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Venezuela

‘Não somos imperialistas, mas fora Maduro!’

Lucha de Classes/CMI, apesar de todo o discurso em favor da ‘contrução do socialismo’, reproduz a vontade do imperialismo e trata Maduro como ditador

Nicolás Maduro

O portal Lucha de Classes – CMI Venezuela publicou resolução que demonstra sua política imperialista, ainda que tente disfarçar. No primeiro parágrafo diz que “Os comunistas revolucionários da LdC/CMI condenam categoricamente a política de chantagem do imperialismo dos EUA, que ameaça reimpor sanções financeiras contra a Venezuela em resposta ao fracasso dos Acordos de Barbados e como uma forma de pressão econômica para tentar posicionar seus interesses em nosso país. A imposição de sanções contra o Estado e a PDVSA agravou a crise anterior do capitalismo crioulo, que acabou afetando seriamente os padrões de vida dos trabalhadores”.

O texto é um exemplo daquilo que no Brasil costumamos chamar de “esquerda nem-nem”, que diz não ser a favor ‘nem’ da direita, ‘nem’ dos governos de esquerda que, segundo eles, seriam uma continuação da política da direita. No entanto, a esquerda nem-nem apoiou o golpe contra Dilma Rousseff em 2016, bem como tem feito ataques ao governo Lula, que o acusa de estar fazendo, por exemplo, acordos espúrios com os militares.

Após atacar o imperialismo, no segundo parágrafos encontramos um ataque à ‘oposição’, e dizem: “Rejeitamos as ameaças expressas por María Corina Machado – a principal líder do golpe e do direito pró-imperialista – de formar uma força cívica para sustentar cenários de desobediência civil e, assim, exigir de seus mestres imperialistas – uma ação mais vigorosa – contra Maduro, que entre as linhas implica novos apelos por golpes de Estado e de intervenção estrangeira mais decisivos, incluindo incursões militares”.

Apesar do ataque à oposição, o grupo, no terceiro parágrafo, também ataca o Maduro, que vem sendo ameaçado pelo imperialismo. Para isso, diz que a direita, se chegar ao poder, continuaria “a política brutal de ajuste antipopular sob o atual ajuste antipopular, que em questão de uma década pulverizou os direitos e conquistas do povo trabalhador. Os fantoches servils a Washington tomariam as mesmas armas antidemocráticas e repressivas que o governo de Maduro implantou, não apenas para silenciar as vozes da dissidência ao ajuste, mas também para desencadear toda a sua raiva vingativa contra a classe trabalhadora, contida e acumulada por décadas”.

Trocando em miúdos, acusam o governo Maduro de ser uma ditadura, de silenciar a oposição, exatamente aquilo que diz a propaganda imperialista. Uma das principais armas da direita é tratar as eleições em países como Colômbia, Venezuela, Rússia, Irã etc., como processos fraudulentos e antidemocráticos. Por isso afirmam no parágrafo 4: “Confirmamos inequivocamente nossa oposição mais forte à política de ajustes antipopular que o governo de Maduro executou para salvar o capitalismo decadente da Venezuela. A liderança da Psuvista impôs, através do uso autoritário das instituições, condições eleitorais que dificultam o registro de novos eleitores, a atualização de dados e a participação de venezuelanos no exterior, restringindo o direito de inúmeras organizações de fazer parte da oferta eleitoral”. Essa afirmação poderia ser encontrada em qualquer artigo da grande imprensa imperialista, mas aqui é utilizada em favor dos “ideais do socialismo e da revolução”.

Embora critique outros setores como o MPA e o PCV, o Luta de Classes deixa claro que suas preocupações são basicamente de cunho oportunista e eleitoral, como vemos a no parágrafo 7: “Os programas anti-trabalhadores e antipopulares que defendem os fatores dominantes da política nacional, e a ausência de propostas programáticas que permitem o acúmulo de forças de classe, nos levam à seguinte conclusão: o povo trabalhador não tem uma alternativa eleitoral hoje capaz de expressar genuinamente suas aspirações”.

Para encobrir seu oportunismo, o Luta de Classes afirma que “os militantes do LdC/CMI entendem as táticas eleitorais como uma oportunidade para difundir o programa revolucionário, as condições eleitorais atuais anularam qualquer projeção nessa direção”. Porém, um grupo revolucionário não pode fazer uma política destacada dos interesses da classe trabalhadora.

Podemos fazer um paralelo com as eleições presidenciais no Brasil. Diante da necessidade de enfraquecer o golpe e a política imperialista, propusemos a candidatura de Lula para unificar a esquerda contra seu principal inimigo: o imperialismo. A esquerda golpista, contrariamente, tentou emplacar um candidato da “terceira via” que nada mais era que uma política de frente popular disfarçada com elementos da direita atirados ao segundo plano pelo bolsonarismo. Esses setores da direita, composto por “golpistas arrependidos”, foi carinhosamente apelidado de ‘campo progressista’, ou ‘campo democrático’.

Apesar do grande apelo popular pela candidatura de Lula, boa parte da esquerda tentou sabotar essa possibilidade e tentado ainda um acordo pela direita, tudo conforme o desejo do imperialismo.

O apelo ao ‘programa’

O que não pode faltar nesses textos da esquerda filoimperialista é o apelo à construção do socialismo, como lemos no parágrafo final (8) do texto: “a necessidade de construir uma alternativa comunista e revolucionária capaz de reunir toda a combatividade dos setores mais conscientes dos trabalhadores. Nossa luta é derrubar o capitalismo e construir um novo mundo, com a força criativa da classe trabalhadora e de todos os setores oprimidos. Apelamos aos revolucionários para que concordem com esta posição para nos apoiar neste esforço necessário”.

Ainda que fale pela necessidade de se construir uma alternativa comunista e revolucionária, a esquerda filoimperialista têm feito nada mais que reproduzir o que diz a direita: que o mundo está dividido entre democracias e ditaduras.

As ditaduras, invariavelmente, são países que têm algum tipo de atrito com o imperialismo. Esse setor da esquerda abandonou a perspectiva de uma revolução socialista. Gasta seu tempo defendendo eleições e chamando determinados presidentes, como Nicolás Maduro, Daniel Ortega, Putin, dentre outros, de ditadores.

As resoluções do LdC/CMI comprovam a tendência das esquerdas mundialmente dominada por ONGs e ideologias direitistas como o identitarismo: de servirem como agentes, conscientes ou não, do imperialismo no interior da classe operária.

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