Desde que “Israel” vem cometendo um genocídio contra os palestinos, na tentativa de sufocar em sangue a Revolução Palestina iniciada no dia 7 de outubro de 2023, o Hesbolá vem atacando diariamente o norte de “Israel”, prestando grande auxílio ao Hamas e ao povo palestino, por meio de baixas nas fileiras sionistas e causando êxodo massivo dos colonos da região.
Conforme noticiado nesta quarta-feira (13) pela emissora israelense Canal 12, a crise no norte do país – próximo à fronteira com o Líbano – é cada vez mais profunda. E isto se dá principalmente em razão do fato de que, desde o início da guerra, mais de 100 mil colonos sionistas tiveram de sair dos territórios ocupados, em razão da ação revolucionária do Hesbolá.
O major-general da reserva das forças israelenses de ocupação e outrora comandante do Comando do Norte, Jair Golan, foi entrevistado pelo canal e acusou o governo israelense (de Benjamin Netaniahu) de negligenciar a situação no norte, esquecendo-se principalmente das dezenas de milhares de colonos que fugiram da região. Questionado sobre como é possível que o governo não tenha dado nenhuma solução a essa crise, mesmo após cinco meses ataques do partido libanês, o major-general destacou que para “acalmar a situação norte” teria que ser considerada a capacidade do exército israelense, já que não seria uma guerra curta, ainda mais considerando a situação no sul, isto é, o embate entre as forças de ocupação e a resistência palestina em Gaza.
Nesse sentido, o militar sionista expôs que a solução para “acalmar o norte” seria “acalmar o sul”. Em outras palavras, se “Israel” quer que o Hesbolá pare de atacar o norte, deve parar de atacar os palestinos no Sul (e também na Cisjordânia). Golan destacou que se a situação no sul não se “acalmar”, poderá haver uma “guerra total” contra o Hesbolá no Líbano.
As declarações mostram que “Israel” se encaminha para uma crise ainda maior do que aquela na qual já se encontra. Afinal, os sionistas não cessarão o genocídio contra os palestinos.
Ao criticar o governo de Netaniahu pela maneira como está lidando com o Hesbolá, o major-general destacou que não há nenhuma perspectiva de retorno para os colonos aos territórios que ocupavam ao norte. O que está os deixando cada vez mais preocupados e revoltados, tornando a situação do governo do Likud intolerável, não apenas militarmente, como também no âmbito civil.
Na matéria do Canal 12, é relatado que os colonos do norte não estão dispostos a voltar para a região “sem uma guerra com o Hesbolá”, afinal, “não há indicadores que garantam que o Hesbolá não esteja planejando uma guerra iminente, ou que não abrirá fogo e lançará foguetes em direção ao norte periodicamente”, conforme declarações dos próprios colonos sionistas.
A revolta dos colonos com o governo também manifesta-se nos setores políticos que os representam, isto é, a extrema-direita mais fascista da política israelense. Na terça-feira (12), o portal israelense 0404 noticiou que Yitzhak Wasserlauf, Ministro do Desenvolvimento da Periferia, do Negev e da Galileia, e membro do parlamento pelo Poder Judeu (mesmo partido de Itamar Ben-Gvir) disse que “não pretende participar das sessões do governo até que seja aprovada uma decisão sobre a ajuda aos habitantes do norte”.
A emissora israelense destacou ainda que a crise na fronteira com o Líbano não atinge apenas os colonos, mas também os militares das forças de ocupação, que há cerca de duas semanas relataram “falhas militares” cometidas por frente à Resistência Islâmica (principal órgão do aparato militar do Hesbolá).
Vale ressaltar que o termo “falhas militares” é um eufemismo. O que ocorre são baixas nas fileiras das tropas sionistas, em seu embate contra o Hesbolá. Citando dados mais recentes, seguem abaixo as ações da Resistência Islâmica no último dia 12, informações da Press TV:
Setor Leste:
Por volta das 7h00, hora local, o comando da defesa aérea militar israelense no quartel de Keila e na base de Yaav nas Colinas de Golã ocupadas foram alvo de mais de uma centena de foguetes Katyusha em lotes.
Por volta das 17h55, horário local, o local de Ruwaisat Al-Alam em Kafr Shuba foi atacado.
Por volta das 18h05, horário local, a instalação de Zibdin em Shebaa foi atacada.
Setor ocidental:
Por volta das 10h15, horário local, o local de Al-Rahib foi alvo de um míssil Burkan.
Por volta das 12h45, horário local, o local de Al-Jardah foi alvo de mísseis Burkan.
Por volta das 14h00, horário local, o equipamento de vigilância no local de Birkat Risha foi atacado.
Por volta das 14h25, horário local, o equipamento de vigilância militar israelense no local de Jal al-Alam foi alvejado.
Por volta das 16h00, hora local, o local de Jal al-Alam e os soldados israelenses posicionados ao seu redor foram alvo de mísseis Burkan.
Por volta das 16h00, hora local, a instalação militar de Hadab Yarin foi alvo de mísseis Burkan.
Por volta das 16h00, hora local, a instalação militar de Birkat Risha foi alvo de mísseis Burkan.
Por volta das 16h15, horário local, um drone espião israelense foi forçado a retornar aos territórios ocupados.
Por volta das 16h45, horário local, o Quartel Zarit foi alvo de mísseis Burkan.
Por volta das 17h, horário local, o Quartel Branit foi atacado.
Diante do exposto, não é por nada que Hassan Naseralá, líder do Hesbolá, declarou nessa terça-feira que “o exército israelense hoje está cansado e exausto em todas as frentes. Os principais especialistas do inimigo reconhecem as perdas estratégicas. O número de seus mortos é muito grande e muito maior do que o anunciado. Anunciamos nossos mártires em transmissões ao vivo, mas o inimigo esconde seus mortos, e isso tem um impacto sobre o exército israelense. Na frente norte, há extremo sigilo sobre as perdas em termos de soldados [israelenses], veículos militares e outros. Dizemos a Netaniahu que mesmo que vá para Rafá, você perdeu a guerra e não pode eliminar o Hamas ou a resistência, apesar de todos os massacres”.