No último domingo, Bolsonaro liderou uma significativa manifestação em seu apoio, demonstrando que a capacidade de mobilização da extrema-direita não pode ser ignorada. Enquanto a esquerda zombava do evento, o bolsonarismo deixou claro que é um movimento de massas genuíno, capaz de mobilizar uma parcela significativa da população. Caravanas de todo o País se dirigiram para a Avenida Paulista, destacando a base robusta que Bolsonaro está construindo.
No entanto, a esquerda parece viver em um universo à parte, ignorando a realidade e apostando em estratégias ineficazes. A crença de que o Supremo Tribunal Federal (STF) e os golpistas que anteriormente derrubaram a Dilma e prenderam o Lula serão os responsáveis por conter o bolsonarismo é, na verdade, uma política suicida. Bolsonaro utiliza a perseguição dessas instituições para fortalecer sua base popular e consolidar o seu apoio.
O exemplo do ex-presidente Lula, que foi reeleito mesmo após 580 dias de prisão, destaca a falha da esquerda em compreender a dinâmica política atual. Olhar para o caso do ex-presidente dos Estados Unidos, Trump, também reforça a ideia de que a perseguição judicial pode fortalecer, em vez de enfraquecer, um líder político. A esquerda deve aprender com esses exemplos e repensar sua estratégia.
Ao contrário da ineficácia demonstrada pela esquerda, o bolsonarismo, ciente da perseguição que Bolsonaro enfrenta, tem se organizado e mobilizado sua base de maneira eficaz. Enquanto a esquerda previa a prisão de Bolsonaro durante a manifestação na Avenida Paulista, a realidade é que a presença maciça de apoiadores dificultaria qualquer tentativa de detenção. O PT, em situação semelhante com Lula, deveria ter adotado a mesma abordagem para evitar sua prisão.
Diante da evidente ineficácia do judiciário em conter o bolsonarismo, a esquerda precisa reconsiderar seus métodos. Aliás, precisa colocar em prática os próprios métodos históricos do proletariado. A solução é simples: mobilizar os trabalhadores e focar nas questões reais da classe operária. Chega de identitarismo, gênero neutro e demagogia com as pautas dos oprimidos. O PT e a esquerda devem verdadeiramente se preocupar com os problemas enfrentados pela classe trabalhadora, reconhecendo que estão perdendo a população para o bolsonarismo.
O bolsonarismo, ao fazer demagogia com os anseios da população, atrai uma considerável base de trabalhadores que busca mudanças na situação política do País. A esquerda precisa abandonar suas políticas sectárias, que se mostram totalmente antipopulares e afastam os trabalhadores. Após a grandiosa manifestação, a esquerda não pode mais se esconder; deve seguir o exemplo do bolsonarismo, organizando caravanas, grandes atos em defesa do governo Lula e da Palestina, mobilizando os trabalhadores das fábricas, os sindicatos, as escolas e as universidades. É urgente demonstrar que a população brasileira é contrária a ideologia dos ditadores militares, quer um governo voltado para os trabalhadores e desmistificar a ideia de que o bolsonarismo é um movimento verdadeiramente preocupado com o Brasil.