Na última segunda-feira (19), a Secretária de Segurança Pública de São Paulo confirmou a 28ª morte decorrente da nova operação da Polícia Militar na Baixada Santista. Pouco tempo depois, na terça-feira (20), mais uma vítima foi assassinada, acumulando, oficialmente, 29 mortes.
Com isso, em menos de 20 dias, a nova operação ultrapassou o número de mortes da primeira Operação Escudo, realizada entre agosto e setembro de 2023 e que durou 40 dias, resultando na Chacina do Guarujá. Trata-se de uma das mais letais operações policiais dos últimos tempos.
O roteiro parece estar pronto para todos os casos: suspeito alvejou a polícia, que reagiu levando o suspeito a óbito. Em todos os casos foi apresentada uma arma de fogo e apreensão de drogas. Em todos os casos, também surgem denúncias de execução, alteração da cena do crime, bem como de forjar uma cena para justificar o assassinato.
Fato é que nenhum dos suspeitos, nesses 29 casos, conseguir acertar gravemente um policial, tornando a versão da polícia no mínimo difícil de acreditar.
O catador de latinhas José Marques Nunes da Silva, 45 anos, executado na madrugada do dia 3/2, teria, segundo vizinhos, pedido para que não o matassem, que era inocente e pediu pelas filhas. Segundo a SSP, porém, o fato foi que a polícia teria abordado um indivíduo que reagiu atirando nos policiais, sem acertar em ninguém e baliado em seguida.
Para os familiares e vizinhos, é um completo absurdo. José Marques não tinha nenhum envolvimento com crime, era pobre, não tinha dinheiro, nem drogas, nem armas. O Secretário de Segurança, Derrite, usa sua conta no X (antigo Twitter) para defender todas as mortes como legitimas, mesmo sem qualquer apuração.
Temos aqui mais uma operação sanguinária que claramente constitui um atentado aos direitos democráticos de todo o povo brasileiro. Trata-se do método fascista de repressão ao povo pobre e negro apoiada abertamente por toda a direita.
É preciso denunciar e mobilizar contra a operação sanguinária e contra a instituição que a leva adiante: a PM, órgão fascista que tem que ser extinto em favor dos direitos dos trabalhadores.