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Petróleo

‘O petróleo não é nosso!’

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, retoma sua campanha contra a Petrobrás, afirmando que deve ser uma empresa de energia, mas não de petróleo

Em entrevista conduzida pelo Canal do Barão, no YouTube, e retransmitida em uma série de canais de esquerda, na última sexta-feira, 19 de abril, a ministra do Meio Ambiente Marina Silva defendeu sua política ecológica e, novamente, esboçou a campanha contra a Petrobrás e a exploração do petróleo brasileiro pelo Brasil. Segundo a ministra, em ponto destacado: “A Petrobrás tem que deixar de ser uma empresa de exploração de petróleo.”

A colocação veio na sequência de outra, quando, respondendo uma pergunta sobre rejeitos radioativos, inclusive da exploração de urânio, contidos por barragem em Minas Gerais, afirmou: “Por isso sou contra o uso de energia nuclear no Brasil.” Se colocando contudo a favor da pesquisa na área nuclear para propósitos que não o de geração de energia.

O vídeo, transmitido ao vivo, contou com a participação de uma série de jornalistas, cada um com direito a uma colocação e pergunta. Quando da vez de Leonardo Attuch, editor do Brasil 247, maior portal e canal de esquerda no País, o mesmo indagou sobre a Margem Equatorial:

“A Petrobrás anunciou uma descoberta importante de petróleo, se não me engano no começo desse mês de abril, no litoral do RN. E ao falar sobre a descoberta apontaram que seria um indício de que há grandes reservas de petróleo também na região da Margem Equatorial mais próxima aos estados amazônicos. Em que pé está essa questão, do licenciamento ou não da Margem Equatorial?”

A que responde Marina Silva:

“A Petrobrás tem que deixar de ser uma empresa de exploração de petróleo, ela deve ser uma empresa de geração e de produção de energia. Eu fiquei muito feliz na ida do presidente Lula para a Colômbia com o presidente Petro, porque decidiram que as empresas de petróleo da Colômbia e do Brasil vão investir em biocombustível e em hidrogênio verde. A COP 28 também estabeleceu que teremos que triplicar as energias renováveis na matriz energética global, e o Brasil de longe tem as melhores condições para fazer isso.”

Anteriormente, sobre a questão do licenciamento, Marina apontou que é feito por técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), que já havia rejeitado a proposta quando foi feita no governo golpista de Michel Temer, além de no governo Lula, e destacou a necessidade de o governo seguir as determinações técnicas.

Quanto ao parecer dito “técnico”, é importante ressaltar que o IBAMA buscou impedir a Petrobrás de sequer realizar a pesquisa na Margem Equatorial para verificar a existência de petróleo, que se suspeita haver. Mais que isso, a exploração de petróleo na Guiana vem ocorrendo já há algum tempo, e não houve também protesto ou alerta algum do Ministério do Meio Ambiente do Brasil a respeito, visto que a região é próxima da costa nacional. Ademais, a exploração na Guiana é feita por empresas imperialistas.

Sobre a exploração do petróleo e o investimento nas chamadas energias limpas, é importante ainda destacar que, se estão sendo feitos por petroleiras, são bancados pelo dinheiro do petróleo, que decorre da exploração do recurso, como pode ser o caso na Margem Equatorial. A riqueza do petróleo, base da economia mundial, é e pode ser utilizada não apenas para a pesquisa de energia limpa, mas para o desenvolvimento da indústria nacional e das regiões atrasadas próximas às quais se encontram as recentes reservas no Rio Grande do Norte, e a suspeita de reservas na costa do Amapá, por exemplo. Ou seja, essa riqueza pode ser utilizada para desenvolver regiões inteiras do País. Ao se colocar contra a exploração de petróleo, Marina Silva ignora todos esses fatores, mas a coisa vai além.

Segundo a ministra, “o Brasil de longe tem as melhores condições para fazer isso”. Ora, que isso quer dizer? O Brasil é o país ou um dos mais com maior porcentagem de energia limpa, ou seja, é o país que menos compromisso deveria ter com exercitar esse modelo, visto que já o faz, ou seja: a exploração de petróleo pelo Brasil deveria estar acima de crítica, mesmo e especialmente para os chamados ambientalistas.

Além disso, a ministra ignora o uso do petróleo para toda uma gama de produtos da indústria que vão além do mero uso como combustível, e mesmo na área dos combustíveis, o petróleo ainda não pode ser substituído simplesmente, como no caso do combustível de aviação. Os fertilizantes nitrogenados são outro exemplo de produto fundamental para a economia brasileira que decorre da indústria do petróleo. E isso dentre tantos outros exemplos, como plásticos e demais materiais sintéticos presentes em uma gama de setores econômicos.

Fato é, enquanto a exploração e refino de petróleo são atrasados para o Brasil, o País importa combustíveis. O mais relevante no momento, logo, não é a pesquisa de energia limpa, como um possível empreendimento futuro, mas o investimento imediato na indústria do petróleo, em exploração, pesquisa e refino, para tornar o Brasil 100% soberano em termos energéticos.

Se para os outros países do mundo o Brasil é o melhor lugar para começar a implementar a energia limpa, são eles os que mais carecem disso. Ao Brasil é preciso desenvolver, e com o desenvolvimento a pesquisa em demais formas de energia. Se as condições no Brasil são as melhores, que dizer dos EUA, país mais rico do mundo e cujas reservas de petróleo já não irão durar muito? A campanha, como um todo, soa artificial, como pura demagogia. Enquanto isso, o mundo é revirado por guerras imperialistas com o petróleo como fim. O Brasil deve acreditar que os interesses por trás da campanha de não exploração do recurso pela Petrobrás são inocentes, despreocupados e, mais que isso, nacionais?

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