Há cinco dias que “Israel” está realizando uma ocupação criminosa do Hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza, região norte da faixa de Gaza. Nessa ocupação, as forças israelenses já assassinaram mais de 200 palestinos, muitos deles tendo sido deliberadamente executados. Outros morreram porque eram pacientes que dependiam de oxigênio para sobreviver, mas a eletricidade do hospital fora cortada pelos sionistas. Conforme declarou a FPLP, ‘Israel’ transformou o Hospital de Al-Shifa em Auschwitz.
A justificativa dada para esta ação foi a de que o Hamas havia se reagrupado no hospital e o estaria usando como centro de comando para lutar contra os sionistas. Assim, a invasão seria uma operação militar. Uma falsificação da realidade.
Acontece que não é a primeira vez que “Israel” utilizou esse pretexto para invadir hospitais, prender, torturar e assassinar palestinos, com a finalidade de aterrorizar a população a fim de jogá-la contra a resistência, em especial contra o Hamas.
Esse modus operandi, de acusar falsamente o Hamas e a resistência, ao que tudo indica, passou a ser utilizado por “Israel” e as forças de ocupação a partir da Guerra de 2008-2009.
Naquele conflito, as forças israelenses de ocupação, através de “investigações” farsescas, perpetraram inúmeras calúnias contra o Hamas, seja seus líderes, seja seus militantes, de utilizarem hospitais para se esconderem ou como centro de comando. Igualmente acusaram os membros do Movimento de Resistência Islâmica de coagirem funcionários da organização humanitária Crescente Vermelho a fornecerem para eles roupas de médico e ambulância.
Como é típico das acusações feitas pelos sionistas, elas jamais foram comprovadas. Mas foram utilizadas como pretexto para invadir o Hospital de Al-Shifa. Sim, exatamente o hospital que foi invadido na última segunda-feira (18) e que continua sendo ocupado (e com o mesmo pretexto). Acusaram também o partido de usar outros 10 hospitais como bases a partir dos quais travavam a luta contra “Israel”.
Utilizando-se desse pretexto, o Estado sionista atacava os hospitais da mesma forma como ocorre atualmente, embora em menor escala.
Já naquele ano, a própria ONU, organização do imperialismo, concluiu, através da sua Missão de Investigação, que “Israel” atacava não apenas a resistência palestina, mas todo o povo palestino. Segundo a organização, “as operações visavam a promoção de uma política global destinada a punir a população de Gaza pela sua resiliência e pelo seu aparente apoio ao Hamas, e possivelmente com a intenção de forçar uma mudança nesse apoio“.
A mesma missão “não encontrou quaisquer provas que apoiassem as alegações de que instalações hospitalares foram utilizadas pelas autoridades de Gaza ou por grupos armados palestinos para proteger atividades militares e que ambulâncias foram utilizadas para transportar combatentes ou para outros fins militares“.
No mesmo sentido, a Anistia Internacional rejeitou as acusações caluniosas feitas contra o Hamas, de que os membros do partido teriam usado “sistematicamente instalações médicas, veículos e uniformes como disfarce”. Segundo a organização, “não foram fornecidas provas que comprovassem tais ações”.
Contudo, o estrago já estava feito. Ao fim da guerra, pelo menos mil pessoas foram mortas, grande parte das quais eram civis.
Na Guerra contra Gaza, em 2014, essa política de atacar hospitais, utilizando como pretexto a presença da resistência no local, apenas se intensificou. Naquele ano, mais de 25 instalações médicas foram danificadas por “Israel” no conflito.
O Hospital Al-Shifa foi novamente um dos alvos dos ataques sionistas. Em um deles, cinco palestinos foram assassinados. Assim como aconteceu inúmeras vezes desde o 7 de outubro, naquele ano de 2014, “Israel” também atacou ambulâncias. E, conforme investigação da Anistia Internacional, os ataques aos veículos e instalações médicas era feito deliberadamente, como ocorre hoje.
Outro hospital que foi alvo dos bombardeios sionistas em 2014 foi o Hospital de al-Aqsa. Em julho de 2014, um ataque matou cinco palestino, ferindo mais de 50, conforme noticiado pela emissora catarense Al Jazeera, à época. Leia a notícia neste link.
Esta é uma pequena e breve história de quando “Israel” passou a adotar esse modus operandi de atacar sistematicamente hospitais na Faixa de Gaza sob o pretexto de atacar a resistência, que estaria utilizando as instalações como centro de comando.
Os casos aqui listados não são todos, nem de longe. Mas servem para mostrar que a monstruosidade e as mentiras do sionismo são velhas conhecidas dos palestinos, e que essas falsificações não abalarão a confiança deles no Hamas e nas demais organizações da resistência.