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Brasil

Mais um motivo para Lula expulsar o embaixador de ‘Israel’

Embaixador do Estado genocida participa de mais uma provocação contra o governo federal, desta vez no estado de Goiás, junto ao governador Ronaldo Caiado

“O Povo de Israel Vive”

Desde o início dos ataques israelenses na Faixa de Gaza, o embaixador de ‘Israel” no Brasil tem acumulado atritos com o governo Lula, ao mesmo tempo em que estreita laços com a oposição. Daniel Zohar Zonshine criticou o PT ainda em outubro do ano passado, repetindo as já desmentidas acusações sobre bebês decapitados e mulheres estupradas. Na quarta-feira da semana passada, 28/2, ele participou de cerimônia ao lado do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e do presidente do Detran-GO, o delegado Waldir Soares de Oliveira. Ambos políticos do União Brasil.

A cerimônia marcou a inauguração do Parque “Am Israel Chai“, nome em hebraico de um hino judeu, que significa “O Povo de Israel Vive”. Foram plantadas 1200 mudas, que foram doadas pela Embaixada de “Israel” no Brasil, em referência ao número de israelenses que teriam morrido durante a Operação Dilúvio de al-Aqsa. Cinicamente, uma das mudas foi de uma oliveira, árvore símbolo da Palestina. Enquanto isso, as oliveiras palestinas são destruídas sistematicamente por militares e colonos israelenses, para evitar que os palestinos colham suas azeitonas para fazer seu tradicional azeite. Na última terça-feira, foram cerca de 400 oliveiras arrancadas na aldeia de Uadi Fuquin na Cisjordânia.

Caiado assinou na ocasião dois acordos com “Israel”. Um deles comprometendo o estado de Goiás com a “luta contra o antissemitismo” nos termos da Aliança Internacional de Memória do Holocausto, o que significa apoiar ideologicamente o genocídio do povo palestino. Isso porque os judeus não estão sendo perseguidos em nenhum lugar do mundo atualmente, mas todos que criticam as monstruosidades operadas pela ocupação israelense na Palestina ficam na mira para serem rotulados como “antissemitas”. Também foi assinado um acordo de “cooperação” em diversos setores econômicos, o que significa que o governo goiano vai importar tecnologia dos israelenses.

Evolução do intervencionismo sionista no Brasil

Nove dias após o início dos ataques israelenses contra civis na Faixa de Gaza, o Partido dos Trabalhadores emitiu uma nota conservadora sobre os acontecimentos. Isso porque repetia a campanha sionista de qualificar as ações do Hamas como “terroristas”, aceitando a versão sionista sobre o 7 de Outubro e ignorando os demais grupos armados palestinos que atuaram junto com o Hamas. Mas, por outro lado, o partido acertadamente denunciou os ataques israelenses, caracterizando esses ataques como “um genocídio contra a população de Gaza”. Além disso, a nota registra que esse genocídio estava sendo realizado “por meio de um conjunto de crimes de guerra”.

Buscando emparedar o governo Lula, Zonshine criticou o PT, ignorou a condenação estendida ao Hamas e repetiu as já desmentidas falsificações divulgadas por “Israel”:

“Isso é maneira [de falar] de um partido que fala de direitos humanos? São direitos humanos matar crianças e estuprar mulheres? Esses são os valores que o PT apoia? O apoio aos palestinos é uma coisa, podemos discutir isso, mas apoiar o Hamas?”

Cinicamente, embaixador sionista ignorou e segue ignorando o massacre de civis desarmados, incluindo uma maioria de mulheres, crianças e idosos. Quanto aos “40 bebês decapitados” e os “estupros sistemáticos” que teriam ocorrido durante o Dilúvio de al-Aqsa, são estórias já desmentidas por órgãos de imprensa independentes como The Grayzone e The Eletronic Intifada. Inclusive o jornal The New York Times, que publicou a denúncia sobre os “estupros em massa”, vive uma crise interna por conta da repercussão negativa do desmentido da matéria.

Em seguida, Zonshine se reuniu com Bolsonaro e outras figuras da extrema-direita brasileira em Brasília. O que foi obviamente interpretado como uma reunião entre “Israel” e a oposição ao governo Lula, uma provocação do sionismo. Isso ocorreu no mesmo dia da ação entre Polícia Federal e Mossad, que prendeu os “pagodeiros do Hezbollah”, numa demonstração da perigosa infiltração dos serviços de espionagem israelenses no Brasil.

Mais recentemente, Lula deixou os sionistas em choque ao comparar o genocídio contra os palestinos com o que ocorreu na Alemanha nazista aos judeus. Falando com jornalistas na Etiópia em fevereiro, o presidente brasileiro foi contundente e disse o que muita gente pensa sobre o massacre de civis que segue ocorrendo enquanto esta matéria está sendo escrita. Lula foi declarado “persona non grata” por “Israel”, ou seja, o presidente do Brasil não é bem-vindo no país. Uma ação que deveria ser respondida, no mínimo, com o rompimento de relações com esse “país”, que na verdade não passa de uma força de ocupação. Por muito menos, outros países já fizeram isso.

Fim do Estado genocida de “Israel”

“Israel” como Estado não passa de uma ficção, uma ficção sancionada pela ONU, o que não muda em nada a realidade. A população da Palestina está submetida a uma ditadura militar fascista, que rouba e mata sem qualquer puder esses cidadãos de segunda categoria. Por mais que a máquina de mentiras do imperialismo seja poderosa, não é capaz de esconder a verdade para sempre.

Por isso mesmo, é fundamental que Lula e o PT se coloquem no lado oposto aos genocidas. A chantagem feita com as evocações ao holocausto judeu na Alemanha é um escárnio. Se alguém desrespeita a memória dos judeus assassinados pelos nazistas são os sionistas que alimentam a máquina de guerra de “Israel”. Os palestinos, que não tiveram nada a ver com o nazismo, sofrem há décadas com essa política de limpeza étnica, como denunciado por historiadores judeus desde muito tempo.

Lula deve aproveitar mais essa provocação e golpear dois inimigos do povo de uma vez só: o sionismo e os bolsonaristas. Contemporizar com um, só vai fortalecer o outro. E cada vez mais pessoas estão se dando conta do que ocorre de verdade na Palestina.

Por um comitê internacional da verdade sobre o 7 de outubro

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