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Minas Gerais

O boicote ao Comitê Pró-Palestina de Uberlândia

A esquerda pequeno-burguesa não só não defende a Palestina mas realiza um esforço para desmobilizar os setores que querem agir nas ruas

No dia 7 de outubro de 2023 o mundo inteiro foi forçado a voltar os seus olhos para a situação crítica do povo palestino, que há mais de 100 anos vem sendo expropriado das suas terras e torturado pelo imperialismo e seus apêndices, hoje coniventes com o Estado fascista e genocida de “Israel”, com o aval de instituições internacionais, tal como a ONU. Ao contrário do que a imprensa burguesa pretende fazer crer, a resistência palestina, composta por partidos tais quais o Hamas, Jiade Islâmica, FPLP, FDLP, entre outros movimentos e grupos externos (Hesbolá, Ansar Alá, FMP).

Transcorridos 180 dias desde o 7 de outubro, a contabilidade da tragédia humanitária remete a um crime que, nos termos da fala do presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, se equipara ao nazismo; superando-o, inclusive. Dois milhões de pessoas, entre elas idosos, mulheres e crianças, sob bombardeio diário, hospitais, escolas, campos de refugiados, imprensa, carregamentos de ajuda humanitária… nada é poupado. Foram mais de 2.700 massacres desde o dia em que a resistência se levantou para dar o seu ‘basta’. Gaza está praticamente toda destruída, são mais de 33.000 mortos e 70.000 feridos.

Um balanço do movimento em Uberlândia

Em Uberlândia, assim como em todo mundo, a solidariedade não tardou, foi criado um Comitê em Defesa da Palestina, reunindo partidos e movimentos de esquerda do município e região. Foi feito um primeiro ato público e uma panfletagem, os quais poderiam ser interpretados como um retorno às ruas. Na sequência, enquanto a guerra escalava em campo, o Comitê optou por atividades fechadas, depois levou a sua ação para a universidade, via palestras certificadas, até que se silenciou de vez. Hoje o Comitê existe virtualmente, apenas, como espaço de troca de notícias. Os poucos que eventualmente perguntam sobre a próxima mobilização, ficam se resposta.

Talvez as razões que tenham provocado este silenciamento estejam na contradição da própria esquerda e sua atual dominação pela pequena burguesia. Nas primeiras reuniões que foram chamadas, houve esforço de alguns grupos no sentido de estabelecer o que poderia e o que não poderia ser defendido nas manifestações, como condição para a participação. Isto ficou mais claro na representação do Partido dos Trabalhadores (PT). O vereador que pretendia apoiar a causa chegou à reunião distribuindo chocolates da marca Bis, em alusão à ridícula polêmica envolvendo bolsonaristas e o youtuber Felipe Neto, patrocinado pela marca multinacional. Depois disso, o vereador não apareceu mais.

Depois os militantes do PCO que participam do comitê tentaram organizar um debate sobre as razões de se apoiar o Hamas, principal força da resistência palestina. Foi encaminhada uma solicitação à direção da ADUFU, gestão PSOL, que estava abrindo as portas para o Comitê se reunir. A Diretora disse que não poderia autorizar sozinha levando o pedido para reunião da direção, reunião esta que negou o pleito, uma das alegações era a de que o Hamas, por ser islâmico, não deveria ser defendido por ser “machista ou misógino”. O debate foi realizado mesmo assim, mas sem a participação do comitê, a não ser de indivíduos que participam e estiveram na atividade.

Para o ato do dia 8 de Março (Dia da Mulher Trabalhadora), finalmente, em meio a 45 logos de movimentos e políticos/partidos, o Comitê que se diz ‘em defesa da palestina’ sequer constou, muito menos foi convidado para participar da organização. O 8M se apresentou como um ato de tipo “ciranda”, em meio ao desfile e discursos ‘inflamados” de pré-candidatos a prefeito e vereadores.

Os eventos relatados encontram correlatos na esfera nacional. No 8 demarço de Brasília, a militante que representava o PCO foi proibida de falar. Em São Paulo, pior. Não apenas proibiram as militantes do Coletivo Rosa Luxemburgo de se manifestar – grupo de mulheres mais ativo do país para a defesa das palestinas – como chamaram, de cima carro de som, a polícia para reprimi-las. Algumas organizações chegaram a bater palmas para a atuação da polícia, que a pedido, e depois de muita insistência dos esquerdistas organizadores do ato, recolheu a faixa do partido, jogou companheiras no chão e abordou companheiros negros. O fato é que a “sororidade” desta gente só funciona para os grupelhos.

O problema, para além desta omissão em face das urgências dos oprimidos, é que a análise deles se apresenta equivocada, como o tempo dirá. Os seus discursos vazios não vão lhes garantir vagas no legislativo, e se o fizerem será a alto custo (como a chapa Boulos/Marta), pois a demagogia e métodos fascistas, persecutórios e policialescos, são táticas da direita. Como recentemente um líder do Hamas afirmou, “não chorem por nós, pois nós que estamos lutando estamos vivos, mas vocês estão mortos por dentro”.

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