Nessa quinta-feira (22), na cidade do Rio de Janeiro, aconteceu um importante ato em defesa do povo palestino. Contando com caravanas vindas de São Paulo, militantes do Partido da Causa Operária (PCO) e do Partido dos Trabalhadores (PT), bem como com ativistas locais, a manifestação aconteceu a poucos metros de onde ocorria a reunião do G20, da qual participaram não só representantes de países solidários ao povo palestino, como a Rússia e o Brasil, como também de países cúmplices do genocídio na Faixa de Gaza, como Estados Unidos, Japão, Reino Unido, França e Alemanha. O mais famoso dos representantes desses últimos é Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, um dos principais articuladores da política externa criminosa norte-americana dos dias de hoje.
Convocado pelos Comitês de Luta, o protesto já seria importante por si só. Trata-se, afinal, de uma denúncia: esses são os inimigos do povo. Esses senhores têm as mãos manchadas de sangue e devem saber que sua política genocida é alvo de repúdio em todo o planeta. Contudo, o protesto ganhou ainda mais importância diante dos acontecimentos recentes.
No último domingo (18), o presidente Lula, em viagem à Etiópia, comparou as ações de “Israel” àquelas praticadas pela Alemanha Nazista, criando uma enorme comoção internacional, uma vez que o brasileiro goza de grande prestígio internacional. Ao mesmo tempo em que a fala foi celebrada pelos oprimidos em todo o mundo, provocando, inclusive, agradecimentos do principal grupo da resistência palestina, o Hamas, as declarações de Lula despertaram toda uma ofensiva do sionismo, do bolsonarismo e, como não poderia deixar de ser, do imperialismo.
A choradeira dos grandes veículos de comunicação e dos deputados bolsonaristas, que chegaram a falar em pedir o impeachment do presidente, tem um objetivo claro: protestar contra uma posição independente do Brasil no cenário internacional. Como cães de estimação do imperialismo, querem impor ao povo brasileiro que os Estados Unidos mandem no País. Esperneiam contra Lula porque, ao contrário do que fez Jair Bolsonaro ao prestar continência ao presidente dos Estados Unidos, Lula se mostrou alinhado aos países oprimidos.
A crise instaurada após a fala de Lula não apenas forçou os inimigos do povo a revelarem a quem servem, como também fez com que muitos setores que estavam inativos começassem a se pronunciar. É o caso da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que emitiu uma nota de apoio a Lula e está convocando o próximo ato contra o genocídio do povo palestino em São Paulo, que acontecerá no dia 24 de fevereiro. A crise serviu, portanto, para revelar uma tendência à mobilização.
É preciso, agora, desenvolver essa tendência. O enfrentamento entre o governo brasileiro e a direita trouxe à tona a profunda divisão do País. De um lado, está o conjunto da população, maltratada de todas as maneiras por um punhado de capitalistas que estão dispostos a matar milhões de fome para garantir os seus lucros. De outro, está uma direita, que, desde a Rede Globo até a extrema direita bolsonarista, é, toda ela, fascista e inimiga do povo. Não é à toa que defendem o genocídio do povo palestino: os que apoiam “Israel” apoiam também a miséria em que vive o povo brasileiro.
Essa polarização deve levar, necessariamente, a um confronto entre o povo e os cúmplices do genocídio em Gaza. É preciso impulsionar as próximas manifestações em apoio ao povo palestino e fazer delas um marco na mudança da correlação de forças.
