Em evento ocorrido no Rio de Janeiro na última terça-feira (3), no Circo Voador, com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT). Em seu perfil no Instagram, ela escreveu: “a chegada oficial ao PT é o resultado de uma trajetória de luta, indignação e esperança da qual muito me orgulho”.
De acordo com o portal Brasil 247, durante esse evento, Anielle expressou sua disponibilidade para apoiar a reeleição de Eduardo Paes, atual prefeito do Rio de Janeiro pelo PSD, desde que o PT faça uma aliança com ele. Ela revelou também o desejo de concorrer ao Senado em 2026, um cargo que sua irmã, Marielle Franco, assassinada em 2018, também almejava.
A vereadora Marielle Franco tinha 38 anos quando foi assassinada a tiros em uma emboscada no centro do Rio de Janeiro, na noite de 14 de março de 2018. No ataque, também morreu o motorista Anderson Gomes.
O caso é mais uma demonstração da tradicional política esquerda pequeno-burguesa: a busca por cargos e boquinhas dentro do governo. Anielle Franco, com sua política identitária, não é diferente disso. Até porque, enquanto ministra do governo Lula, praticamente não fez nada, exceto protagonizar polêmicas desmoralizantes, como o caso da assessora que criticou a torcida do São Paulo chamando-a de “torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade […] Pior tudo de pauliste”. Outro episódio grotesco, argumentou que expressões como “denegrir” e “saímos desse buraco negro” seriam, supostamente, racista.
Durante a última chacina da polícia do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na Baixada Santista, a qual resultou no assassinato de 56 pessoas, a maioria delas negra; tampouco se verificou a posição da ministra da Igualdade Racial, como se esperaria. Isso porque o objetivo de Anielle Franco não é a defesa da população mais esmagada pelo capitalismo no Brasil, assim como não é séria a sua luta por justiça à irmã assassinada. O político oportunista só leva a sério uma coisa: os seus próprios interesses.
A cerimônia de filiação nada mais é do que um espetáculo para que Anielle tenha mais atenção dentro da política nacional, nesse caso, a tentativa de se alçar ao Senado. A ministra é consultora do Programa para a América Latina da Open Society Foundations, rede comandada pelo magnata George Soros, um dos maiores capitalistas da atualidade e responsável pelas chamadas “revoluções coloridas” ao redor do mundo, com envolvimento no que aconteceu no Brasil, no ano de 2016, quando Dilma Rousseff sofre o golpe que a tirou da Presidência da República.
Uma eventual cadeira no Senado para Franco, desta forma, não seria do PT, mas de um antagonista aberto do partido, a ONG a quem a ministra realmente serve e que a coloca como serviçal do imperialismo. Não seria uma senadora para defender as mulheres, nem os negros e menos ainda os trabalhadores. Apenas e tão somente uma senadora a mais para atacar o próprio País e o povo, representante do que existe de mais reacionário e frontalmente contrário os interesses do povo trabalhador.
Como sempre, em véspera de eleições, a esquerda pequeno-burguesa mostra a sua face mais oportunista. O desespero por cargos políticos deixam aqueles que se dizem de esquerda atordoados, dispostos a qualquer negócio. Fazem os acordos mais absurdos e se submetem a qualquer situação desde que se beneficiem com privilégios em meio ao esmagamento geral das massas trabalhadoras.