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República Islâmica do Irã

Os mísseis da emancipação da mulher do Oriente Médio

Apresentado como inimigo das mulheres, país persa é, na verdade, um polo de aglutinação das forças que querem derrotar 'Israel'

A operação Dilúvio de Al-Aqsa, deflagrada em 7 de outubro de 2023, teve o mérito de fazer com que o mundo inteiro conhecesse o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e aquilo que defendem. O Hamas conseguiu se tornar o centro das atenções de todo o mundo, possibilitando, assim, que milhares, ou mesmo milhões de pessoas passassem a se interessar pelo grupo. Na Cisjordânia, isso pode ser visto com clareza: após a operação de 7 de outubro, o Hamas se tornou muito mais popular do que já era naquele território palestino. Questões como “o que o Hamas defende?”, “por que o Hamas optou pela luta armada?”, “o que quer o Hamas?” e “qual a opinião dos palestinos sobre o Hamas?” passaram a ser respondidas para um público cada vez mais amplo.

Da mesma forma, a Operação Promessa Cumprida terá o mérito de colocar a República Islâmica do Irã – isto é, o regime chefiado por Ali Khamenei – no centro das atenções. Ajudará a esclarecer, para a opinião pública, questões como: “por que aquele país é tão difamado pelos Estados Unidos?”, “qual a verdadeira capacidade militar do Irã?” e “por que ‘Israel’ tem o Irã como inimigo mortal?”.

Uma questão que já está colocada é a campanha caluniosa, levada anos a fio, de que o Irã seria um país hostil às mulheres no geral. A Operação Promessa Cumprida, no entanto, é mais que suficiente para esclarecer a questão. O Irã, gastando pouco mais que um milhão de dólares, conseguiu provocar um prejuízo de mais de 1,3 bilhões de dólares a “Israel” e seus aliados. Conseguiu, a uma grande distância, furar o “Domo de Ferro”, atingir alvos militares, provocar mortes e ainda sobrevoar prédios importantes, demonstrando sua capacidade de efetivamente destruir as sedes do poder político de “Israel”. Em outras palavras, o Irã demonstrou sua capacidade de destruir militarmente o Estado de “Israel”.

A operação foi um sucesso, reconhecido até mesmo pelos jornais imperialistas. Diante disso, fica claro de onde vem a campanha em torno do suposto tratamento dado às mulheres do Irã. O regime iraniano é uma ameaça severa à dominação imperialista no Oriente Médio. E, justamente por isso, há uma tentativa de desestabilizá-lo.

Não se trata de nenhuma defesa da mulher, por óbvio. De um lado, está o imperialismo, que sustenta o Estado de “Israel”, que já assassinou mais de 10 mil mulheres desde 7 de outubro de 2023. De outro, o Irã, que está lutando contra o monstro sionista. Quem acusa o Irã de hostilizar as mulheres não são os palestinos, mas “Israel” e os Estados Unidos. Quem é o inimigo da mulher nessa história, então?

Não apenas o Irã defende muito mais as mulheres que os Estados Unidos, pois luta contra ele, como efetivamente tudo o que se fala do Irã em relação ao tratamento dado às mulheres é pura mentira. É uma campanha, portanto, além de cínica, mentirosa.

O grande argumento dos inimigos do Irã é o de que, por ser um país de maioria muçulmana, haveria uma ditadura fundamentalista contra diversos setores sociais. Trata-se, como pode se ver, de uma concepção tipicamente racista e colonial: como o Irã é um país muçulmano, seria um país “bárbaro”, pois não seria formado por pessoas “civilizadas” como Joe Biden.

Ocorre que o fato de a esmagadora maioria da população iraniana ser muçulmana nada tem a ver com um regime que hostilize as mulheres. Isso porque o Corão, livro sagrado dos muçulmanos, não estabelece qualquer lei, no sentido da legislação estatal, que vise à opressão da mulher. Tanto é assim que cada país muçulmano tem uma legislação diferente. Ou seja, a opressão da mulher, que é algo presente em todo o planeta pelas próprias contradições da sociedade capitalista, se manifesta de maneira diferente nos diferentes países muçulmanos, provando que se trata de um problema social e econômico, e não propriamente religioso.

O argumento da “ditadura fundamentalista” é, além de racista e colonial, profundamente inconsistente. Isso porque se há um país muçulmano que menos oprime as mulheres, esse país é o Irã. Na Arábia Saudita, onde vigora uma verdadeira ditadura, que raramente é criticada uma vez que o país tem profundas relações com os Estados Unidos, as mulheres eram proibidas, até recentemente, de dirigir! A proibição de frequentar faculdades e penas de apedrejamento, entre outras formas de opressão mais intensas, não existe no Irã. Ainda assim, é preciso dizer: em nenhum país muçulmano há tanta mulher presa, tratada como seres subumanos, que nos Estados Unidos.

O que há, então, de concreto em relação ao Irã e as mulheres? No máximo, o que pode se alegar é que o regime determina, por lei, o uso do hijab, espécie de véu utilizado para se cobrir os cabelos. No entanto, ainda que a lei exista, ela não é cumprida rigorosamente. O Irã é provavelmente o país no Oriente Médio onde mais facilmente se encontra uma mulher sem véu. O véu inclusive tem hoje, em grande medida, um valor cultural para as mulheres iranianas, que veem nas críticas “ocidentais” ao hijab um ataque à cultura de seu país.

Trata-se, finalmente, de um grande besteirol. Por causa de uma suposta “ditadura do hijab“, que qualquer visita a Teerã comprovará que é uma “ditadura” bastante tolerante, o imperialismo incita o mundo inteiro a se opor ao país que mais se enfrenta, do ponto de vista militar e diplomático, contra o Estado mais nazista do planeta Terra.

O que os inimigos dos povos oprimidos também ignoram é que, se antes da Revolução Iraniana de 1979 o uso do hijab não era lei, nesse período, a situação da mulher também era muito inferior aos tempos atuais. E por um motivo muito concreto: a Revolução Iraniana, na medida em que arrebentou as correntes do imperialismo, permitiu um grande crescimento econômico. Permitiu tirar milhões de iranianas da roça ou do trabalho doméstico para ser parte ativa da economia do país.

Hoje, as mulheres no Irã representam cerca de 60% das pessoas com nível superior completo, sendo que 25 mil delas são membros de comissões acadêmicas de ensino e pesquisa no país e 66 mil são médicas. No serviço público, 45% dos empregados são mulheres.

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