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Faixa de Gaza

‘Israel’ repete pesadelo no campo de refugiados de Rafá

O Estado de "Israel" realizou dois massacres na Faixa de Gaza em 48h, pouco depois, mandou tanques para o centro da cidade

Na terça-feira (28), o Estado de “Israel” realizou mais um massacre monstruoso em Rafá. Dois dias após carbonizar dezenas de palestinos num campo de tendas de refugiados, novamente, a força aérea sionista bombardeou as tendas e assassinou mais de 20 palestinos. A autoridade de saúde de Gaza afirmou que o ataque em uma área de evacuação a oeste de Rafá matou pelo menos 21 pessoas, pelo menos 12 dos mortos eram mulheres.

Esse ataque brutal faz parta da operação genocida de “Israel” na região de Rafá, no extremo sul da Faixa de Gaza. A operação sionista se intensificou no dia 6 de maio, após o Hamas colocar “Israel” em xeque ao costurar um acordo com os mediadores e os EUA e colocar os sionistas em uma posição difícil. Ou aceitam a derrota, que seria o acordo de cessar-fogo, ou continuam com a guerra e mostram que não defendem de fato a libertação dos prisioneiros e a “paz”. Nessa situação, o sionismo dobrou a aposta e invadiu Rafá no mesmo dia.

No princípio, a invasão foi limitada. Os confrontos armados, inclusive, eram maiores no norte, pois junto à invasão de Rafá, “Israel” também invadiu o norte pela segunda vez. Mas passadas as semanas, o Estado sionista começou a sua onda de crimes monstruosos contra a população. O de maior destaque foi o massacre do último domingo (26) e, agora, outro massacre na terça-feira (28). E isso acontece mesmo com mais de um milhão de palestinos tendo evacuado a região por saberem que não é possível acreditar nas “zonas humanitárias” definidas por “Israel”.

O massacre de refugiados

A correspondente da Al Jazeera Hind Khoudarya afirmou que “as forças israelenses atacaram outra área de barracas improvisadas onde a maioria das pessoas eram mulheres e crianças. Todos os feridos e os corpos das vítimas foram transferidos para o hospital de campo do International Medical Corps. Não há ambulâncias”.

E continuou: “é catastrófico e horrível estar ferido e não poder ser transferido de um lugar para outro por falta de combustível. Há mais de três semanas, nada entrou na Faixa de Gaza”. A situação dos hospitais em Rafá também é de calamidade. Haviam apenas dois operando, mas, com o avanço das tropas sionistas, um deles foi desativado.

Ambos os massacres geraram uma revolta internacional contra a invasão sionista. O líder xiita do Iraque, Muqtada al-Sader, se pronunciou: “reitero minha demanda de expulsar o embaixador dos EUA e fechar a embaixada por meios diplomáticos sem derramamento de sangue”. Sader foi uma importante liderança da guerrilha iraquiana durante a invasão norte-americana. Seu partido chegou a ter a maior bancada no parlamento iraquiano.

O Crescente Vermelho Palestino descreveu os acontecimentos após o massacre de domingo. “Experimentamos em primeira mão o horror desta guerra, testemunhando os ferimentos terríveis e a morte. Tivemos um incidente com vítimas em massa, com cerca de 30 pacientes, sete deles em estado crítico com hemorragias graves. Nove pacientes tiveram lesões ortopédicas horríveis, e cerca de 18 ficaram feridos”.

O comunicado continua: “amputações no hospital de campo são comuns, assim como infecções respiratórias agudas, doenças gastrointestinais e doenças de pele, que estão se espalhando rapidamente pelas comunidades deslocadas devido à falta de água limpa, saneamento e acesso a alimentos”.

E a situação só irá piorar, pois os israelenses bloqueiam quase a totalidade da entrada de suprimentos em Rafá. Desde o dia 6, eles tomaram controle da fronteira com o Egito e a fecharam. Ou seja, estão condenando os feridos a dor extrema, sofrimento e morte. Se a tática usada nos últimos meses for seguida, os hospitais também serão invadidos pelas tropas sionistas e completamente desativados.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou: “o fechamento contínuo da fronteira de Rafá, a falta de combustível e de ajuda entrando e atravessando Gaza, e os frequentes atrasos e recusas de missão têm sufocado nossa capacidade de apoiar o sistema de saúde em um momento em que as operações deveriam estar crescendo rapidamente para atender às necessidades crescentes”.

A batalha de Rafá

Enquanto isso, “Israel” avançou para dentro do território de Rafá com seus tanques, que foram vistos no centro de Rafá. Eles se concentraram perto da mesquita de Al Auda, um marco famoso da cidade. Ou seja, após os massacres, “Israel” se movimentou para um território onde, até o momento, não havia se aventurado. Com a presença de tropas sionistas no território, a resistência palestina ampliou suas ações.

O dirigente do Hamas Hussam Badram se pronunciou: “‘Israel é um Estado desonesto que viola leis internacionais, e suas tentativas de justificar seus massacres em Rafá falharam e não enganarão o mundo”. Comentou, também, a farsa das negociações: “a conversa de Netaniahu sobre negociações é uma tentativa de ganhar tempo para matar mais palestinos; ele não quer chegar a nenhum acordo. A cessação completa dos combates e o retorno dos deslocados são nossas principais linhas vermelhas que não iremos comprometer para alcançar um acordo”.

O secretário-geral do Hesbolá, Hassan Nasseralá, também se pronunciou: “os massacres israelenses devem ser uma lição para nós e para aqueles que confiam na comunidade internacional e nas leis internacionais para proteger o Líbano. As crianças e mães de Rafá estão gritando nos ouvidos de todos aqueles que estão alheios, ignorantes, desconectados da realidade e que negam as verdades diárias”.

Ambas as organizações ampliaram suas ações militares contra o exército sionista. O Hamas e a resistência palestina resistem contra os invasores. Já o Hesbolá amplia o leque de ações no norte de “Israel” como forma de apoio à luta do povo da Palestina. A crise criada pelo Hesbolá no norte é tão grande que os assentamentos de colonos discutem se separar de “Israel” – um deles chegou a se declarar independente e expulsou o exército sionista de seu território.

É a nova etapa da guerra na Faixa de Gaza. O Hamas expulsou os invasores de Jabalia, de al-Zeitoun, de Shujaia, de Khan Iounis, derrotou os israelenses no entorno do hospital al-Shifa. Agora, a resistência enfrentará as tropas sionistas em Rafá, onde, mais uma vez, serão derrotadas. As ações desesperadas de “Israel” têm como único resultado os massacres. Do ponto de vista militar, nem mesmo os generais acreditam em alguma vitória real. Estão tentando ganhar tempo em um jogo no qual a vitória já é da resistência palestina.

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