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Um ano de governo Lula

O mundo fantasioso de Vera Lúcia e do PSTU

Em matéria assinada por Vera Lúcia, PSTU declara que, em 2024, continuará com sua política golpista

O PSTU publicou em sua página Opinião Socialista seus desejos e perspectivas para o ano de 2024, em matéria assinada pela própria Vera Lúcia, dirigente nacional do Partido e última candidata à presidência da República. No texto, é possível ver que se renovam suas tendências golpistas e oportunistas e a sua política de sabotagem da luta da classe operária e de ataques baixos ao governo Lula.

Intitulada Um 2024 revigorado, de muitas lutas e vitórias, a matéria começa demonstrando que a esquerda pequeno-burguesa está obcecada com o adiamento da luta e com a desmobilização do povo. Como foi possível ver na sabotagem realizada pelo PSTU na última atividade em defesa da Palestina do ano passado, a caminhada em defesa das crianças assassinadas por “Israel”, a questão mais importante a ser defendida por esses setores é uma suposta necessidade de tirar férias.

“Sabemos que grande parte da classe trabalhadora e do povo está num período de merecidas férias, junto a suas famílias, recarregando as baterias para iniciar o novo ano com energia renovada. E é justamente disso que vamos precisar”, afirma Vera, embora a classe operária nacional esteja toda trabalhando e os palestinos continuem sendo bombardeados por “Israel”.

Embora não tenha promovido luta nenhuma o ano inteiro, Vera está pedindo licença para descansar e mostrar que esse começo de ano será de muita inação e capitulação diante da direita.

Embora mencione de passagem a questão palestina, luta que tentou desmobilizar e sabotar ao longo do final do último ano, com apoio de outros setores da esquerda pequeno-burguesa, a questão central para o PSTU continua sendo a de estimular um clima de “golpismo” contra o governo do PT. Para a esquerda pequeno-burguesa, a ideia é que a derrubada do governo seria algo vantajoso para eles, uma oportunidade para ficarem com os espólios de um golpe contra Lula, mostrando que nada aprenderam com a experiência do golpe de 2016.

Citando de forma superficial problemas econômicos reais que o Brasil enfrenta e que não foram solucionados pelo governo, Vera volta na velha cantilena do PSTU de que seria tudo isso culpa de Lula, eximindo a direita e o imperialismo da responsabilidade que têm. Trata-se de uma reedição, agora com contornos mais absurdos ainda, da política levada adiante no período em que Dilma foi derrubada pelo golpe de Estado, logo após sua reeleição.

“Para a gente poder nos organizar contra esses ataques, meu povo, temos que ver de onde eles partem, não é mesmo? E, ao contrário do que diz a maioria da esquerda, não é só um problema da direita, ou de um Congresso Nacional dominado pelo centrão. Esse projeto é do próprio governo Lula, que governa com e para os ruralistas, os bilionários e os banqueiros”, afirma a nota da dirigente do PSTU.

Essa ideia absurda ignora o fato de que o governo é atacado pela burguesia e pela direita por todos os lados. Não é parte da análise do PSTU a ofensiva da imprensa burguesa contra Lula e a pressão que o imperialismo faz no sentido de derrubá-lo, por exemplo.

Escapa do radar do PSTU os diversos conflitos que Lula tem com o Congresso e com os setores que compõem seu próprio governo. É evidente que a proposta do PT, embora reformista, era a de realizar mais reformas sociais e uma política de maior desenvolvimento econômico do que o que foi feito. Haja visto algumas tentativas do governo como o PAC e outras políticas derrotadas pela iniciativa da direita nacional e do imperialismo.

Vera afirma que “Lula está junto com os ruralistas, e seu governo como um todo defende esse projeto de fazer o país seguir na trilha da recolonização e da regressão a mero exportador de matérias-primas”, no entanto, todos sabem que os latifundiários estão em constante campanha contra o Lula e o PT, tendo apoiado o bolsonarismo e a direita a todo momento. Além disso, se Lula não desenvolve a economia e a indústria nacionais, é muito mais por erros políticos e incapacidade de se enfrentar com a direita do que por uma política definida de manter o Brasil nessa situação.

O PSTU mostra, nesse sentido, sua própria contradição. Se o governo Lula é um governo inimigo dos trabalhadores e sócio dos “ruralistas”, dos banqueiros e da direita, por que então o PSTU chamou voto no PT no segundo turno de 2022? A explicação dada por Vera de que “derrotamos Bolsonaro nas eleições” não é suficiente. Se o PT representava tudo isso que eles dizem representar, não havia por que votar neles.

Ela continua, declarando o viés golpista de sua política: “[…] só vamos jogar o bolsonarismo no lixo da história quando revertermos esse processo de degradação e retrocesso pelo qual passa o país, que é adubo para que esse povo viceje. Não tem jeito, para a gente poder enfrentar esse processo, vamos ter que derrotar o governo e a sua política”.

O PSTU se coloca, assim, ao lado da direita e do imperialismo, que também querem derrubar o governo. O resultado disso, a população já conhece: é o golpe, que colocará no poder uma direita ainda mais radicalmente neoliberal, já que a crise agora é maior e as contradições são ainda mais agudas. Nesse sentido, basta observarmos o que está acontecendo na Argentina neste momento para sabermos qual futuro Vera Lúcia e seu partido defendem para o Brasil.

Por fim, Vera afirma o que seria o caminho para a vitória: “Precisamos de uma revolução socialista, que enterre de vez esse sistema falido e construa uma nova sociedade, dirigida pela classe trabalhadora e os setores hoje oprimidos”. Trata-se de uma política abstrata e fantasiosa. Todos sabem que não está na ordem do dia a luta pela revolução no Brasil. O Brasil está sob as garras do imperialismo e ameaçado de um golpe de Estado, de uma ofensiva da burguesia e da direita nacional. É contra isso que se deve lutar no momento atual. Falar em “revolução” sem dar nenhuma perspectiva concreta para isso, além de ajudar a direita a derrubar um governo de esquerda, é apenas um palavrório sem sentido.

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