O jornalista independente Richard Medhurst, que colabora com emissoras como a Press TV e Al Mayadeen, denunciando o genocídio que “Israel” comete contra a Palestina, foi preso no aeroporto de Heathrow (Londres) na última quinta-feira (15), e mantido sob custódia durante 24 horas.
A detenção foi feita com base na Lei de Terrorismo do Reino Unido. Segundo Medhurst, ele foi preso por “expressar uma opinião ou crença que apoia uma organização proscrita”, o que está previsto na Seção 12 da referida lei.
“Na quinta-feira, quando aterrissei no aeroporto de Heathrow, em Londres, fui imediatamente escoltado para fora do avião por seis policiais que estavam me esperando na entrada da aeronave. Eles me prenderam – não me detiveram – eles me prenderam sob a Seção 12 do Terrorism Act de 2000 e me acusaram de supostamente ‘expressar uma opinião ou crença que apoia uma organização proscrita’, mas não explicaram o que isso significava”, declarou Medhurst em vídeo publicado em sua conta do X (antigo Twitter).
O jornalista ainda informou que “6 policiais estavam me esperando na entrada da aeronave”, e que a prisão foi realizada em razão de sua atividade jornalística. Medhurst é conhecido por denunciar abertamente o apoio e a cumplicidade de Londres no genocídio. Além disto, denuncia também o financiamento de Londres à Ucrânia, manifestando-se contra. Em publicação em seu X, disse que “acredito que sou o primeiro jornalista a ser preso sob esta (lei)”, denunciando ainda que esta foi uma “prisão pré-planejada e coordenada”:
“[…] senti que esta foi uma prisão pré-planejada e coordenada. Muitas pessoas foram detidas na Grã-Bretanha por causa de seu jornalismo, às vezes sob o Terrorism Act, às vezes não. Penso em Julian Assange, Craig Murray, Kit Klarenberg, David Miranda, Vanessa Beeley. Até onde sei, sou o único jornalista, no entanto, a ter sido preso e mantido por até 24 horas sob a seção 12 do Terrorism Act.”
Após detido no aeroporto, ele foi levado para uma delegacia de polícia. O jornalista descreveu as condições da cela em que foi colocado:
“Fui colocado em confinamento solitário, em uma cela fria que cheirava a urina. Quase não havia luz e a cama, se é que se pode chamar de cama, era simplesmente uma pequena saliência de concreto com um colchão fino como papel. A cela não tinha janelas, nem aquecimento, nem papel higiênico. Fui gravado […] com áudio e vídeo, mesmo quando ia ao banheiro. Tive que comer com um pedaço de papelão que você deveria dobrar em dois para poder pegar a refeição.”
Durante sua detenção, Medhurst ainda informa que foi impedido de entrar em contato com sua família assim como suas tentativas de falar com um advogado.
Em face da prisão e demais medidas arbitrárias, Medhurst denunciou que “o ‘ato de terrorismo’ fascista está sendo usado para manter ativistas presos sem acusação ou julgamento porque eles tentaram impedir o terrorismo e o genocídio reais das IDF”.