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Rússia e Afeganistão

Mais uma prova do caráter anti-imperialista do Talibã

A integração cada vez maior entre o governo russo e o Talibã é um sinal extremamente positivo que mostra algo que a esquerda pequeno-burguesa brasileira quer ocultar

Zamir Kabulov, emissário presidencial especial no Afeganistão, afirmou à agência de notícias russa TASS que o Talibã foi convidado para participar de um fórum econômico na Rússia. Kabulov ainda afirma que os afegãos planejam marcar presença no evento.

O evento em questão é o Mundo Rússia-Islâmico: FórumCazan (Russia-Islamic World: Kazan Forum), que será feito entre os dias 14 a 19 de maio em Cazan, capital da república russa de Tatarstão. Segundo o sítio oficial do fórum, este é o principal evento por meio do qual a Rússia promove uma colaboração econômica com os países do chamado mundo islâmico.

Desde que expulsou a ocupação norte-americana do Afeganistão, o Talibã tem feito aparições relativamente raras na política internacional. Entretanto, a Rússia, por meio de Kabulov, afirmou que a colaboração entre Moscou e o governo talibã no Afeganistão, no âmbito de operações internacionais de “contraterrorismo”, ocorre regularmente.

Além disso, a Rússia foi um dos primeiros países a estabelecer relações econômicas com o novo governo talibã. Ao mesmo tempo, o governo russo ainda não reconhece oficialmente o Talibã como um governo legítimo. Entretanto, na última segunda-feira (1º), Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, afirmou à TASS que Moscou estuda remover o Talibã da lista de organizações terroristas.

Ademais, Lavrov também informou, na última quinta-feira (28), que o mundo deve trabalhar com o governo do Talibã no Afeganistão:

“Estamos convencidos de que a comunidade internacional deve cooperar ativamente com o novo governo do Afeganistão, incentivando os passos no sentido do seu reconhecimento oficial pela ONU e por todos os seus estados-membros”, disse Lavrov em Tunxi, na China, em reunião com Amir Khan Muttaqi, chanceler afegão.

Cabe ressaltar que, até agora, a Organização das Nações Unidas (ONU) não reconheceu a escolha que o Talibã fez em relação à pessoa que representará o Afeganistão no órgão. Todavia, a ONU decidiu, em março deste ano, formalmente reestabelecer um escritório no país persa.

Na ocasião, Lavrov elogiou a administração talibã do Estado afegão, afirmando que “[apesar] de não ter experiência de governo suficiente, das restrições financeiras e econômicas, da pressão política e diplomática por parte dos EUA e dos seus aliados, a nova administração do Afeganistão está, de maneira geral, conseguindo manter o Estado”. Ele também afirmou que o primeiro diplomata enviado pelo Talibã para Moscou já foi adequadamente credenciado.

Em relação a esse problema, o comandante Robinson Farinazzo, do canal Arte da Guerra, reforçou a importância que o Talibã tem para o Afeganistão e a sociedade afegão como um todo:

“Não obstante toda a demonização que se faz do Talibã no ocidente, o que eu acho uma palhaçada muito grande, o Talibã tem uma legitimidade. Eles têm uma penetração muito grande na sociedade afegã que é uma sociedade muito mais complexa que o Ocidente imagina, são várias etnias e várias religiões ali. E o Talibã, eles conseguem essa legitimidade […] O Talibã, além de trazer estabilidade para o Afeganistão, ele combateu o ISIS [sigla em inglês para o Estado Islâmico] ali dentro, tiraram o ISIS do Afeganistão”, disse durante o programa Análise Internacional da última segunda-feira (1º), transmitido no canal oficial do Diário Causa Operária (DCO) no YouTube.

A integração cada vez maior entre o governo russo e o Talibã é um sinal extremamente positivo que mostra algo que a esquerda pequeno-burguesa brasileira quer ocultar: que a posição política do Talibã é, de fato, uma posição anti-imperialista.

Afinal, mesmo que esses setores da esquerda não vejam Putin com bons olhos, fato é que a Rússia é uma das principais forças contrárias ao imperialismo em todo o mundo. Basta ver a crise que a operação especial russa na Ucrânia está causando nas potenciais imperialistas, algo que, consequentemente, prejudica a sua dominação sobre os países atrasados.

Nesse sentido, a vitória do Talibã no Afeganistão significa que mais um país foi poupado de sofrer influência direta por parte do imperialismo, em especial dos Estados Unidos. A Rússia, ao mesmo tempo, deve cumprir um papel cada vez mais importante de garantir que o Afeganistão tenha o que é preciso para desenvolver minimamente o país, apesar das duras sanções impostas pelo imperialismo contra o Talibã.

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