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História da Palestina

Jabotinski, o Hitler judeu que fundou o Estado de ‘Israel’

Jornalista Robert Gessner entrevistou Vladimir E. Jabotinski, ideólogo do Sionismo Revisionista, que pregava a colonização da Palestina e a instauração de um Império Judaico

Em 19 de fevereiro de 1935, a revista New Masses publicou a matéria “Camisas Marrons no Sionismo / Jabotinski – O Hitler Judeu”. O texto foi assinado por Robert Gessner, que teve oportunidade de entrevistar Vladimir Evgenevich Jabotinski, esse que foi figura central no Sionismo Revisionista, na formação da Irgun, milícia fascista que foi responsável por massacre de palestinos e de sua expulsão de suas terras. O que foi fundamental para a formação do Estado de ‘Israel’.

Abaixo, reproduzimos a nota editorial do início do texto, que faz uma análise e crítica do sionismo:

O movimento sionista é um movimento nacionalista judaico que visa o estabelecimento de um “Lar Nacional Judaico na Palestina”. Remonta à década de oitenta, quando, como resultado de uma onda de pogroms na velha Rússia, foi estabelecido um movimento conhecido como “Amantes de Sião”. O sionismo político, no entanto, tal como é representado pela atual Organização Sionista Mundial, remonta à 1897, quando o primeiro congresso mundial sionista teve lugar em Basileia, na Suíça, dominado e liderado pelo Dr. Theodore Herzl, um notável jornalista austríaco. O Dr. Herzl e os seus seguidores, até 1914, ainda lutavam para obter uma “carta” para a Palestina do sultão turco. Para este propósito, o Dr. Herzl procurou a ajuda dos embaixadores e membros do gabinete dos vários governantes da Europa pré-guerra, o Czar, o Kaiser, etc. Um Banco Nacional Judaico foi estabelecido para “comprar” a Palestina do Sultão Turco.

A “diplomacia” sionista ruiu com o nascimento do movimento Jovem Turquia em 1908 e com a derrubada do Sultão em 1910. Foi apenas durante a Guerra Mundial, quando o governo britânico emitiu a Declaração Balfour proclamando a Palestina como Casa Nacional Judaica, a fim de ganhar as massas judaicas para o lado dos Aliados, que o movimento sionista obteve um novo sopro de vida. O governo britânico, no entanto, também prometeu generosamente a Palestina aos árabes. Como forma de atrair as massas árabes na sua guerra contra a Turquia, a Inglaterra garantiu aos árabes que a Palestina faria parte de um Arabistão Unido.

Esta duplicidade teve as suas consequências numa série de surtos raciais na Palestina. O governo britânico, que ainda detém o mandato da Liga das Nações sobre a Palestina, procura manter o equilíbrio de poder e aparecer como o “protetor” ora dos árabes, ora dos judeus. Tem sido afirmado pelos sionistas que os surtos de Agosto de 1929, quando numerosos judeus e árabes foram mortos, foram em grande parte fomentados pela era britânica. A Liga das Nações fez recentemente uma declaração contundente de que a Palestina nunca se tornará um Lar Nacional Judaico sob o mandato.

Uma secção do movimento sionista – os Revisionistas – liderada por Vladimir Jabotinski tem acusado o órgão sionista de jogar o jogo da Inglaterra na Palestina em vez de realizar o objectivo de Herzl: o estabelecimento de um Estado Judeu. Os Revisionistas têm apelado ao desafio da Grã-Bretanha. O seu objectivo é garantir a segurança deste Estado Judeu pela força, através da organização da juventude judaica em bandos fascistas. Jabotinski chegou recentemente aos Estados Unidos para obter uma audiência favorável para o programa Revisionista.

Os membros judeus do movimento revolucionário sempre lutaram contra o sionismo como prejudicial aos interesses das massas judaicas. Várias de suas razões podem ser formuladas da seguinte forma:

O sionismo é uma ferramenta do imperialismo britânico que precisa da Palestina para os seus próprios fins;

O sionismo está a desapropriar os camponeses árabes e a conduzir uma colonização por conquista com a ajuda das baionetas britânicas;

Nenhuma nação pode resolver os seus problemas emigrando para outro país, mesmo que a Palestina não fosse tão pequena e tão densamente povoada; O sionismo desvia a atenção das massas judaicas dos problemas dos países onde vivem;

O sionismo separa-os das massas de outras nacionalidades;

Como movimento chauvinista, é um terreno fértil para o fascismo.

Os Editores”

Robert Gessner ficou sabendo que Jabotinski iria para os Estados Unidos, por isso embarcou no mesmo transatlântico para poder entrevistá-lo, que disse que falaria abertamente para que o Revisionismo fosse esclarecido.

Segundo Jabotinsko, o Revisionismo é ingênuo, brutal e primitivo. E queriam um Império Judaico, assim como existem o Império Italiano ou Francês no Mediterrâneo. Para tal, para assegurar esse Império Judaico, ‘não aceitariam um não como resposta’.

Gessner inicia seu artigo dizendo: “O sionismo é o movimento nacionalista dos judeus. Alguns foram esperar a segunda vinda de Moisés; eles podem ser chamados de sionistas religiosos. Muitos foram ganhar dinheiro com o cultivo de laranjas ou com a construção de apartamentos; eles são sionistas capitalistas. Outros foram viver em comunidade em fazendas; eles são socialistas sionistas e, uma vez que são os nacionalistas socialistas do movimento sionista, podem ser parcialmente descritos como nazistas cor-de-rosa. Os Nacional-Socialistas, por outro lado, são os Revisionistas, ou os Nazistas Castanhos da Palestina. Eles acreditam 100 por cento no Estado Judeu, com o seu próprio exército judeu e até, devo acrescentar, uma marinha judaica no Mar Morto! O Führer dos nazistas marrons na Palestina é Vladimir Jabotinski. – grifo nosso.

Segundo o jornalista “Jabotinsko era membro das Legiões Judaicas de Allenby que marcharam para Jerusalém após a partida dos turcos. Hoje, os jovens e severos legionários de Jabotinski marcham pelas ruas e usam camisas, como os seus irmãos nórdicos na Alemanha. Na Polônia eu os tinha visto marchando pelas ruas (ruas secundárias nos guetos) cantando ‘Polônia para Pilsudski, Alemanha para Hitler. Palestina para os Judeus’”.

Jabontinsky afirmava que a Palestina seia a pátria de dez ou doze milhões de judeus. Ao ser questionado sobre os quatro milhões de judeus restantes pelo mundo, o sionista afirmou que não estava interessado, pois “Um Império Judaico de dez ou doze milhões lhe convinha”.

Durante a entrevista, Jabotinski deixa claro que tem ideias racistas. Ao ser questionado sobre seu fundamentalismo, ouviu o seguinte: “Sim, somos sionistas puros. Voltamos aos primeiros sionistas. Hertzel era um revisionista. Ele acreditava no Estado Judeu”.

A questão palestina

Ze’ev Jabotinski já tinha uma noção clara de como tratar os palestinos. Foi taxativo ao responder que “Na colonização de qualquer país, o nativo sempre sofreu. Não pode haver Estado árabe se quiser haver um Estado judeu. No Estado judeu, garantiríamos a eles os mesmos direitos que os judeus têm garantidos em outros estados”. O plano do sionismo, como se vê, era o de colonizar a Palestina. Estamos falando de 1935, ainda hoje, porém, há aqueles que colocam a culpa nos palestinos de não terem um Estado.

O Führer das Legiões Camisas Marrons do Judaísmo era um inimigo dos bolcheviques, e sabia da necessidade da cooperação entre o imperialismo britânico e o sionismo.

A Irgun, milícia que Jabotinski ajudou a criar, foi absorvida pelas forças armadas sionistas após a fundação pela ONU do Estado de ‘Israel’. Seus métodos, sua ideologia, no entanto, seguem vigentes.

O fascismo é face real do sionismo, a máscara democrática caiu diante da brutalidade com a qual vem tratando o povo palestino.

Não se pode esconder o genocídio na Faixa de Gaza, o assassinato sistemático de mulheres, crianças, intelectuais; a destruição de mesquitas, hospitais, universidades etc., estão revoltando o mundo. Estudantes se levantam por todos os países em defesa do povo palestino.

A entrevista com Jabotinski nos mostra que a violência sionista está longe de ser uma casualidade. É um método que vem sendo aplicado de maneira sistemática, pensada, marca de todo regime fascista. E é com muita propriedade que Gessner nomeia Jabotinski o ‘Hitler judeu’.

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