O ex-deputado federal e ex-procurador federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) publicou em seu perfil no X, na última quarta-feira (17), o que chamou de “análise jurídica inicial dos arquivos do Congresso dos Estados Unidos”. Ex-coordenador da famigerada operação Lava Jato, Dallagnol destacou que os arquivos mostram “um padrão apavorante nas decisões do ministro Alexandre de Moraes”, do STF (Supremo Tribunal Federal), para promoção da censura no Brasil. Com conhecimento de causa de quem fez muitas coisas do gênero, o ex-procurador federal tece ainda comentários sobre as revelações feitas nos EUA:
“Em várias decisões, Moraes parece ter decidido depois de provocação da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE (AEED/TSE), órgão obscuro criado em 2019 para ‘combater a desinformação’”, diz Dallagnol em seu perfil na rede social.
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A crítica à atuação de Alexandre de Moraes é mais do que merecida, finalmente, o skinhead de toga é um ditador que ascendeu ao STF para continuar o projeto político golpista, inciado em 2016 com a derrubada da presidenta democratica e legitamente eleita, Dilma Rousseff. Ocorre que a moral de Dallagnol para criticar “padrão apavorante” é menos que nulo.
A conduta desmedida e antidemocrática do ministro do STF é evidente em suas decisões arbitrárias e na violação flagrante dos direitos democráticos dos cidadãos brasileiros. Moraes não passa de um ditador travestido de ministro do Supremo Tribunal Federal, usando sua posição para suprimir a liberdade de expressão e perseguir aqueles que se atrevem a denunciar as arbitrariedades, dele e de seus pares.
No entanto, é igualmente importante denunciar o papel nocivo desempenhado por Deltan Dallagnol e sua trupe da operação Lava Jato. O ex-procurador e seus comparsas foram verdadeiros criminosos, agindo em conluio com o imperialismo. A própria criação da famigerada operação, em meio às eleições de 2014, foram uma tentativa torpe de manipulá-la.
Incapazes de conseguir a vitória do tucano Aécio Neves no pleito de 10 anos atrás, Dallagnol, o hoje senador Sergio Moro (União Brasil-PR), Leandro Daiello (atualmente, sócio da Warde Advogados e do IREE) e demais do bando mantiveram em marcha acelerada toda sorte de arbitrariedades, fundamentais para o golpe de Estado que, há oito anos, derrubaria a então presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff. Coação e tortura eram métodos rotineiros da operação golpista, que orientada de fora, diretamente pelo governo norte-americano, ajudaria ainda a destruir a economia nacional, jogando-a em uma crise que o País ainda hoje não conseguiu superar.
Dado seu histórico, é até surpreendente que Dallagnol venha a público criticar os métodos lavajatistas de Moraes. Em outra consequência do golpe que teve no ex-deputado um de seus principais executores, está a posse do próprio Alexandre de Moraes ao STF. O homem da cabeça lustrosa foi Indicado por Temer, que, por sua vez, só assumiu à Presidência da República graças ao golpe que Dallagnol ajudou a concretizar.
Ambos Moraes e Dallagnol são representantes de setores distintos da mesma classe social, a burguesia imperialista. Através desses dois, o imperialismo segue sua luta para disciplinar o Brasil, à custa de um sofrimento indescritível do povo brasileiro. Por meio de ambos os carrascos, a ditadura mundial luta para impedir o progresso nacional e manter o País submisso, o que é especialmente importante na conjuntura de crise.
Moraes ataca duramente os direitos democráticos da população, seja censurando, seja condenando manifestantes à cadeia de maneira arbitrária. Já Dallagnol, por sua vez, pode ser considerado um dos pais do monstro que agora denuncia, por pura hipocrisia.
É fundamental que as massas trabalhadoras do País não se deixem enganar e reconheçam Moraes e Dallagnol como inimigos declarados do povo trabalhador, das liberdades democráticas e, por extensão, do País. Finalmente, a natureza política da burocracia judicial revela-se por meio de membros como Moraes e Dallagnol, além de muitos outros notórios golpistas inimigos dos trabalhadores, que reforçam o caráter reacionário das instituições da justiça e que o trabalhador só pode contar com a própria força em sua luta por seus interesses.