Neste domingo, dia 18 de fevereiro, em relação à morte de Alexei Navalnyo, o presidente Lula afirmou que “não podemos fazer pré-julgamento”. A declaração foi realizada em entrevista, na sua visita oficial a Etiópia.
Quem foi Navalni
Navalnyo era um advogado russo que mantinha um blog e adentrou na política em oposição a Putin. Foi fundador da Fundação Anticorrupção (FBK) e chegou a liderar o partido Rússia Pelo Futuro.
Por recomendação de Garry Kasparov, da editora-chefe do The New Times Yevgenia Albats e do economista Sergei Guryev, ingressou para estudo na Universidade Yale. Uma instituição privada norte-americana, situada em New Haven, Connecticut, com patrimonio de $ 27,2 bilhões, recebendo bolsa através do Yale World Fellows Program.
A base da argumentação política de Navalnyo, era a tradicional “luta contra a corrupção”. Tendo como principal ocupação advogar em casos de desvio de fundos do Estado.
Sofreu algumas condenações e prisão, entretanto tomou maior relevância ocorreu após sofre suposto envenenamento. Sendo tratado nesse episodio em território alemão.
“O Governo Federal condena esse ataque nos termos mais veementes possíveis. O governo russo é chamado a se pronunciar urgentemente sobre o incidente”. Afirmou o governo alemão.
Em outra nota, a chanceler alemã Angela Merkel foi além no ataque ao governo russo, afirmando: “claro que Alexei Navalny era vítima de um crime, com o objetivo de silenciá-lo”.
Outro eixo da política de Navalny, era o fascismo, expresso principalmente na anti-imigração. Esse viés foi um dos pontos da condenação de 2023, como “reabilitar a ideologia nazista”.
“A base da minha abordagem é que você tem que se comunicar com os nacionalistas e educá-los… Acho que é muito importante explicar-lhes que o problema da imigração ilegal não é resolvido espancando os migrantes, mas por outros, meios democráticos”. Declarou Navalny.
Como todos os fantoches imperialistas, mesmo após ingressa na Igreja Ortodoxa Russa, Navalny também tinha uma relação estreita com a política identitária. Praticando demagogia com reivindicações desse espectro.
Navalny faleceu nesta última sexta-feira, dia 16 de fevereiro, em Kharp, no distrito de Iamália-Nenétsia. As causas da morte ainda não foram estabelecidas, segundo Serviço Penitenciário Federal russo, Navalny se sentiu mal após um passeio.
Imperialismo defende seu agente
Sem representa uma força política significativa, o principal papel de Navalny, foi de ser utilizado em campanhas imperialistas contra a autonomia russa. Mesmo após sua morte essa demanda não cessou, havendo uma unidade na imprensa imperialista em condenar o governo Putin, visando fortalecer essa “oposição”, uma tentativa de intervenção na Rússia.
Durante a supracitada entrevista, a pergunta do jornalista Américo Martins, da CNN Brasil, sobre a ausência de manifestação do governo brasileiro sobre a morte de Navalny, e as suspeições acerca do ocorrido, expressa bem essa orientação.
Na pergunta o jornalista deixar claro sua parcialidade, apontando a campanha que toda a imprensa imperialista está realizando. Uma manifestação de assédio político do imperialismo ao presidente Lula, para adesão pública a sua posição.
O presidente norte-americano Joe Biden, em entrevista à ABC News, já afirmou que Vladimir Putin seria um assassino. Com os imperialismos da EUA e da União Europeia, impondo anteriormente sanções a altos funcionários russos pelo envenenamento e prisão de Navalny.
E o Lula?
A reposta do presidente Lula foi objetiva. Recusando prontamente a campanha imperialista, observou que, segundo o próprio jornalista, ainda se tratava de uma suspeição, não estando esclarecidos os fatos. Lula chegou a questionar as consequências dessas acusações infundadas e a motivação por trás das mesmas.
“Se a morte está sob suspeita, é preciso antes fazer uma investigação. Não podemos fazer pré-julgamento. E se a acusação for falsa? Depois pede desculpa? Pra que essa pressa de acusar alguém?”. Afirmou Lula em resposta a Martins na entrevista.
Lula ainda citou o assassinato de Marielle Franco, lembrando que as investigações acerca dos mandantes já ultrapassou os 6 (seis) anos. Entretanto, ele ainda não acusou ninguém, não fara especulação, mas quando dispor das provas, acusará os mandantes.
O que essa situação reflete?
Embora chegue a ser apontada como uma “abordagem diplomática que busca equilíbrio e prudência em questões internacionais delicadas” por setores da esquerda, a apresentação de Lula está mais próxima um exímio equilibrista.
Se o mesmo não denunciou abertamente a campanha imperialista como tal, também não aderiu a mesma e ainda a colocou seu agente em posição indesejada. É límpido, não apenas pela recursa das suposições acerca da morte de Navalny, que Lula têm interesses geopolíticos diferentes do imperialismo.
Contrario ao que setores da esquerda já colocaram, a posição do governo Lula hoje está mais distante de um capacho do imperialismo do em tempos passados. Embora, ainda não apresente claramente a disposição para enfrentamento, a divergência é obvia.