monstro genocida ao movimento de libertação nacional mais heroico do século é algo que só pode ser feito por um cínico sionista. Nesse sentido, os “sionistas de esquerda” são ainda piores que os de direita. Eles fazem o genocídio e o pintam com um arco-íris. Querem matar crianças e fingir que são amigos dos palestinos. Ao menos, nesse sentido, Netaniahu é mais sincero.

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