Em 11 de junho de 1955, um acidente de proporções catastróficas na pista de automobilismo foi responsável por banir a realização do esporte em vários países europeus durante anos a fio.
Trata-se do acidente ocorrido na cidade francesa de Le Mans durante a chamada Corrida Automobilística 24 horas de Le Mans, uma das principais provas automobilísticas do mundo, que estava em sua 23ª edição.
Na ocasião, 60 carros disputavam a corrida a mais de 200 km/h diante de uma plateia de mais de 200 mil espectadores.
O acidente envolveu três carros que corriam na pista e, pasmem, deixou um saldo de morte entre os espectadores da corrida de mais de 80 pessoas.
Tudo começou quando o piloto Mike Hawthorn se dirigiu aos boxes pilotando um Jaguar e quase colidiu com o piloto Lance Macklin, que dirigia um Austin-Healey. Para evitar a colisão, Lance desviou o seu carro para a esquerda e foi atingido pela Mercedes do piloto francês Pierre Levegh que estava logo atrás.
Houve então um grande estrondo e o carro de Levegh passou por cima do carro de Macklin, batendo na barreira e começando a pegar fogo. Levegh morreu na hora e pedaços do seu carro voaram para cima do público.
Em laudo pericial posterior ao acidente, foi constatado que uma das principais causas do incêndio foi o fato de que várias partes do carro de Levegh eram feitas de magnésio, o que fez com que a equipe de resgate tivesse uma grande dificuldade para apagar o fogo que só foi controlado depois de mais de oito horas.
Curiosamente, apesar de todo o acidente, a corrida não foi interrompida pela direção, que temia ser pior caso o fizesse, pois a multidão de pessoas deixando o autódromo poderia atrapalhar o acesso das ambulâncias ao local do acidente.
Com a continuação da corrida, sagrou-se vencedor da prova um dos envolvidos no acidente, que foi o piloto Mike Hawthorn. No dia seguinte, ele saiu na foto dos jornais bebendo champanhe, sorrindo e comemorando a vitória.
Com a morte de seu piloto, que foi carbonizado, a Mercedes decidiu abandonar não apenas a prova de Le Mans, como o próprio circuito de Automobilismo, só voltando a aparecer nas competições anos depois, em 1987.