O Lollapalooza de 2024 passou e uma boa parte das pessoas nem reparou. O festival de música que se propunha a apresentar o que havia de mais conhecido na cena do rock alternativo mundial acabou se tornando algo passado e desinteressante, demonstrando uma incapacidade de se renovar diante da decadência desse gênero musical que, a bem da verdade, nunca apresentou grande variedade ou qualidade em toda a sua existência.
Com o fracasso e a ridicularização da edição 2023, aparentemente o festival optou por não reutilizar a fórmula das cantoras “gostosas” de nenhuma qualidade, mas com alguma popularidade nas redes sociais – vide Marina Sena e Luisa Sonza, que foram as artistas mais comentadas do Lollapalooza do ano passado, pelo menos no âmbito nacional.
Neste ano, embora houvesse alguns artistas novos se apresentando, as apresentações mais comentadas e mais divulgadas eram de bandas que já não têm mais nenhuma popularidade já faz 30 anos: the Offspring e Blink 182.
Um fato interessante é que, originalmente, nenhuma dessas duas bandas se encaixa no estilo do que seria o Lollapalooza em sua concepção primeira. Ambos são uma espécie de hardcore meio pop comercial, muito diferente das atrações principais do festival em outras edições.
Isso é uma demonstração de que o formato e o gênero representado por eles já não apela mais, é preciso trazer artistas de gêneros mais apelativos comercialmente, mas que já estão em franca decadência e não têm a popularidade de outrora.
O Lollapalooza é um formato esgotado desde o seu princípio, mas nos últimos anos tem se demonstrado algo quase que inviável. O valor de seus ingressos sempre foi proibitivo, mas na atual conjuntura já diminuiu imensamente o número de pessoas dispostas a gastar o valor por eles proposto. O rock alternativo, que já foi algo considerado moderno, já é uma música feita por quarentões e cinquentões e não apela mais à juventude.