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Presidente brasileiro

O ‘lado envelhecido de Lula’ é seu melhor lado

O UOL esporte, por motivos desconhecidos, segue publicando ataques ao governo do PT por não ser identitário o suficiente para agradar o banqueiro Luis Frias que comanda a Folha

Um dos piores esgotos do jornalismo brasileiro é o Uol Esporte. O portal supostamente especializado em futebol aparenta ter um leque de colunistas que, na verdade, fizeram curso de MBA (Master Business Admnistration) de especialização em Soccer News em Miami. Mas para piorar, alguns colunistas do portal, não contentes em atacar todos os dias o futebol brasileiro, publicam colunas apenas sobre política na editoria de esportes! A pior de todas é a identitária Milly Lacombe, que publicou o artigo Fala de Lula contra identitarismo revela seu lado mais fraco e envelhecido. O texto, que parece ter sido escrito na sede da Ford Foundation, revela toda a farsa do identitarismo.

O ponto principal da autora é criticar a fala de Lula no evento de filiação de Marta Suplicy. Só o alvo da crítica já demonstra como o identitarismo é uma política da direita mais pró-imperialista. Lançar Marta e Boulos é um dos maiores erros de Lula no ano de 2020, afinal é a eleição da principal cidade do País. Mas Lacombe provavelmente apoia Boulos, ela está preocupada é em empurrar essa candidatura ainda mais para a direita. E sua ferramenta é deixá-la mais identitária. Assim, ela comenta:

“Lula é um homem de mais de 70 anos que enxerga a classe trabalhadora como sendo a mesma massa da década de 80. Lula não se importa com as especificidades do que é ser mulher, LGBTQ ou negro dentro dessa chave imensa chamada ‘classe trabalhadora’. Lula acredita que, resolvidas as questões da classe trabalhadora, tudo estará resolvido – inclusive para mulheres, negros e gays.”

Nessa colocação tudo está errado. Lula infelizmente não apresenta o mesmo programa que possuia na década de 1980. Ele fez concessões para a política identitária, tanto é que indicou diversos ministros identitários, algo que foi outro grande erro do governo. E a própria questão da idade é uma farsa. Quais são os dois governos mais identitários do mundo hoje? Biden e Netaniahu, o primeiro é um homem branco de 81 anos, o segundo um homem branco de 74 anos. Não há oposição nenhuma entre ser homem branco velho e identitário. A verdade é que são esses, os burgueses da Europa e dos EUA, que financiam o identitarismo.

Ele segue defendendo o identitarismo a assim revela seu objetivo político real: “o problema é que essa identidade se entende como universal e invisível. Quando Lula aponta dois homens para o STF, ele está movido até o topo da cabeça pela pauta identitária”. Esse é o objetivo do identitarismo, impor a política da direita de forma disfarçada. Por que ela escolheu o STF para criticar se há diversos ministros homens no governo, até mesmo bolsonaristas como o Ministro da Defesa? Há também o caso escandaloso de Paulo Gonet na PGR, um homem da Lava Jato. A verdade é que, para o identitário, um lava-jatista é igual a uma mulher preta empoderada. Ruim é o homem branco que tem alguma ligação com a luta dos trabalhadores.

A coluna segue com a cartilha identitária: “A cara da classe trabalhadora brasileira é a mãe solo preta periférica que todos os dias pega duas horas de condução para ir ao centro da cidade cuidar de outras famílias e ser sub-remunerada por isso”. Sim, esse é uma das faces da classe operária. Há também as mulheres brancas sem filhos, os homens negros, uma quantidade gigantesca e brasileiros que se definiria na categoria de “pardo”. E dezenas de milhões de trabalhadores brancos, que para Lacombe são o inimigo. George Soros e Joe Biden são os brancos do bem. Manuel, o neto de portugueses na mercearia da esquina, é o grande problema da sociedade brasileira.

Para completar a sua defesa reacionária do identitarismo, Lacombe cita o uspiano Safatle:

“Há quem se refira a ‘identidade’ para desqualificar lutas que questionam práticas seculares de exclusão naturalizadas sob a veste de discursos universalistas. Assim, na perspectiva desses críticos, as lutas ligadas aos movimentos feministas, negros, LGBTQIAP+ seriam em larga medida identitárias porque visariam, na verdade, criar uma nova geografia estanque de lugares de poder. Lugares esses indexados por identidades específicas […] Antes de acusar qualquer um de regressão identitária seria o caso de se perguntar sobre o identitarismo naturalizado pela hegemonia de uma história violenta de conquistas e sujeição operada, majoritariamente, por brancos europeus.”

O bom do comentário de Safatle é que mostra que os identitários estão na defensiva, o mesmo vale para o texto de Lacombe. O argumento usado é muito fraco: “quem critica o identitarismo é, na verdade, identitário em defesa dos brancos”. Isso poderia até ser valido para algum local onde existisse um problema grande com o racismo, como o sul dos EUA, a Europa, “Israel” ou a África do Sul. Mas não é o caso do Brasil, aqui existe a opressão do negro, mas não é daí que surgem as críticas ao identitarismo. São críticas que surgem devido à política pró-imperialista dos identitários. São uma reação ao próprio direitismo dos identitário e não uma reação ao “empoderamento” da mulher negra.

Para concluir, ela cita uma tese ainda mais absurda de Safatle:

“As grandes transformações políticas não são uma questão de novas ideias; as grandes transformações políticas são uma questão de novos afetos. Não são novas ideias que produzem grandes transformações. São novos afetos que produzem grandes ideias.”

Aqui, fica claro como o identitarismo é uma ideologia do imperialismo para despolitizar setores que deveriam tender para a esquerda. O que seria um afeto e como ele produz uma nova ideia? Seria afeto o que Engels teve pela classe operária inglesa de Manchester e que o ajudou, junto a Marx, a desenvolver a teoria da libertação do proletariado? Provavelmente, para Lacombe, esse é um afeto antigo que não tem valor. Seria um afeto o que Lula tem pelos trabalhadores brasileiros, o que impulsiona sua política reformista de esquerda? Esse também não é um “novo afeto”.

O único “novo afeto” que gerou novas ideias políticas é o que existe nas ONGs, nas universidades norte-americanas que se infiltram nas universidades brasileiras. O afeto de George Soros pelo lucro é antigo. Mas é um “novo afeto” o que tem Marina Silva, Anielle Franco e Milly Lacombe pelo bilionário. É daí que surgem essas “grandes ideias”. O problema é que a “grande transformação” que elas produzem não tem nada de positivo para a classe operária. Nesse sentido, é melhor ficar com os antigos “afetos” de Marx e Engels e os de Lula na década de 1980.

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