7 de Outubro

Israelense confirma assassinato de prisioneira por ‘Israel’

Relato que "escapou" na imprensa israelense mostra que militares israelenses atiraram contra os próprios civis para impedir que fossem levados como prisioneiros

O portal de notícias Eletronic Intifada denunciou recentemente uma informação que foi noticiada na imprensa israelense em relação ao assassinato de civis israelenses por militares de “Israel”. Em matéria publicada em fevereiro no Canal 12, em meio à propaganda contra a resistência palestina, a refém libertada Shani Goren acaba deixando escapar que, quando os helicópteros israelenses abriram fogo indiscriminadamente durante a fuga dos militantes com reféns, uma mulher do mesmo kibutz foi atingida e morreu na hora. Efrat Katz foi uma das vítimas da “Diretiva Aníbal” das forças israelenses de ocupação.

O episódio relatado foi justamente durante a operação “Dilúvio de al-Aqsa”, em 7 de Outubro do ano passado. Ironicamente, Goren comenta ter pensado na hora sobre o piloto: “ele tomou uma decisão difícil, mas quase nos salvou”. Goren expressa satisfação ao relatar que percebeu que todos os “terroristas” haviam sido mortos no ataques, teriam caído como “dominós”. Ela chega a agradecer ao piloto que atirou, questionando porque não teriam atirado mais. E a matéria segue no ritmo normal de uma peça de propaganda para a manutenção do genocídio em Gaza, com relatos sobre terem uma “yeshivá” no kibutz, que é um local para estudar a Torá, e sobre a relação dela com uma criança israelense no cativeiro.

A entrevista, realizada dois meses após a libertação de Goren, em uma troca de prisioneiros, mesmo assim acabou funcionando para a campanha de denúncias contra “Israel”, justamente porque ela revelou a falta de preocupação dos militares com a vida daqueles que são considerados cidadãos de primeira categoria nos territórios ocupados. O Eletronic Intifada lembra que a “Diretiva Aníbal” orienta os soldados israelenses a assassinarem os próprios israelenses para evitar que sejam usados em negociações para troca de prisioneiros. Isso porque a troca de prisioneiros é uma estratégia da resistência palestina diante da quantidade gigantesca de palestinos presos por qualquer coisa pelos ocupantes. Sobre a morte de Efrat Katz, as forças de ocupação fizeram como têm feito em geral diante das acusações similares: prometeram futura investigação e prestação de contas à família. No momento, estão ocupados matando civis palestinos.

A filha de Efrat Katz, Doron Katz-Asher, relatou ao Canal 12 que sua mãe foi baleada pelas costas durante a fuga para Gaza. Doron e sua filha Aviv também foram feridas no ataque e ambas se mantiveram junto com a outra filha de Doron. Seu relato demonstra que ela estava com mais medo dos militares israelenses dos que dos militantes da resistência palestina:

“Parece difícil de acreditar, mas eu estava num filme de guerra com tiroteios e terroristas e queria tanto chegar a Gaza, que me levassem para um lugar seguro, entre aspas, onde não estaria sob fogo cruzado. E onde eles talvez até tratem meus ferimentos. Foi até uma espécie de alívio quando finalmente chegamos vivos (a Gaza)”.

Outra sobrevivente do episódio, Sharon Cunio, aproveitou uma reunião com o primeiro-ministro Netanyahu e seu gabinete de guerra e protestou pelo cancelamento da “Diretiva Aníbal”, preocupada com seu marido que seguia como prisioneiro na ocasião. O seguinte trecho da sua fala foi publicada pelo Ynet, um dos maiores sites de notícias de “Israel”, que obteve gravação da reunião:

“A sensação que tínhamos ali é que ninguém está fazendo nada por nós. O fato é que eu estava em um esconderijo que foi bombardeado e fomos forçados a sair de lá, feridos. Sem contar o helicóptero que disparou contra nós a caminho de Gaza. Vocês afirmam que há inteligência, mas o fato é que fomos bombardeados”.

A matéria do Eletronic Intifada cita outro episódio similar, corrido em outro kibutz. Ao atacar uma casa onde estavam combatentes do Hamas e 14 prisioneiros israelenses, os militares de “Israel” promoveram outro banho de sangue. Apenas um militante do Hamas e dois prisioneiros sobreviveram ao ataque. Pelo menos três dos prisioneiros foram incinerados por projéteis disparados por tanques israelenses. O portal independente de notícias já havia denunciado esse caso, expondo as contradições no relato do general Barak Hiram, que deu a ordem para que os tanques atirassem contra a casa. As famílias dos civis mortos seguem aguardando esclarecimentos das forças de ocupação.

Uma das sobreviventes, Yasmin Porat, contradisse a propaganda sobre a “brutalidade” dos militantes palestinos ao caracterizar o tratamento recebido como humano: “Foi muito assustador, mas ninguém nos tratou com violência. Felizmente, não aconteceu comigo nada do que ouvi na imprensa”. Os relatos da própria Shani Goren também apontam nesse sentido. A israelense de 29 anos alega ter sido encontrada “usando calcinha, sem sutiã e com um top curto” no seu quarto. A atitude do militante que a encontrou foi imediatamente pegar peças de roupa no guarda-roupas e entregar para que ela se vestisse.

O relato contrasta frontalmente com a farsa apresentada pelo The New York Times, que publicou uma matéria sobre uma disposição dos militantes para abusar sexualmente das israelenses durante a operação. A peça de propaganda tem sido cada vez mais contestada diante das inconsistências que o própria Eletronic Intifada ajudou a denunciar. Nesse sentido, vem à tona a diferença gritante sobre como atua a resistência palestina e as forças da ocupação israelense. Os palestinos costumam tratar os civis com respeito, mesmo no contexto brutal da sua sobrevivência, e os militares israelenses não parecem ter apreço nem pela vida dos próprios civis.

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